VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

“Te Veem Meus Olhos”

“Então, respondeu Jó a JEOVÁ: … Eu tinha ouvido de ti com os ouvidos; mas, agora, te veem os meus olhos”. — Jó 42:1,5 TB

TIAGO ESCREVEU: “Meus irmãos,tomai por exemplo de aflição e paciênciaos profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurado os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso”. (Tiago 5:10,11) Entendemos a partir destas palavras do discípulo que Deus considerou Jó como um de seus santos profetas e, em suas experiências há incentivo para todos do povo do Senhor, aqueles que, como Jó, encontram-se passando por provas de fogo.

Não sabemos muito sobre o contexto histórico da vida de Jó. Segundo Gênesis 46:13 ele foi, possivelmente, neto de Jacó, esteve entre as setenta almas que viajaram ao Egito procurando estar perto de José para obtenção de abundante alimentação. Se o Jó de Gênesis 46:13 é realmente o mesmo que Tiago identifica como um profeta, isso significa que seu ministério foi realizado antes da entrega da Lei, portanto ele era descendente de Abraão. Por outro lado, há aqueles que sustentam que Jó foi, na realidade, um gentio, embora quase todos concordam que ele viveu muito antes do êxodo dos filhos de Israel residentes no Egito.

No entanto, as coisas importantes a respeito de Jó não são sua identidade nacional ou o tempo no qual viveu, mas a maneira pela qual o SENHOR tratou com ele, e como ele reagiu às providências de Deus em suas circunstancias. O primeiro versículo do livro que leva seu nome, diz: “Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal.” – Jó 1:1, Nova Versão Internacional

Jó teve uma grande casa composta por sete filhos e três filhas. Ele era rico, possuía “sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente. Iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.” – vss. 2-5

O conjunto de informação referente aos filhos de Jó revela grande preocupação no sentido do continuado desfrutar das bênçãos divinas, isso indica claramente reverência para com o SENHOR e desejo sincero de agradá-lo. Jó era realmente um homem de Deus. Necessariamente, veio o tempo quando Satanás pôs o coração em tentar destruir a fé e a integridade de Jó. Houve uma reunião dos angélicos “filhos de Deus”, e “sucedeu vir também entre eles Satanás. Perguntou JEOVÁ a Satanás: Donde vens? Respondeu Satanás a JEOVÁ: De rodear a terra e de passear por ela.” – vss. 6,7 TB

Disse JEOVÁ a Satanás: “Acaso, notaste o meu servo Jó? Pois não há ninguém semelhante a ele na terra, homem íntegro e reto, que teme a Deus e que se desvia do mal. Respondeu Satanás a JEOVÁ: Acaso Jó teme debalde a Deus? Porventura não tens posto uma sebe ao redor dele, da sua casa e de tudo o que ele tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens multiplicam-se na terra. Mas estende a mão agora, toca em tudo quanto ele tem, e ele te renunciará à tua face”. – vss. 8-11 TB

A perseverança e a lealdade de muitos dos professos povos de Deus ao longo dos séculos têm sido baseadas nas boas coisas materiais com que o Eterno os abençoou. Muitos, contudo, não têm verdadeira fé, e, portanto, dependem das coisas que podem ser vistas e sentidas como evidências de que Deus está abençoando-os com seu paterno amor e cuidado. Satanás, com entendimento corrompido, não poderia conceber que alguém servisse a Deus, a menos que essa pessoa estivesse sendo beneficiada ou recompensada por isso mediante vantagens materiais de um tipo ou de outro, assim ele formulou sofisma ousado numa tentativa de minar a integridade de Jó.

Ademais, Deus poderia haver lido o coração de Jó, e saberia que ele conseguiria manter sua fidelidade, independentemente de quaisquer bênçãos materiais que possuísse, então ele disse a Satanás: “Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão.” (vs. 12) Com a mão protetora do SENHOR agora removida, Satanás trabalhou rapidamente contra Jó, trazendo extremo mal sobre ele segundo permissão de Deus.

Lemos no relato: “E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles; E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.” – vss. 13-19

JÓ PERMANECEU LEAL

Raramente, ou quase nunca, pode uma série de tamanhas calamidades entrar na vida de alguém. Os acontecimentos vieram sem aviso prévio, ainda assim Jó não estava disposto a se afastar do SENHOR por causa dos relatórios que lhe foram entregues. Ele ficou chocado e entristecido, mas em vez de culpar a Deus e lamentar sua sorte, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá. JEOVÁ deu e JEOVÁ tirou; bendito seja o nome de JEOVÁ.” – vs. 21 TB

Satanás não estava satisfeito, no entanto, e perguntou a Deus se Ele permitiria que se infligisse dano pessoal sobre Jó: “verás se não blasfema de ti na tua face.” Deus lhe concedeu essa permissão, mas com a condição de que a vida de Jó fosse poupada. Novamente Satanás agiu rapidamente, e “feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até o alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.” – Jó 2:4-8.

Em seguida quase inacreditavelmente, outro julgamento mais severo sobreveio a Jó. Sua esposa perdeu a confiança nele, e disse: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre.” Jó respondeu a sua esposa: “Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” – vss. 9,10

Três amigos de Jó, ao ouvirem sobre suas difíceis calamidades, se dispuseram a visitar e confortá-lo. O relato prossegue: “Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem. E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram; e levantaram a sua voz e choraram, e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram pó ao ar. E assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” – Jó 2:11-13.

JÓ É ACUSADO DE ERRAR

O fato de esses “consoladores” não dizerem absolutamente nada durante os primeiros sete dias de sua visita deve ter sido, em si, uma provação adicional para Jó, dadas as circunstâncias funestas. Além disso, quando finalmente começaram a falar com ele, revelaram um ponto de vista generalista não autorizado. Deus ficou tão descontente com as palavras irrefletidas que, finalmente, disse a Elifaz, o temanita: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” – Jó 42:7

O conceito que os ‘consoladores’ tinham e que comunicavam a Jó estava totalmente errado. Insistiram que os sofrimentos eram devidos aos pecados cometidos que não haviam sido confessados nem a Deus nem aos seus companheiros. Em outras palavras, Jó foi acusado de ser hipócrita, o que acrescentou-lhe ainda maior entristecimento. A este respeito, as aflições de Jó eram um pouco semelhantes àquelas sofridas por Jesus. Embora nascido como Filho de Deus, com o objetivo fundamental de, eventualmente, ser um Rei, as grandes realidades que lhe dizem respeito foram contestadas, e ele mesmo foi finalmente condenado à morte como resultado dessas “contradições dos pecadores.” – Hebreus 12:3

Nem tudo que os consoladores de Jó falaram a respeito dele era falso. Elifaz disse-lhe: “Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas. As tuas palavras firmaram os que tropeçavam e os joelhos desfalecentes tens fortalecido. Mas agora, que se trata de ti, te enfadas; e tocando-te a ti, te perturbas.” – Jó 4:3-5.

Essa declaração por intermédio de Elifaz indica que Jó era sim um homem importante na terra de Uz, um professor de religião e auxiliador para os outros. No entanto, a fraqueza humana é igual onde quer que se encontre, e está presente em um grau ou noutro em todos nós. É verdade que, enquanto fazemos o que podemos para confortar alguém em suas dificuldades, quando os problemas nos atingem, podemos perder de vista o ponto focal que expusemos a outrem. Como resultado, nós talvez queiramos saber algo sobre porque o SENHOR está nos permitindo experimentar tanto sofrimento.

FLORESCERÁ O INÍQUO

Em considerando a acusação de que Jó estava sofrendo por causa de algum pecado grave secreto, Elifaz disse: “Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade, e semeiam mal, segam o mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem.” – vss. 7-9

Jó não foi perturbado por essa condenação, pois ele sabia que não continha verdade. Entendeu que muitas vezes os mais perversos florescem na terra. Malaquias tratou o assunto corretamente, dizendo: “Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus!” (Malaquias 3:15 NVI) Isso era real na época de Jó. Ainda continua sendo um fato certo hoje, e provavelmente será verdade, até Satanás estar preso e os “novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça” estiverem estabelecidos. (2 Ped. 3:13) de maneira que Jó enfatiza essa condição do presente mundo mau: “ As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo.” – Jó 12:6

Impondo acusação de hipocrisia, ainda mais gravosamente imputada contra Jó, Elifaz afirma: “Apega-te, pois, a ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem.” (Jó 22:21) Esse texto é bastante conhecido, mas sua localização no Livro de Jó geralmente tem sido negligenciada. Aqui o companheiro de Jó está dizendo que a razão pela qual o homem não desfruta de paz reside em ele continuar afastado de Deus por meio de seu pecado, e ele insiste que Jó deve ir ao SENHOR e corrigir a situação.

Não faz sentido que todos os que estão familiarizados com Deus tenham certeza do permanente usufruto tranquilo. Muitos, em seus momentos difíceis de julgamento são sempre incomodados na alma. Eles não perdem a fé em Deus, necessariamente, assim como Jó não perdeu. No entanto, tais indivíduos não estão convictos, por vezes, a respeito de porque o SENHOR permite tais experiências amargas no âmbito pessoal, e, em sua perplexidade estão muito preocupados e perturbados, mesmo que apenas por limitado período.

Seguindo a argumentação, Elifaz continua: “Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as suas palavras no teu coração. Se te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniquidade da tua tenda, E deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir nas pedras dos ribeiros, Então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata acumulada. Porque então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus. Orarás a ele, e ele te ouvirá, e pagarás os teus votos. Determinarás tu algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. Quando te abaterem, então tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde. E livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” – vss. 22-30

RESPOSTA DE JÓ

Jó sabia que não poderia “voltar para o Todo-Poderoso”, pois nunca o deixou nem se afastou de sua fidelidade a Deus. Percebia, igualmente, que, embora as palavras do amigo pudessem ter soado superficialmente razoáveis, não tipificavam o ponto de vista adequado. Sabia que não tinha se perdido sua riqueza, porque esta havia sido fornecida por Deus. A dificuldade de Jó estava em entender por que Deus havia permitido tais calamidades graves virem sobre ele. Sentiu que, embora o mal não parta da Divindade, havia sido removida certamedida da comunhão harmônica gritou: “Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal.” – Jó 23:3

Jó explicou desesperadamente como estava tentando encontrar o SENHOR. Ele articulou: “Eis que se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. Se opera à esquerda, não o vejo; se se encobre à direita, não o diviso.” (vss. 8,9) Aqui Jó utiliza sentido figurativo. Quão bem ele desenha imagens das situações experimentadas por muitos pertencentes ao povo do SENHOR. Em nossos testes complicados e comoventes, algumas vezes, procuramos saber o significado das providências Divinas em nossas vidas. Ao fazê-lo reflitamos apropriadamente sobre nossas próprias atitudes, e examinemos cuidadosamente nossos motivos para discernirmos se cometemos erros.

Em sua perplexidade, porém, Jó não perdeu a fé, pois no versículo seguinte, encontramo-lo dizendo: “Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro.” (vs. 10) Embora Jó tenha buscado uma maior compreensão das providências de Deus, reconhecia que o SENHOR estava cuidando pessoalmente dele. Também notava que suas experiências amargas não eram evidências de descontentamento do SENHOR, mas apenas comprovavam exame necessário. Jó confiava também que, no devido tempo, o julgamento seria concluído, e, pela graça de Deus, ele triunfaria sobre o mesmo e‘apareceria como o ouro’, ou seja, resistiria ao teste.

DEUS RESPONDE A JÓ

Houve muita discussão entre Jó e seus amigos, mas, finalmente, uma quarta pessoa se juntou a eles, a saber, Eliú. Ele não condenou Jó tão diretamente como fizeram os demais, contudo, não oferecia nenhuma ajuda especial para o ofendido. Então, Deus falou a Jó diretamente: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás. Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pós as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina.” – Jó 38:2-6

As perguntas de Deus a Jó continuaram quase ininterruptamente durante todo o texto dos capítulos trinta e oito a quarenta e um. Então Jó respondeu ao SENHOR e disse: (Jó 42:2 NVI) “Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” Essa foi a instrução que Deus estava fornecendo por meio das muitas perguntas que propôs. Jó sabia que não tinha cometido pecado grave que justificasse o sofrimento experimentado. Contudo,ele não conseguiu imediatamente entender sequer a grandeza, o poder e a sabedoria do Criador durante as tentativas de descobrir o significado dos males persistentes. Depois, Jó percebeu o que um Deus tão sábio e grandioso podia fazer, tendo razões para permitir certas experiências, negativas, estas razões às vezes podem estar muito além da capacidade humana de entendimento. Ele entendeu que deveria aceitar esse fato sobre a base da fé e continuar a servir o SENHOR, nele se alegrando.

Como Jó maravilhosamente aprendeu essa importante lição! Ele disse, conforme afirmado em nosso texto temático: “Eu tinha ouvido de ti com os ouvidos; mas, agora, te veem os meus olhos.” (vs. 5 TB) No início da tribulação, após lamentar o fato de seus amigos, sua esposa e os servos em sua casa o desprezarem, Jó podia desabafar confiante: “ Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.” (Jó 19:25-27) Ele também havia orado a Deus: “ Se tão somente me escondesses na sepultura … se tão somente me impusesses um prazo e depois te lembrasses de mim!” – Jó 14:13 Nova Versão Internacional

Nas declarações de Jó, se acha expressa viva esperança na ressurreição e crença exata de que, quando voltar à vida carnal, ele irá “ver Deus”. Isso, no entanto, não significa visão literal, mas compreensão de Deus, ou seja, revelação integral do caráter divino ensinado mesmo antes da morte, porquanto se disse: “te veem os meus olhos.” Que ocasião inesquecível deve ter sido esta para Jó, e como ele deve ter se alegrado porque tinha encontrado novamente o SENHOR, podia enfim vê-lo em Seus objetivos e entender melhor o significado de Suas providências.

Será em sentido análogo que toda a humanidade, durante o Reinado Milenar de Cristo, virá para “ver” o SENHOR. Em Isaías 25:6-9, o Reino Messiânico é simbolizado por um monte, somos informados de que nesse monte Deus “destruirá … a face da cobertura lançada sobre todas as pessoas, e o véu que está espalhado por todas as nações.”

Jó consignou que o Redentor “estaria no último dia sobre a Terra”, e isso é verdade. Cristo Jesus é o grande Rei e Mediador que vai governar e abençoar o povo. Num simbolismo, ele é referido como o “braço do SENHOR”, o que lhe garante profundo respeito, lemos: “ JEOVÁ tem desnudado o seu santo braço aos olhos de todas as nações, e todos os confins da terra verão a salvação de nosso Deus.” – Isa. 52:10; 53:1 TB

Finalmente, toda a raça humana, tendo passado pela experimentação de longo período noturno – sofrimento e morte –, em sua maior parte, sem o benefício de qualquer conhecimento claro sobre Deus, será capaz de vê-Lo nas ricas chuvas de bênção que sustentarão toda carne naquele tempo. Assim como Jó finalmente ‘viu’ e contemplou o verdadeiro Deus mais claramente do que nunca, também será tal o destino daqueles que aceitam as disposições da graça divina através do Redentor e obedecem às leis justas do Reino.



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora