VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

A BUSCA PELO POVO DE DEUS — PARTE 8

Paulo começa sua terceira viagem

“Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.” — Atos 19:20

AS ESCRITURAS não revelam exatamente quando o apóstolo Paulo completou sua segunda viagem missionária, mas muitos concordam que pode ter sido em 53 ou 54 d.C. No caminho para casa, o apóstolo fez uma breve parada em Jerusalém e depois rumou para a Antioquia onde talvez tenha permanecido por alguns meses. Enquanto isso, seus companheiros de viagem —Lucas, Silas e Timóteo — estavam longe de suas casas, empenhados ativamente em ajudar as novas congregações na Macedônia e na Acaia [Grécia].

Depois de passar algum tempo em Antioquia, o apóstolo Paulo estava pronto para se juntar a eles novamente e continuar seu trabalho na busca pelo povo de Deus, e assim começou sua terceira viagem missionária. Ao explanar sobre a primeira parte dessa viagem, Lucas nos apresenta um breve relato, dizendo: “E, estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, confirmando [ou, fortalecendo] a todos os discípulos.” — Atos 18:23

Grande parte desse território ficava na mesma região em que ele havia passado em sua primeira e segunda viagens. Agora, Paulo estava de volta, revisitando e ministrando às igrejas que ele ajudou a estabelecer em suas viagens anteriores. Também é provável que dessa vez ele tenha entrado em regiões anteriormente não autorizadas pelo Senhor para pregar. — Atos 16:6, 7

A REGIÃO DA GALÁCIA

A Galácia e a Frigia não são especificamente citadas como tendo sido visitadas por Paulo e Barnabé na primeira viagem deles. No entanto, a província da Galácia era próxima de uma série de cidades por onde eles haviam passado, incluindo Listra, Icônio e Derbe. Lembramo-nos de como a perseguição e a ameaça de apedrejamento fizeram com que Paulo e Barnabé fugissem de Icônio para a região vizinha. Lucas conta que fugiram “para a província circunvizinha; e ali pregavam o evangelho”. (Atos 14:6, 7) Assim, parece razoável que a “província circunvizinha” tenha incluído partes da Galácia, e Paulo pretendia viajar para lá mais uma vez.

Naquela época, grande parte da região central da Ásia Menor era conhecida como Galácia. Seu nome veio dos gauleses, que invadiram a região pelo oeste e conquistaram a área no século 3 a.C. Mais tarde, em 189 a.C., os romanos a conquistaram, e a Galácia tornou-se uma província romana em 25 a.C. As igrejas estabelecidas por Paulo nessa região em sua primeira e segunda viagens missionárias foram visitadas por instrutores judaizantes de Jerusalém. Eles questionaram a autoridade do Apóstolo e convenceram alguns dos irmãos de que era necessário observarem a Lei Mosaica. Depois de passar pela província da Galácia pela terceira vez, Paulo sentiu a necessidade de escrever aos irmãos sobre esse assunto. Mais tarde, durante sua terceira viagem missionária, ele escreveu sua carta aos gálatas, provavelmente entre 54 e 58 d.C.

Nessa carta, Paulo afirmou e estabeleceu seu apostolado, apoiado por revelações que havia recebido diretamente de Deus e de Jesus Cristo. Ele explicou por que o Pacto da Lei Mosaica não era o fundamento sobre o qual a igreja do evangelho havia sido formada. Além disso, o livro de Gálatas fornece informações valiosas e doutrinais, bem como admoestações para a vida cristã, que são tão pertinentes hoje como eram nos dias da Igreja primitiva. É interessante observar como as circunstâncias e as experiências da Igreja primitiva foram moldadas e dirigidas por Deus, tornando possível a escrita de passagens bíblicas que beneficiariam a obra de toda a Era do Evangelho, além de serem aplicáveis na época em que foram escritas.

A FRÍGIA E AS REGIÕES SUPERIORES

Voltando à nossa consideração da terceira viagem de Paulo, ele estava novamente a caminho de Éfeso. No fim de sua peregrinação anterior ele havia feito uma breve parada ali. Os judeus da sinagoga local pediram que ele ficasse mais tempo, mas não foi possível porque Paulo queria estar na festividade em Jerusalém com os outros apóstolos. Paulo prometeu retornar, e agora estava a caminho de cumprir essa promessa. — Atos 18:19-21

Além da província da Galácia, a mensagem do evangelho se espalhou para outras áreas, incluindo a região da Frígia. Paulo passou por essas áreas a caminho de Éfeso, e teria parado para visitar os irmãos de lá durante sua viagem. Antioquia da Pisídia, Colossos, Laodiceia e Hierápolis eram cidades da Frígia, onde eclésias haviam sido organizadas. Algumas dessas são mencionados na carta de Paulo aos colossenses. — Col. 1:2; 4:12-16

Vários irmãos dessas classes foram mencionados por Paulo. Epafras estava associado com a igreja de Colosso e provavelmente era um ancião. Tíquico também veio daquela região, embora não tenhamos certeza a qual congregação pertencia. Os relatos que Paulo fez sobre esses dois irmãos revelam o serviço fiel que prestavam a Deus. Paulo escreveu sobre Epafras: “Nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo.” E, sobre Tíquico: “Irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado.” — Col. 1:7; 4:7

Lucas escreveu: “Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso.” (Atos 19:1) As “regiões superiores” incluíam as cidades de Esmirna, Filadélfia, Sardes, Pérgamo e Tiatira. As igrejas localizadas nessas cidades não são especificamente mencionadas por Paulo. No entanto, elas foram evidentemente estabelecidas, porque são citadas pelo apóstolo João no Livro de Apocalipse como exemplos de diferentes períodos da história da igreja.

A CHEGADA EM ÉFESO

Quando Paulo chegou a Éfeso, ele foi apresentado a novos discípulos do Senhor, e quis saber deles se haviam recebido o Espírito Santo. Eles responderam que nem haviam ouvido falar do Espírito Santo! Paulo então perguntou-lhes sobre a natureza do batismo deles, e eles responderam que haviam sido imersos no batismo de João. (Atos 19:2, 3) Se essa imersão tinha sido recente ou muitos anos antes, não sabemos. Mais de vinte anos haviam se passado desde que o ministério de João Batista chegara ao fim com a sua morte.

Alguns meses antes, Apolo havia passado por essa região a caminho da Grécia. Ele também conhecia apenas o batismo de João. Sem a presença de Paulo, Áquila e Priscila estudaram com Apolo e explicaram com mais precisão a doutrina do batismo. (Atos 18:24-26) É possível que esse aumento da igreja em Éfeso, com novos discípulos que Paulo conheceu em sua terceira viagem, tenha ocorrido pelo testemunho de Apolo, antes de ele compreender corretamente o batismo e de sua posterior ida para a Grécia. Paulo viu, no entanto, que esses irmãos de Éfeso eram verdadeiros discípulos de Jesus, e, ao serem imersos pela segunda vez com o conhecimento correto sobre o batismo, eles realmente receberam as evidências do Espírito Santo. — Atos 19:4-6

Aparentemente nenhuma eclésia tinha sido estabelecida durante a anterior e breve visita de Paulo a Éfeso. Após sua partida, os discípulos — incluindo Áquila e Priscila — continuaram a se encontrar com outros judeus na sinagoga. Quando Paulo retornou, ele também pregou na sinagoga por cerca de três meses. Logo suas doutrinas começaram a suscitar tanta oposição que Paulo e os outros discípulos deixaram a sinagoga e começaram a ensinar em um lugar conhecido como a escola de Tirano. — vs. 8, 9

Tirano provavelmente era um professor de filosofia grega e que cedeu uma área em sua escola para que Paulo a utilizasse como local de reunião. Tanto os gentios quanto os judeus poderiam estudar e adorar juntos, e ser ensinados por Paulo. Essas reuniões, que continuaram por dois anos, atraíram a atenção de tantas pessoas que Lucas escreveu que “todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”. (Atos 19:10) Durante esse tempo, é bem provável que Paulo tenha morado na casa de Áquila e Priscila, onde, sem dúvida, várias reuniões também foram realizadas. — 1 Cor. 16:19

MUITOS MILAGRES FORAM REALIZADOS

Além de sua pregação, Paulo tornou-se conhecido em toda a cidade e nos arredores pelos muitos milagres que realizou. (Atos 19:11, 12) Éfeso era uma cidade gentia proeminente, situada na costa ocidental da Ásia Menor, separada da Grécia pelo mar Egeu. Era uma cidade portuária com rotas marítimas e comerciais, e uma importante porta de entrada comercial para a Ásia. Além da movimentação causada pelo comércio, Éfeso era um notável foco de peregrinações religiosas por causa de seu templo em homenagem à deusa pagã, Diana. (vs. 27, 35) Era também um lugar de artes bizarras, magia negra, bruxaria, feitiçaria e coisas do gênero. Como resultado, Paulo teve muitas oportunidades para expulsar espíritos malignos.

Vários exorcistas judeus itinerantes estavam em Éfeso naquela ocasião. Os mais notáveis desses eram os sete filhos de um dos principais sacerdotes judeus, chamado Ceva. Eles tinham visto o sucesso que Paulo tinha ao expulsar os espíritos malignos e procuraram fazer o mesmo, dizendo: “Em nome de Jesus, a quem Paulo prega, eu lhes ordeno que saiam!” (Atos 19:13, 14, NVI) No entanto, quando eles disseram isso a um homem possuído, o espírito maligno dentro dele sabia que isso era um mau uso do nome de Jesus e afirmou: “Jesus, eu conheço, Paulo, eu sei quem é; mas vocês, quem são? Então o endemoninhado saltou sobre eles e os dominou, espancando-os com tamanha violência que eles fugiram da casa nus e feridos.” — vs. 15, 16

O que aconteceu ficou logo publicamente conhecido em toda a cidade. Isso causou um efeito profundo nas pessoas, especialmente nas que se dedicavam às artes mágicas. Um grande número deles trouxe seus livros de estudo dessas práticas malignas, e reunidos todos em um lugar, os queimaram. (vs. 17-19) Lucas resumiu a magnitude do efeito desse incidente com a afirmação de que “dessa maneira a palavra do Senhor muito se difundia e se fortalecia”. — v. 20

PROBLEMAS EM CORINTO

Durante o tempo em que Paulo permaneceu em Éfeso, ele soube de problemas que surgiram na igreja em Corinto. A família de Cloe contou-lhe sobre as divisões que se desenvolveram lá como resultado do ministério do talentoso orador, Apolo. (1 Cor. 1:11) Alguns começaram a afirmar que Apolo era seu líder, enquanto outros diziam que eram seguidores de Paulo. Isso, é claro, não era culpa de Apolo, mas sim um sinal de fraqueza e falta de madureza espiritual dos irmãos daquela cidade. O relato de Cloe também informava que outros reivindicavam Pedro como seu líder, e alguns consideravam que Cristo era seu cabeça.

Paulo viu a necessidade de lidar imediatamente com esse assunto. Assim, enquanto ainda ministrava em Éfeso, escreveu a primeira de duas cartas aos irmãos coríntios. Ele abordou a questão com estas palavras: “Com isso quero dizer que cada um de vocês afirma: “Eu sou de Paulo”; “eu de Apolo”; “eu de Pedro”; e “eu de Cristo.” Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo?” (vs. 12, 13, NVI) Dois capítulos depois, em 1 Coríntios 3:1-6, Paulo elabora mais sobre a fonte desses problemas, atribuindo-os à imaturidade e ao pensamento carnal. Ele conclui dizendo: “Ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer.” — vs. 3-6, NVI

O apóstolo enfatizou aos irmãos coríntios que os apóstolos e instrutores que o Senhor havia designado para o ministério não estavam divididos. Todos eles com seus diferentes talentos e dons estavam cooperando na obra de Deus e que isso deveria ser reconhecido por todos os irmãos. “Ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus.” — vs. 21-23, NVI

A carta de Paulo continua com esse importante tema. “Apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?” — 1 Cor. 4:6, 7

A VISITA A CORINTO FOI ADIADA

Muitas dessas informações sobre as condições em Corinto provavelmente vieram diretamente de Apolo, que evidentemente tinha vindo a Éfeso enquanto Paulo estava lá. Paulo tentou persuadir Apolo a retornar a Corinto, mas, aparentemente, para Apolo não era possível fazer isso naquele momento. (1 Cor. 16:12) Aprendemos nos versículos 5-9 do relato que Paulo também queria rever seus irmãos coríntios, mas ele também teve de adiar sua visita por dois motivos. Um deles era a vontade de passar mais tempo com os irmãos, a despeito de suas outras obrigações. O outro era que em Éfeso uma porta especial de oportunidade tinha sido aberta, e ele queria aproveitar isso.

Havia outros irmãos da igreja coríntia que estavam residindo em Éfeso. Paulo cita-os nessa mesma passagem como exemplos de fidelidade e amor. “Vocês sabem que os da casa de Estéfanas foram o primeiro fruto da Acaia e que eles têm se dedicado ao serviço dos santos … Alegrei-me com a vinda de Estéfanas, Fortunato e Acaico … Eles trouxeram alívio ao meu espírito, e ao de vocês também. Valorizem homens como estes.” Ele também menciona Áquila e Priscila, e a igreja que se reunia em sua casa. Eles também enviaram saudações de Éfeso para os irmãos em Corinto. — vs. 15-20

GRATO PELA ASSISTÊNCIA

Foi decepcionante receber notícias dos problemas relativos a alguns dos irmãos na igreja em Corinto. No entanto, Paulo foi reanimado e encorajado por esses outros maravilhosos irmãos que haviam viajado uma distância tão longa para ajudá-lo em Éfeso. Estéfanas foi um dos primeiros convertidos em Corinto que Paulo batizou, junto com toda a família, e se tornaram devotos servos do Senhor e dos irmãos. (1 Cor. 1:16) Quando Estéfanas e sua família, bem como Fortunato e Acaico, se juntaram a Paulo em Éfeso para ajudar com o trabalho maravilhoso que estava sendo feito ali, foram todos muito bem-vindos. Eles se juntaram aos outros trabalhadores de lá — Timóteo, Lucas, Áquila e Priscila — no ministério do Evangelho.

Outro irmão de Corinto, Erasto, que era uma autoridade da cidade, chegou para ajudar Paulo em Éfeso. (Atos 19:22; Rom. 16:23; 2 Tim. 4:20) Outro que também foi ajudar na obra do Evangelho era Sóstenes. Ele havia sido um líder na sinagoga, antes de ser convertido por Paulo. (1 Cor.1:1; Atos 18:17) Embora os que Deus convidou para serem discípulos de Jesus fossem, na sua maioria, das classes mais pobres e menos influentes deste mundo, ocasionalmente algumas pessoas proeminentes foram chamadas, como Erasto e Sóstenes. (1 Cor.1:26) Eles tinham um coração justo e uma fé forte, bem como outras qualidades que o Senhor estava buscando.

Parece que, naquele momento da estadia de Paulo em Éfeso, Timóteo e Silas já haviam feito o que podiam em Corinto e tinham ido embora. Timóteo se juntou a Paulo em Éfeso. Silas, no entanto, que havia viajado e trabalhado fielmente com ele por quatro anos, não é mencionado novamente como um dos companheiros de Paulo. Mais tarde, ele é relatado como estando na companhia do apóstolo Pedro. (1 Ped. 5:12) Assim, embora tenha se despedido de Paulo, Silas continuou a trabalhar no ministério, usando as oportunidades que o Senhor abriu para ele.

A IGREJA EM ÉFESO PROSPERA

As novas eclésias na Macedônia precisavam de assistência, e Paulo queria muito visitá-las novamente. No entanto, naquela época, a oportunidade de testemunhar em Éfeso ainda era tão grande que ele decidiu, em vez disso, enviar Timóteo e Erasto a essas classes, ao passo que ele permaneceu em Éfeso. (Atos 19:22) Como afirmou Lucas em nosso texto introdutório, a Palavra de Deus realmente cresceu “poderosamente… e prevaleceu”. A igreja de Éfeso prosperou e cresceu, tornando-se uma grande classe com muitos anciãos.

Segundo se acredita, muitos anos após a morte de Paulo, o apóstolo João se tornou um ancião em Éfeso e também viajou para outras cidades vizinhas da Ásia Menor, onde serviu aos irmãos locais. Ele ministrou nesse cargo até que foi exilado em Patmos, uma ilha próxima a Éfeso. Ao escrever o Livro de Apocalipse, João poderia atestar as palavras elogiosas do Senhor para a igreja em Éfeso: “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.” — Apo. 2:2, 3

O ministério do Evangelho teve muitos frutos em Éfeso e em muitas outras regiões da Ásia Menor. Assim, a busca pelo povo de Deus progrediu com fervor por meio do grande zelo daqueles que foram movidos pelo Senhor a darem testemunho do maravilhoso plano de Deus.



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora