VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

Deus e a Razão—Parte II

O Criador e a Sua Criação Humana

É de se supor que a grande maioria de nossos leitores tem fé na existência de um Criador inteligente, ou ao menos desejariam ter fé se fosse baseada na razão. A respeito disto, é interessante notar que os eminentes cientistas de hoje em dia estão mais e mais convencidos da existência de uma Inteligência Divina.

Recordemos como exemplo as palavras do Dr. Miguel I. Pupin, que em 1927 foi eleito presidente da Associação Americana para o Progresso da Ciência. Albert Wiggam, escritor cientista, teve uma entrevista com o Professor Pupin e citamos suas palavras:

“Seja onde quer que seja que a ciência tenha explorado o universo havemos encontrado que é uma manifestação de um princípio coordenador, e que esse princípio coordenador, diretor, eu o chamo de Inteligência Divina. Não há menor dúvida de que por detrás de todas as coisas existe um princípio definitivo, o que guia e conduz de caos a cosmos.”

“Estamos confrontados com a alternativa: Crer que o cosmos, a lei e a ordem, são simplesmente resultados de acontecimentos acidentais, ou que são o resultado de uma definitiva inteligência. Pessoalmente,prefiro crer no princípio coordenador, a Inteligência Divina. Por quê? Porque é mais simples,mais inteligente, e porque se harmoniza com toda a minha experiência.”

“A teoria de que os seres inteligentes, como nós, ou processos inteligentes como os movimentos das estrelas, são resultados de acontecimentos sem inteligência, para mim é incompreensível. E por que hei de aceitar semelhante teoria quando eu mesmo, todos os dias, vejo a evidência de uma inteligência diretora? Quando contemplamos as estrelas, cada uma movendo-se em sua própria órbita, ou, uma semente que cresce de acordo com um plano determinado até formar uma árvore, ou vemos uma criatura desenvolver-se em uma individualidade humana, é possível crer que tudo isto é o resultado de acontecimentos acidentais? Quanto a mim, não creio assim.”

“Por que hei de negar uma Inteligência Diretora de todos os fenômenos cósmicos? Para mim, cientista, o assunto está bastante claro. E que foi o mesmo para os profetas havia mais de três mil anos. Desde o selvagem mais atrasado até o profeta mais eminente, todos hão crido que existe uma Inteligência Definitiva dirigindo todas as coisas. Nada há que a ciência tenha encontrado que contradiga isto… Verdadeiramente, enquanto mais penetra a ciência nas leis do universo, mais nos induz a crer em uma Divindade Inteligente.” Estamos de acordo com o que foi dito pelo Dr. Pupin.

Portanto, o importante para nós é saber como e até que ponto este Criador Inteligente há revelado ao homem seu propósito—particularmente em seus planos acerca do mesmo homem. Se admite que a Bíblia é a dita revelação, e portanto, nosso tema se desenvolverá sobre tal base.

Hoje em dia existe a tendência de duvidar da inspiração da Bíblia. Porém, o cristianismo está tão inseparavelmente conectado com a Bíblia—Antigo e Novo Testamento—que se a repudiamos ou a consideramos indigna de confiança, seria melhor abandonar o mesmo cristianismo. Afirmamos como quer que seja existe evidência tanto internas como externas, de que a Bíblia é a Palavra de Deus.

Até os homens descrentes admitem que onde quer que a influência da Bíblia tenha sido sentida, sua força moralizadora há melhorado ao mundo. Por está razão se tem chamado “a tocha da civilização.” Não haveria hoje crise mundial se as leis da Bíblia houvessem sido observadas fielmente pelos governantes e os povos das várias nações.

Um livro que durante tantos séculos há feito tanto bem, seguramente é digno de exame antes de se descartá-lo. Além disso, a despeito dos cientistas, jamais se tem oferecido outra explicação satisfatória com respeito à origem e destino do homem aparte da sugerida pela Bíblia.

O Relato da Criação Segundo o Gênesis

O relato bíblico da criação e da história da queda do homem no Jardim do Éden há sido muito criticado pelos evolucionistas. No entanto, em anos recentes muitos cientistas têm revisado sua posição no tocante a este assunto. Em 1932 o Professor René Thevenin, da França, em uma série de artigos publicados nos Estados Unidos no tocante a idade da raça humana disse: “Antes que a ciência termine de buscar nas covas e no fundo do mar talvez cheguem a provar que existe considerável verdade na lenda da queda do homem.”

O ensino bíblico da queda do homem é segundo cremos, muito mais que uma “lenda”. Está baseada no fato de que o homem foi originalmente criado perfeito e se lhe deu um lar perfeito ao oriente do Éden. (Gên.2:8) Portanto, nossa investigação começará desde este ponto de vista.

De acordo com a Bíblia a raça humana principiou com somente duas pessoas especialmente criadas—Adão e Eva. Será razoável supor que isto é verdade? A presente população da terra precisamente indica isso. Todos sabem que a raça humana há aumentado constantemente durante o inteiro período histórico. Consideramos qual seria a população da Europa hoje se a América não houvesse sido descoberta havia cerca de cinco séculos.

Não é necessário ter uma inteligência extraordinária, nem fé, para determinar que se começamos com a presente proporção de aumento da população, e calcularmos inversamente uma constante diminuição chegaremos ao ponto onde acharemos somente um casal de seres humanos—precisamente ao tempo quando começou a história, e quando o homem, conforme a Bíblia foi criado. Isto, junto com as últimas descobertas arqueológicas que revelam que o homem ao princípio da história teve um grau maior de civilização que tempos depois, constitui uma boa evidência a favor do relato do Jardim do Éden, segundo o Gênesis.

Por falta de suficiente espaço não podemos neste folheto fazer uma análise científica e detalhada sobre este assunto, mas confiamos em que os que estão interessados, e especialmente os que tenham alguma dúvida sobre o tema em particular, buscarão os verdadeiros fatos a este respeito desde o ponto de vista científico, e em vez de dar crédito às infundadas suposições dos evolucionistas.

Será acaso difícil crer que a mesma Potência e Inteligência que criou o grande universo, do qual os cientistas tanto dizem, também pôde criar o primeiro casal de seres humanos por meio de um ato especial criativo? Se o homem e todas as outras formas de vida não são os resultados da força criativa de um Inteligente e Supremo Ser, que os cientistas expliquem o fenômeno da vida de outra maneira aceitável! Embora, a razão sugira que é melhor aceitar o relato que dá a Bíblia da criação, e de acordo com ela descobrirmos o desígnio do Criador para a raça humana.

Um Procedimento Romântico

A história da criação, segundo o livro de Gênesis, nos diz que o homem foi criado primeiro, sem ter companheira. Logo Eva foi criada. Acaso o romancista mais engenhoso do mundo há concebido uma maneira tão romântica de achar uma esposa para seu protagonista, comparável com a história da criação de nossa mãe Eva? Se Deus teve o poder de criar a Adão (e de onde veio o homem se Deus não o criou?) seguramente que o tomar uma de suas costelas e produzir dela uma mulher, seria uma coisa muito simples para o Criador ao preferir adaptar o dito procedimento.

Se nos fala ademais do admirável Jardim do Éden, o lar que Deus projetou para sua perfeita criação humana. Seguramente que não é nada ilógico supor que Deus, depois de haver criado ao homem provesse um lar conveniente para ele. Por que duvidar deste relato, o que nos diz somente o que todos devem admitir? O livro de Gênesis revela que Deus criou os seres humanos para viverem na terra não no céu, no inferno ou no purgatório. Se lhes ordenou que obedecessem as leis do Criador, que se multiplicariam e encheriam a terra. Nada se disse a Adão nem a Eva que se preparassem para serem levados ao céu.

Com o fim de regressarmos aos fatos fundamentais, suponhamos por um momento que o propósito divino de que o homem encheria e subjugaria a terra se houvesse cumprido tal como Deus o ordenou a que haveria conduzido tal coisa? Simplesmente que a família humana, aumentando gradualmente em número, em harmonia com a ordem divina, houvesse achado que seu lar no Jardim do Éden era demasiado pequeno, e, portanto, houvesse sido necessário estender seus limites.

Deus lhes ordenou que enchessem a terra, mas não em excesso. Certamente que a sabedoria e o poder divinos, quando houvessem nascido suficiente pessoas para povoar a terra adequadamente, poderia fazer cessar a propagação da raça humana. Acaso há algo ilógico num programa como esse? Não é razoável e exatamente o que poderíamos esperar de um sábio e amoroso Criador? Mas, para visualizar o grande alcance de tudo isto é necessário tirar de nossas mentes todos os terríveis sofrimentos e misérias que existem entre nós. O egoísmo do homem caído há produzido todo o sofrimento que existe no mundo hoje. Tal sofrimento houvera sido desconhecido se o homem tivesse permanecido em harmonia com seu Criador.

E a morte? Esta também teria sido uma experiência desconhecida a raça humana. A ciência moderna admite que as células vivas, ao estarem em condições favoráveis, poderiam reproduzir-se indefinidamente. A morte veio como resultado do pecado, e com a morte vieram também o sofrimento, as doenças e a aflição. Imaginemo-nos uma raça perfeita, livre de egoísmo, doenças e morte! Que lhe parece? Porém, acaso tal possibilidade há desaparecido para sempre? As Escrituras Sagradas dizem, Não! O programa divino de redenção e restauração, por meio de Cristo, garante-nos que o que havia de ser será ainda novamente um dia.


(A terceira parte desta série será publicada na edição de Janeiro-Fevereiro 2011 desta revista)



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora