DESTAQUES DA AURORA

A Esperança de Paz Universal

“Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.” — Lucas 2:14

ESSE FOI O CÂNTICO DOS anjos ouvido pelos pastores de Belém na noite do nascimento de Jesus. Nunca houve maior canção orquestrada para audição humana. Assim como o som em si, suas palavras têm funcionado como conforto durante mais de vinte séculos dolorosos. Apesar disso, o homem recebe sua nota de maior triunfo, oponível a guerra, ameaça de guerras, reviravolta política, dominação entre nações e muitas outras querelas sociais, governamentais e econômicas graves que a humanidade enfrenta hodiernamente.

Não há concretude imediata nem corroboração na mensagem dos anjos, como devem notar todas as mentes bem treinadas. Cabe, naturalmente, a pergunta: “Por que não haveria paz na terra?” Certamente o homem deve preferir paz e vida, não sofrimento e morte. Há paz no céu, onde os santos anjos habitam. Sobre o trono do Todo-Poderoso reside perpétua calma. Por que uma condição semelhante não poderia existir nesta terra? Será que Deus não quer paz neste planeta, e, pois, ele tem satisfação em ver conflitos e derramamento de sangue entre os diferentes grupos étnicos da espécie humana? Certamente não é assim, especialmente considerando que a Bíblia nos garante: ‘Deus é amor’, ele sem dúvida está onisciente na realização de seus propósitos benevolentes.

SEU NASCIMENTO NÃO TROUXE PAZ

Outra questão apresentada é esta: Por que não trouxe o nascimento de Jesus, o Príncipe da Paz, a paz prometida na terra, e uma boa vontade entre os homens? Nós conhecemos os fatos e, realmente, grande parte do mundo não sabia nada sobre o nascimento de Jesus, o Filho de Deus, até muito tempo depois de sua primeira vinda. Exemplificando, uma multidão ouvira falar de Jesus, o ‘fazedor de milagres’ em Israel, durante seu breve ministério ali, mas, no máximo, aquelas pessoas simplesmente interpretavam-no como mais um profeta, elas não levaram sua missão a sério em cada aspecto. O mundo não conseguia conter-lhe em seus assuntos. No entanto, Jesus forneceu um código que se aplica na sociedade, na vida doméstica, na administração pública, e serve para mostrar que o indivíduo a quem os homens devieram haver seguido teria revolucionado a ordem social, destruído o orgulho e o egoísmo, amor surgiria exaltado nos corações humanos. Na verdade, onde o amor habita, a paz deve necessariamente existir, pois nenhum homem deliberadamente briga com alguém que ele realmente ama.

Todavia, na primeira vinda de Jesus, o tempo não apontava para a aplicação de tais princípios. Muitos eventos precisam ocorrer, e numerosos dilemas são suscitados antes que o mundo aprenda lições essenciais à felicidade futura. O nascimento de Jesus foi apenas um passo inicial no programa divino. Outros passos consistiram no Messias crescer até atingir completo vigor masculino, pregar o Evangelho, consumar milagres, morrer no Calvário como grande oferta de resgate do mundo pecador, ser ressuscitado dentre os mortos, e subir ao céu. Ele então, passou a ser feito “Cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo.” (Efésios 1:22,23) Em última análise, como ser espiritual glorioso do mais alto nível, Cristo voltará em seu Segundo Advento, derrubando os impérios deste mundo em um grande período de angústia, e, logo após, estabelecerá seu próprio reino de justa paz em todas as regiões.

Falando do último evento acima mencionado, o profeta Isaías escreveu: “O governo está sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz, não haverá fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo de JEOVÁ dos Exércitos cumprirá isso.” – Isa. 9:6,7 TB

GRANDE NECESSIDADE MUNDIAL

Uma das maiores necessidades humanas hoje refere-se a pacificação em âmbito internacional. A história registra que há milhares de anos a maré violenta subiu, inquietando todo o mundo, quebrando nas costas dos povos mares tempestuosos, caos onde quer que os seres humanos vivam. Em alguns períodos curtos, mais silenciosos, os espíritos de homens piedosos introduziram reformas, o poder intelectual ou o amor pela aprendizagem predispôs arte renovadora, contudo apenas sucederam mais e maiores confrontos.

A história europeia é, principalmente, um registro de derramamento de sangue, tanto antes quanto depois da Reforma. Após a Guerra dos Sete Anos na Europa vieram as campanhas napoleônicas que custaram somente à Inglaterra dois milhões de vidas, para não falar dos conflitos posteriores. Os Estados Unidos também não escaparam dos males guerrilheiros. Após a Revolução Americana e sua luta anti-México veio a devastadora Guerra Civil entre Norte e Sul. Continuando, na Europa, em 1870, as nações lá novamente manifestaram seu desejo voltado para o combate, que não resolveu nada. Depois, em sucessão quase contínua, vieram a Guerra Boer, Guerra Hispano-Americana, Guerras Balcânicas, Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, Guerra do Golfo Pérsico, e as inacabadas guerras no Afeganistão e no Iraque.

I & II GUERRAS MUNDIAIS, SUAS CONSEQUÊNCIAS

O que o mundo ganhou com as duas guerras mundiais, o mais devastador de todos os conflitos compostos dos últimos cem anos? Será que elas forneceram qualquer solução para os problemas que enfrentavam à época os países envolvidos? Elas tornaram a vida melhor para as pessoas comuns? Será que elas ofereceram emprego permanente para pessoas que precisavam de trabalho, tornando, assim, muitos lares felizes e criando real, prosperidade confiável? Será que elas construíram um mundo mais seguro, e proporcionaram maior confiança nos governos e garantias sólidas para o povo no futuro? Será que as Guerras Mundiais fizeram ao menos uma dessas coisas, ou causaram puro sofrimento geral, o que ainda está sendo sentido por toda a terra? A resposta é óbvia.

O fruto das duas grandes guerras tem sido pobreza, desemprego, descontentamento, desânimo, desacordo político trágico – fomentando agitação, revolução interna por todos os meios, terrorismo e medo do que virá a seguir. Apesar da redução na proliferação armamentista entre as superpotências mundiais, esses países ainda mantêm enormes estoques de armas nucleares com ampla variedade de tamanhos e potenciais destrutivos e o medo de pequenas nações obterem tais armamentos cresce dia após dia.

As Nações Unidas, completando quase setenta anos, tem mostrado que é inócua, não pode impedir guerras. Muitos agora percebem que a paz do mundo hoje se encontra fora da alçada de qualquer líder ou grupo de estadistas.Uma razão fundamental pela qual as nações não têm paz é que elas não a querem suficientemente. Quando desejarem o suficiente, chegando a suplicar com toda sinceridade a Deus para que Ele envie-a, então a calma virá. No entanto, isso não acontecerá até depois da última grande batalha, que as Escrituras chamam Armagedom, quando o poder das nações egoístas cairá, não levantando novamente. Quanto a esta luta final, [assisti-la-emos com fé], o salmista Davi profetizou: “Vinde, contemplai os feitos de JEOVÁ, que tem feito desolações na terra. Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco, despedaça a lança; queima os carros no fogo.” – Sal. 46:8,9 TB

PAZ MUNDIAL RELATIVA EM 2014

Desde 2007, o Instituto de Economia e Paz, uma organização global de pesquisa sem fins lucrativos, com auxilio de vários grupos de estudos em todo o mundo, desenvolve o Índice Global da Paz (“IGP”). O IGP é uma tentativa de medir a posição relativa à paz nas nações, e atualmente abrange 162 países. Os critérios utilizados para fixar o ranking incluem fatores internos, como violência e crime no interior do país, bem como medidas associadas a relações externas de uma nação, como gastos militares e atividade em guerras e conflitos internacionais.

Na tentativa de avaliar “tranquilidade relativa”, o IGP investiga até que ponto os países estão envolvidos em conflitos internos e externos correntes. Vários indicadores gerais avaliam o que é pensado como critério para a relativa segurança e proteção na sociedade. As baixas taxas de criminalidade, incidência mínima de atos terroristas e manifestações violentas, relações harmoniosas com os países vizinhos, cenário político estável e pequena proporção da população deslocada internamente são sinais de tranquilidade.

A cada ano, o índice atualizado é divulgado nos principais fóruns discursivos do mundo, incluindo as Nações Unidas. Para o ano de 2014, o IGP indica que a Islândia é o país mais pacífico, seguido por Dinamarca, Áustria, Nova Zelândia, Suíça, Finlândia, Canadá, Japão, Bélgica e Noruega.No extremo oposto do espectro, o país classificado como menos pacífico em 2014, na posição nº162, é a Síria, precedida por Afeganistão, Sudão do Sul, Iraque, Somália, Sudão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Paquistão e Coréia do Norte. Os Estados Unidos ocupam o que muitos considerariam decepcionante nível – posição nº101 – e as outras duas grandes potências mundiais, China e Rússia, são classificadas em nº108 e nº152, respectivamente.

Independentemente de como se podem interpretar as estatísticas supracitadas, é claramente evidente que o “novo milênio”, agora com 14 anos de idade, ajudou pouco a aumentar as perspectivas de paz em todo o mundo. O profeta Jeremias, no que diz respeito à nação de Israel, escreveu estas palavras, que descrevem tão apropriadamente os padrões presentes em todo o planeta: “Esperávamos a paz, mas não veio bem algum; esperávamos um tempo de cura, mas somente terror.” – Jer. 8:15 NVI

A MENSAGEM DA BÍBLIA

O tema aqui inspira convicção de que a Bíblia é uma verdadeira mensagem de paz. Na realidade, a Bíblia é a única autoridade confiável, que estende a esperança de paz universal para a humanidade. Que serenidade para a família humana era a intenção original do Criador resta claramente indicado pelo ambiente de paz em que Deus colocou nossos primeiros pais. No Éden não havia contendas, nem havia qualquer maldição sobre o homem. A maldição veio mais tarde, após o pecado entrar. Então, o SENHOR disse: “Maldita é a terra por tua causa; … Espinhos e cardos trará diante de ti; … No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra; porque dela foste tomado; porque tu és pó, e em pó te tornarás” – Gên. 3:17-19

Não demorou muito tempo depois da queda de Adão até surgir na Terra o ânimo delinquente. O primeiro assassinato deu provas ao poder da ira ciumenta que tinha ingressado no coração humano. Com a reprodução antrópica apareceram guerras. Lemos sobre elas nos dias de Abraão. No decorrer do tempo, foram criados poderosos reinos gentios — Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Tudo isso veio à existência por meio de combates. Estes foram previstos pelo profeta Daniel, que observou na visão quatro bestas enormes subindo para fora do oceano. – Dan. 7

Esses quatro animais representam os referidos quatro impérios mundiais que manteriam domínio sobre a humanidade por muitos séculos. Embora autorizados a fazê-lo por Deus, Ele, não obstante, via-os como “bestiais”, pois falharam miseravelmente em trazer quietude para a espécie humana. O mar a partir do qual esses animais simbólicos surgiram retrata contenda, conflito e guerra. Tudo isso é legitimado pelos fatos históricos, porquanto tem sido, principalmente, por meio de selvagens matanças que todos os impérios assumem autonomia extensa. ”Deves tornar próprio” tem sido uma das máximas mundanas, e isso costuma ser consumado de forma egoísta, apesar dos constantes registros continuamente expositores de tristeza e aniquilamento cruel entre a raça humana.

OUTRAS NECESSIDADES HUMANAS

Não é meramente a cessação das beligerâncias que o mundo precisa assimilar.Outra grande urgência se traduz em descanso e paz quanto à dificuldade econômica que milhões suportam tentando sobreviver.Para a maior parte da humanidade, viver é uma batalha do berço ao túmulo. Isso se deve, parcialmente, a vantagens desonestas reservadas a alguns devido ao fato de certas pessoas, egoisticamente exercerem influência sobre seus companheiros.Análoga situação ocorre, em escala ainda maior, com relação a nações. Existem algumas nações ricas, mas a maioria das demais está emergindo sob terrível pobreza ou buscando, em esforços significativos, para fazê-lo. A terra é amplamente produtiva para todos. No entanto, os seus produtos são encurralados e controlados de modo a proporcionar uma abundância para poucos, mas pouco para milhões.Esta condição desigual deixará de existir com o estabelecimento do Reino Messiânico.Temos imutável garantia mediante profeta inspirado de Deus, que escreveu: “Eles edificarão casas e nelas habitarão [não alugarão casas de outras pessoas]; plantarão vinhas e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outrem habite; não plantarão para que outrem coma… Não farão mal, nem destruirão em todo o meu santo monte [reino], diz JEOVÁ.” – Isa. 65:21-25 TB

O mundo precisa mesmo de livramento da doença, do sofrimento e da morte. Tudo isso virá quando o Príncipe da Paz começar seu reinado glorioso. O escritor do Apocalipse fala simbolicamente da “árvore da vida”, e que suas folhas serão para “a cura das nações.” (Apo. 22:2) Ele também declara que “não haverá mais morte, nem pranto, nem choro, nem haverá mais dor”, quando o Plano das Eras Divinas estiver totalmente consumado. (Cap. 21:4) Positivamente, para o mundo atingido pela tristeza momentosa, somente a Bíblia oferece vislumbre magnânimo e consistente da vinda de plenitude universal.É por esse motivo que os anjos cantaram um hino alegre na noite do nascimento de Jesus.

UM FUTURO GLORIOSO

Imaginemos por um instante o que significa o cumprimento das profecias contidas na Bíblia para o mundo. ”Sucederá, nos dias vindouros, que o monte [reino] da Casa de JEOVÁ… e será exaltado elevará sobre os outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte de JEOVÁ, à Casa do Deus de Jacó; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e andaremos nas suas veredas; porque de Sião [a fase celestial governante do reino] sairá a lei, e de Jerusalém [a fase terrestre do reino] a Palavra de JEOVÁ … das suas espadas forjarão relhas de arado e das suas lanças, podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” – Isa. 2:2-4 TB

De fato, quando os homens deixarem de “aprender a guerra” deixarão de fazer guerra. Quando deixarem de odiar vão aprender a amar.Quando deixarem de seguir os caminhos do mal vão aprender a seguir os caminhos justos de Deus.Quando se tornarem chocados com suas próprias falhas reproduzidas ao longo de todo empenho humano caído, vão procurar ajuda divina.A limitação do homem será oportunidade de Deus. Então, o amor se tornará lei geral, e ódio ficará em desuso perpétuo diante dela. A humanidade aprenderá a pensar de maneira saudável, com equidade, bondade e pureza, desinteressadamente, com apoio de Deus, será levantada para um domínio supremo da existência. Alcançar tal objetivo constituirá tarefa estupenda do Reino Universal de Cristo. Como Deus e Cristo estarão no comando, nós sabemos que nada pode falhar!

Todos os que têm fé na Palavra divina da verdade, e que estão vivendo na expectativa da grande Era da vida com paz, podem agora levantar a cabeça e se alegrar.Todos os sinais de profecia cumprida hoje indicam que a gloriosa Era Messiânica está próxima. Quando firmemente estabelecido, Deus cumprirá aos homens a promessa maravilhosa de paz universal na Terra, assim como prometido vez após vez nas Escrituras Sagradas.



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora