DESTAQUES DA AURORA

A Certeza da Ressurreição

“E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé?” — 1 Coríntios 15:13, 14

OS QUE CONFIAM plenamente nas pro-messas de Deus, para eles, a esperança da ressurreição possui maior significado esse ano do que antes. Somente sendo aben-çoado pela visão da fé é possível perfurar as nuvens escuras e enxergar além dos problemas complicados as bênçãos vivificantes de amanhã vindas da parte de Deus. A fé nas promessas de que Deus ressuscitará os mortos é baseada no fato de que ele fez isso no passado. Com plena confiança, podemos dizer com o Apóstolo: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” — 1 Coríntios 15:20

Quando Jesus estava com os seus discípulos ainda em sua forma humana, ensinando e realizando milagres, eles tinham uma grande esperança de que as promessas de Deus concernentes ao Messias finalmente estavam prestes a serem cumpridas. Eles eram Judeus, e ele era o Messias, à respeito de quem havia sido prometido grandes coisas. Todos os dias ele demonstrava que a autoridade e o poder divino estavam operando através dele para realizar todos os bons propósitos de Deus entre os homens. Aquele que curou doentes, purificou leprosos, expulsou demônios e ressuscitou mortos, poderia muito bem libertar sua nação do jugo Romano. Os discípulos tinham certeza de que o Messias de Israel, juntamente com a sua ajuda, em breve estabeleceria na terra o reino há muito tempo prometido por Deus.

No entanto, de modo inesperado, o Messias foi tirado de seus discípulos e crucificado. Suas esperanças e sonhos inspirados devem ter sido frustrados. Seu Mestre, Professor, e Senhor estava morto. Uma mistura de emoções tomou conta dos seguidores do Mestre, desnorteados, decepcionados e tristes durante os dias de terrível escuridão entre o momento em que Jesus foi pendurado na cruz e na manhã que o anjo que guardava seu túmulo anunciou: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou.” (Mateus 28:6) Aquela notícia se espalhou entre os discípulos alegrando seus corações. Houve grande alegria e suas esperanças renasceram.

O TESTEMUNHO DE PAULO

Em sua primeira carta aos irmãos de Corinto, o Apóstolo Paulo apresentou as evidências da ressurreição de Jesus. Ele disse que quando o Senhor foi ressuscitado “apareceu a Pedro e depois aos Doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo.” — 1 Coríntios 15:5-8, Nova Versão Internacional

Conforme o apóstolo mencionou, ainda havia muitas pessoas em seu tempo que tinham estado pessoalmente com Jesus em sua forma humana, e que também o viram depois de sua ressurreição dentre os mortos. O depoimento dessas fiéis testemunhas era o suficiente para convencer os novos crentes do grande milagre que Deus operou em levantar o Mestre dentre os mortos. Porém, aparentemente, havia alguns na Igreja Primitiva que duvidavam que mais alguém, além de Jesus pudesse ser ressuscitado, como o próprio Apóstolo perguntou, “como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?” — 1 Coríntios 15:12

A seita Judaica dos Saduceus não acreditava na ressurreição, e possivelmente alguns desse grupo chegaram a estar entre os primeiros cristãos. Eles, talvez, aceitavam parcialmente Jesus como o Messias, mas não estavam dispostos a acreditar em tudo o que ele ensinou, nem em tudo o que os profetas haviam predito a respeito dele, incluindo sua ressurreição. Ao combater esse falso ponto de vista, Paulo passou a mostrar como ele tiraria todo o alicerce sobre o qual a fé e a esperança cristã se baseiam. Isso significaria, Paulo argumentando, que até o próprio Jesus, seu líder e Messias, estava morto, e não vivo. Por sua vez, isso significa que todos aqueles que deram testemunho de sua ressurreição, na verdade, eram falsas testemunhas. — 1 Coríntios 15:13-15

Paulo ainda lembra que, se Cristo não ressuscitou, isso significa que estamos servindo a uma causa perdida, e que não faz sentido sermos perseguidos só porque somos seus seguidores. (1 Coríntios 15:17) Os cristãos da Igreja Primitiva arriscaram suas vidas por serem seguidores de Cristo, mas por que estavam expostos “a toda a hora em perigo” se Jesus ainda estava morto, e não havia nenhuma esperança de ressurreição para os mortos? Por que somos “batizados pelos mortos,” Paulo pergunta, se o mundo, em benefício de quem damos nossa vida, não será ajudado por isso? (1 Coríntios 15:29,30) Os seguidores consagrados de Jesus são batizados à semelhança da morte de Jesus na esperança de compartilhar à semelhança da sua ressurreição, mas não poderia haver nenhuma semelhança com a ressurreição, uma vez que essa nunca ocorreu.

Paulo ainda reforça que, se não existe ressurreição dos mortos, aqueles que já dormiram em Cristo estão “perdidos”. (1 Coríntios 15:18) Isso significa que o propósito de Deus de oferecer o seu Filho como Redentor do homem falhou, por acaso não lemos que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna?” (João 3:16) Assim como Paulo discerniu, todo seguidor de Cristo deve fazer o mesmo, sabendo que a sua esperança, como também do mundo, depende da demonstração do poder divino para ressuscitar os mortos. O apóstolo diz a certeza da que Deus fará isso está no fato de que Jesus se tornou “as primícias dos que dormem.” — 1 Coríntios 15:20

SEMELHANÇA COM OS NOSSOS DIAS

Quando Jesus foi tirado de seus discípulos e cru-cificado, eles ficaram perplexos e desanimados, pois não entendiam o plano divino que estava sendo desenvolvido através dele. Hoje, grande parte do mundo está perplexa com o desenvolvimento de eventos que ameaçam destruir, ou no mínimo enfraquecer muito, antigas instituições cristãs. A dificuldade agora é a falha geral para entender o presente propósito de Deus na terra.

Jesus era o Messias, e os discípulos acreditaram nisso. Também tinham fé de que ele estabeleceria um reino mundial, e que eles iriam compartilhar com ele da glória desse reino. Eles não entendiam que ele deveria primeiro sofrer e morrer como Redentor da humanidade. Isso, eles aprenderam mais tarde, e então se alegraram na cruz de Cristo, e que seu sangue derramado tinha um significado para eles, e mais tarde para toda a humanidade.

Pouco depois dos apóstolos adormecerem na morte, pouco a pouco a Igreja desenvolveu a ideia de que o reino Messiânico deve ser estabelecido aqui e agora, sem esperar o retorno de Cristo Jesus como o legítimo rei. Essa teoria equivocada não levou em conta uma fase muito importante do plano de Deus, a saber, o sofrimento e a morte dos membros do corpo de Cristo—o pequeno rebanho—que deverá ser concluído antes de começar o reinado glorioso de Cristo.

A maior parte do Cristianismo tropeçou na mesma verdade concernente aos seguidores do Mestre, assim como os primeiros discípulos tropeçaram no que diz respeito ao próprio Mestre. Para os dois discípulos no caminho de Emaús, Jesus explicou que primeiro era necessário que o Cristo padecesse, e, em seguida, entrasse na sua glória. (Lucas 24:13-32) Eles compreenderam o pensamento e se alegraram nas suas implicações. Mais tarde, eles aprenderam que os sofrimentos de Cristo não foram concluídos no Calvário, porque também incluíam os membros de seu “corpo”. Assim, a glória do reino ainda deve esperar até que o “corpo de Cristo” esteja completo. (1 Coríntios 12:12,27) Não muito depois do tempo dos apóstolos, essa verdade vital começou a ser perdida de vista, e seguiu-se, como resultado, não conseguiu esforços de certos membros ambiciosos da igreja para estabelecer a glória do reino antes do tempo.

Do ponto de vista atual, fica evidente que esses esforços não realizou os fins previstos na Bíblia referentes ao reino de Cristo. As denominações Cristãs tradicionais perderam muito do seu poder e influência, e as nações que um dia construíram e sustentaram elas, se fragmentaram e enfraqueceram severamente. Por isso, muitos perguntam se o Cristianismo falhou. Certamente, a fé dos sinceros frequentadores da igreja na capacidade do Cristianismo de salvar o mundo de suas dificuldades e problemas atuais não tem obtido sucesso. Assim como as expectativas erradas dos discípulos sobre Jesus falha-ram quando ele foi crucificado, as falsas expectativas de muitos cristãos de hoje também estão falhando. Do mesmo modo que as esperanças dos discípulos estavam equivocadas uma vez que não levou em consideração a necessidade do sofrimento e da morte de Jesus, as esperanças de muitos hoje estão erradas porque não conseguem discernir a necessidade do sofrimento e da morte dos membros do corpo do “Cristo”.

Hoje, o mundo está cheio de trevas e maus pres-sentimentos, mas Deus é capaz de fazer milagres. A res-surreição de Jesus foi apenas o início de um plano de milagres que, quando terminar, trará paz, saúde, felici-dade e vida eterna para a humanidade, até os que estão mortos. Essa é a certeza que conforta nosso coração que, apesar dos problemas aumentarem em todos os lugares do mundo, a realidade da ressurreição de Jesus deve permear o coração de cada um dos que seguem seus passos. De fato, Jesus foi ressuscitado dentre os mortos, e se tornou “as primícias dos que dormem.” — 1 Coríntios 15:20; João 5:28; Atos 17:31

MORTE EM ADÃO, VIDA EM CRISTO

Jesus morreu como o redentor de Adão e de sua raça. É por isso que o apóstolo explica que, “como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15:22) Aqueles que são fracos na fé podem até afirmar que essa é uma teoria muito boa, apesar de não funcionar da maneira que Paulo descreveu. Se Deus pôde usar seu poder para levantar Jesus dentre os mortos quase vinte séculos atrás, por que não houve nenhuma demonstração de poder em favor daqueles por quem Cristo morreu? Se todos serão vivificados em Cristo, por que a morte continua existindo?

Essas são perguntas que fazem sentido, e Paulo responde. Depois de falar que a vida para a raça adâmica é fornecida através de Cristo, ele acrescenta: “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda.” (1 Coríntios 15:23) Quando Paulo diz que Jesus, em sua ressurreição, se tornou “as primícias dos que dormem,” evidentemente, ele estava se referindo apenas a Jesus. No entanto, quando ele explica a ordem da ressurreição e usa a expressão “Cristo as primícias,” ele se refere não somente a Jesus, mas também aos membros do seu “corpo”, seus fiéis consagrados que seguem os seus passos.

Um estudo cuidadoso de 1 Coríntios 12 e Gálatas 3:27-29, revela que “o Cristo” não é um só membro, mas muitos, e que Jesus é o cabeça sobre esses “muitos membros” que constituem o seu “corpo.” Todos esses participam na “primeira ressurreição.” (Apocalipse 20:6) Em Tiago 1:18 eles são chamados de “primícias das suas criaturas”, e em Romanos 6:5 recebem a promessa de que, se forem plantados juntamente com ele na semelhança de sua morte, eles também estarão na “semelhança da sua ressurreição.” Portanto, a ressurreição do “Cristo as primícias” não está completa até que todo os membros do “corpo” de Cristo sejam ressuscitados dos mortos e unidos com ele.

AS PRIMÍCIAS, UMA OFERTA PARA DEUS

O termo “primícias” baseia-se na relação de Deus com Israel durante os tempos do Antigo Testamento. Era uma exigência da Lei que as “primícias” da colheita fossem usada como oferta ao Senhor. (Levítico 23:9-21) Nesse arranjo, não havia somente as primícias em geral (Levítico 23:17), mas também o era conhecido como um “molho [primeiro punhado] das primícias.” (Levítico 23:10,11) Em harmonia com essa oferta, podemos pensar em Jesus como o “molho” ou o “primeiro” das primícias, e dos membros do seu corpo, como o restante das primícias da ressurreição.

Assim como as primícias da colheita em Israel eram ofertadas ao Senhor, Jesus também, as primícias da ressurreição, bem como os membros do seu corpo, que também são das primícias, são ofertados em sacrifício a Deus. De modo fiel, Jesus se ofereceu a Deus e foi aceito como o Redentor do mundo. Seus seguidores são convidados a sofrerem e morrerem junto com ele em sacrifício, com a promessa de que, se forem fiéis viverão e reinarão com ele.

A oferta a Deus através do sacrifício dos membros do corpo de Cristo tem continuado ao longo de todos os séculos, desde o dia de Pentecostes, 50 dias após a ressurreição de Jesus, até agora. Quando estiver completa a obra das primícias ressuscitarem dentre os mortos e forem unidos com Jesus, então começará a ressurreição do restante da humanidade.

“DEPOIS”

“Depois os que são de Cristo, na sua vinda”—ou seja, depois que a ressurreição do “Cristo as primícias” estiver completa, virá a ressurreição da humanidade em geral. (1 Coríntios 15:23) O entendimento desse ensino é um pouco obscurecido pelo uso que se faz da palavra “vinda” para traduzir a palavra Grega parousia. Essa palavra deve ser sempre traduzida como “presença”, e nesse versículo a referência não é ao momento da chegada de Cristo, na sua segunda vinda, mas a todo o período entre a sua segunda presença, incluindo o período de seu governo real.

Esse é o pensamento correto e claramente demonstrado nos versículos seguintes, “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.” (1 Coríntios 15:25,26) Aqueles “que são de Cristo” no momento da presença ou durante esse período, não são os mesmos que já foram mencionados como as primícias. Pelo contrário, são aqueles que quando as primícias estiverem completas, com base na aceitação de Jesus como seu Redentor e for obediente às leis do reino Messiânico, receberão a vida eterna por meio dele. “Todos serão vivificados em Cristo.” — 1 Coríntios 15:22

DUAS GLÓRIAS E DOIS ADÃO

Paulo explica que na ressurreição: “Há corpos celestes e corpos terrestres.” Em seguida, ele fala algo sobre a diferença da glória que existe nesse arranjo, dizendo que “uma é a glória dos celestes [nos céus] e outra a dos terrestres [na terra]… Assim também a ressurreição dentre os mortos.” (1 Coríntios 15:40,42). A “glória dos terrestres” é mencionada por Davi nos Salmos, onde ele fala sobre a criação original do homem e explica que Deus “de glória e de honra o coroaste.” — Salmo 8:5

A “glória dos celestes”, que é a esperança dos seguidores de Cristo, é chamada por Paulo em outros lugares como a “esperança da glória de Deus” e como “Cristo em vós, esperança da glória.” (Romanos 5:2; Colossenses 1:27) Ele também nos diz que é uma glória que foi prenunciada pelo brilho do rosto de Moisés quando ele desceu do monte para entregar a Lei dada no Monte Sinai. No último versículo do capítulo, Paulo explica que estão sendo preparados e transformados para essa glória pela influência do Espírito Santo de Deus, espelhado ou refletido até nós por meio da Palavra de Deus. — 1 Coríntios 3:7-18

O assunto sobre as duas glórias é elucidado pela referência que Paulo faz a dois Adão—o “primeiro homem” e o “Senhor, que é do céu.” O apóstolo explica que o primeiro Adão era terrestre, mas o último Adão é um ser espiritual, tendo sido exaltado à glória celestial, no momento de sua ressurreição dentre os mortos como o primeiro das primícias. O restante das primícias se tornará como ele. Paulo explica que, como “trouxemos a imagem do terreno”—que são, por natureza, aqueles que constituirão o corpo de Cristo, que eram seres humanos—“traremos também a imagem do celestial… que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus.” — 1 Coríntios 15:45-50

A GLÓRIA CELESTIAL

Como seres humanos, nós podemos compreender a glória do celestial. O apóstolo João diz: “Ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” (1 João 3:2) Paulo teve um vislumbre do Jesus glorificado no momento em que foi convertido na estrada de Damasco, vendo-o “como a um que nasceu fora de tempo.” (1 Coríntios 15:8, Nova Versão Internacional) No entanto, todo o corpo de Cristo, quando “nascer” para a glória celestial verá Jesus “assim como é.”

Paulo resume a lição sobre a exaltação dos membros do corpo de Cristo para a glória celestial na primeira ressurreição, descrevendo-a como “isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade” e “isto que é mortal se revestir da imortalidade.” As promessas maravilhosas de restituição da humanidade à sua glória terrena perdida, só ocorrerá até que a ressurreição e glorificação da classe das primícias estejam completas no final da presente época de sacrifício. Mesmo nos dando essa certeza, o apóstolo continua: “Então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” — 1 Coríntios 15:54,55, Tradução Brasileira

VITÓRIA PROMETIDA SOBRE A MORTE

A promessa citada por Paulo “tragada foi a morte na vitória,” está em Isaías 25:8. A passagem bíblica de Isaías 25:6-9 descreve de modo maravilhoso as bênçãos do reino Messiânico que virão sobre o mundo. Nesse texto bíblico, o reino de Cristo é simbolizado por um “monte” onde Deus dará “a todos os povos uma festa com animais gordos.” É o mesmo reino mencionado por Paulo onde ele diz que Cristo deve reinar “até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.”

Em sua profecia, Isaías fala sobre a destruição desses inimigos, dizendo que o Senhor enxugará “as lágrimas de todos os rostos,” “aniquilará a morte para sempre,” e “tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra.” Essa última declaração indica claramente que o cumprimento da promessa será sobre a terra, e sem dúvida, indica também que tragará a morte na vitória, se referindo à destruição da morte que ocorrerá durante o reinado de Cristo, mencionado por Paulo em 1 Coríntios 15:25,26.

A declaração de Paulo, “onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” foi extraída de Oséias 13:14. Também é uma promessa de vida para toda a humanidade, disponibilizada através da obra redentora de Cristo. Ela ainda não foi cumprida. Como muitas outras promessas do reino registradas no Antigo e no Novo Testamento, o seu cumprimento deve aguardar a conclusão da classe das primícias. Então, quando toda a “igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus,” forem mudada para a glória celestial, da mortalidade para a imortalidade, ocorrerá a obra do reino Messiânico de destruir a morte e a sepultura. — Hebreus 12:23

DEUS CONCEDE A VITÓRIA

Não é de admirar que o apóstolo conclua esse capítulo dizendo de modo triunfante, “mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” (1 Coríntios 15:57,58). Uma vez que Jesus retornou para o céu, e os apóstolos adormeceram na morte, muitas vezes parecia que não haveria uma verdadeira vitória na terra pela causa de Cristo. Muitas vezes também parecia que a obra Cristã era em vão. Mas não é isso o que Paulo diz.

Será uma vitória gloriosa. Em primeiro lugar, será a vitória dos membros do corpo de Cristo sobre a morte, a maior vitória de todos os tempos, porque eles serão exaltados para a imortalidade assim como ele é. No entanto, isto não será o fim da vitória. “Depois,” durante o período do reino de Cristo, “todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão,” e “o último inimigo”—a morte—“será destruída.” — João 5:28,29, Nova Versão Internacional; 1 Coríntios 15:26

Será um despertamento mundial dos mortos, conforme muitas promessas e profecias. Os sodomitas foram destruídos devido sua maldade, mas o profeta garante que eles serão restaurados ao seu “primeiro estado.” (Ezequiel 16:55) Jesus, de fato, nos diz que “haverá menos rigor” para Sodoma no dia do juízo, do que para os Judeus que o rejeitaram, no momento de sua Primeira Vinda. (Mateus 11:24) No entanto, “haverá menos rigor” para os Judeus também, porque após a obra dessa era estiver completa, em seguida, “todo o Israel será salvo.” Essa salvação é prometida até para os Judeus incrédulos que foram rejeitados pelo favor divino devido sua rejeição por Cristo. — Romanos 11:26

SEM SALVAÇÃO UNIVERSAL

É importante notar que não há nada que prometa indicar que cada pessoa será eternamente salva da morte. O que as promessas dizem é que todos terão plena opor-tunidade para a salvação—que na vida presente apenas alguns tinham. Jesus diz que os Sodomitas não teriam sido destruídos se tivessem tido a mesma oportunidade que foi dada aos Judeus. Isso significa que os Sodomitas não tiveram uma oportunidade plena. Ele também disse que se o povo de Tiro e de Sidom tivessem se arrependido teria realizado obras semelhantes que fez em Corazim e Betsaida. Tanto Pedro como Paulo nos informam que foi na ignorância que os Judeus rejeitaram Jesus, o que mostra que eles tiveram uma melhor oportunidade do que os Sodomitas e os de Tiro e Sidom, no entanto, não tiveram uma oportunidade completa. Mateus 11:21-24; Atos 3:17; 1 Coríntios 2:8

Em 1 Timóteo 2:4 lemos que a vontade de Deus é que todos se salvem e cheguem ao “conhecimento da verdade.” Essa é uma salvação que precede o conheci-mento, e, evidentemente, é uma referência ao desperta-mento da humanidade do sono da morte, para que sejam esclarecidos. A salvação eterna de todos aqueles que forem libertados da morte Adâmica dependerá da aceitação de Jesus como seu Redentor, e obediência às leis de seu reino. Quanto a isso, Pedro declara que “toda a alma que não escutar [der atenção para] esse profeta será exterminada dentre o povo.” — Atos 3:20-23

É a isso que Jesus se refere quando, em João 5:29, ele nos diz que aqueles que tiverem praticado o mal, como os Sodomitas, os Judeus, e, em maior ou menor grau, também toda a humanidade caída, sairão para a “a ressurreição do juízo.” (Almeida Atualizada. As versões Almeida Fiel e Almeida Corrigida traduzem “a ressur-reição da condenação”) A palavra Grega usada aqui por Jesus, e que é mal traduzida por “juízo” (ou “con-denação”) é krisis, que possui o mesmo significado que a nossa palavra no Português crise—ou seja, um período de teste ou provação. Por exemplo, quando um paciente está com alguma doença e passa por uma crise, isso significa que ele está passando o período mais crucial da doença, e ficará bem. Se, durante o período crítico, houver uma piora, certamente o paciente morrerá.

No reino Messiânico, os mortos serão despertados do sono da morte, a fim de serem testados, e com base no que eles responderem a essa “crise” é que determinará se eles viverão para sempre ou terão a “segunda morte.” (Apocalipse 21:8) É por essa razão que esse período do reinado de Cristo também é chamado como Dia do Juízo, ou como Paulo afirmou o “dia” em que Deus “com justiça há de julgar o mundo.” (Atos 17:31) Será durante esse período que toda a humanidade será testada, com base no conhecimento da Verdade que, então, estará tão claro para todos que não haverá motivos para errar. — Isaías 11:9; 35:8; Habacuque 2:14

Não existe tal conhecimento claramente disponível para as pessoas de hoje. O fato de um Cristão tentar explicar a Verdade a outra pessoa não significa dizer que para tal pessoa tenha sido dada uma oportunidade justa para a salvação. Só Deus sabe o que pode ficar no caminho dessa pessoa para aceitar a Verdade. Durante os séculos da era atual, o maior dos obstáculos tem sido os métodos impróprios utilizados para divulgar a mensagem do Evangelho, e as severas perseguições infligidas sobre aqueles que não aceitam. A influência dos ensinos equivocados e das falsas doutrinas também impede que o homem aprecie as Escrituras. Além disso, muitas vezes ficam no caminho a hereditariedade, os que nos cercam e o ambiente.

Todos esses obstáculos e muitos outros existem até mesmo nos países em que o nome de Cristo é pregado. Também, a grande maioria da humanidade nunca ouviu falar sobre Jesus, ainda que de maneira distorcida ou superficial. É a vontade de Deus que todos esses sejam despertados do sono da morte e cheguem a um conhecimento claro da Verdade. Esse conhecimento completo, perfeito, será dado às pessoas ao mesmo tempo em que Satanás, o grande Enganador, será preso—quando não haverá qualquer tipo de influência que permaneça no caminho da aceitação.

Sob as influências favoráveis do reino, o puro conhecimento do Senhor estará tão disponível em toda a terra que não será necessário que alguém diga ao seu próximo, “Conhece a Jeová; porque todos me conhecerão desde o menor até o maior deles, diz JEOVÁ.” (Jeremias 31:34 TB) Só então a humanidade terá o conhecimento e a capacidade de fazer uma escolha plenamente informada a respeito de quem eles servirão e obedecerão. Se, depois desse pleno conhecimento e oportunidade dada, ainda optar em servir o mal, eles receberão “a segunda morte.” Felizmente, nós acreditamos que, poucos farão parte desse grupo. Ao invés disso, a grande maioria passará pelo período de “crise” com êxito, tendo aprendido totalmente a apreciar e servir a Deus, bem como às suas leis justas de todo o coração. Sobre esses, as Escrituras dão testemunho dizendo: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” — Apocalipse 21:3



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora