DESTAQUES DA AURORA

“Todo olho o verá”

“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele.” —Apocalipse 1:7

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO é um assunto de muito interesse de cristãos já que o próprio Jesus falou profeticamente sobre isso quase dois mil anos atrás. Muitas teorias já foram propostas ao longo dos séculos sobre o modo e o objetivo de um evento tão maravilhoso. Previsões vieram e se foram a respeito de quando isso poderia acontecer, juntamente com a decepção que, em geral, aconteceram pelo fato das circunstâncias não terem se materializado como o esperado.

Hoje, muitos ainda acreditam que o Segundo Advento de Cristo, não só vai acontecer, mas que não está muito distante no futuro. De acordo com uma pesquisa recente do Pew Research Center, em Washington, DC, 41% dos norte-americanos, de todas as afiliações religiosas, acreditam que a Segunda Vinda de Jesus ocorrerá no ano de 2050, menos de 40 anos a partir de agora. Mesmo entre aqueles americanos que afirmam não ter religião, 20% acreditam que Cristo voltará em 2050. A pesquisa Pew também constatou essa estatística interessante: os americanos sem ensino superior (59%) são muito mais propensos a acreditar nessa vinda em 2050 do que os graduados (apenas 19%).

Independentemente de como o homem tem visto este ensinamento ao longo dos séculos, ou mesmo das atuais estatísticas da segunda vinda de Cristo, essa é uma das doutrinas proeminentes da Bíblia. Há muitas profecias, tanto no Antigo Testamento e no Novo, que fala sobre isso. Muitas dessas profecias são redigidas em linguagem simbólica, mas algumas outras não são. Enquanto vários simbolismos são utilizados, todos eles são harmoniosos quando bem compreendidos e definidos claramente os fatos essenciais sobre a volta do Senhor e o período de sua segunda presença. O objetivo final deste período será a instituição do reino mediador há muito prometido por Cristo, que estabelecerá a vontade divina por toda a terra e destruirá todos os inimigos da verdade e da justiça.

Essencial para a compreensão das profecias referentes ao retorno de nosso Senhor e de sua segunda presença é o reconhecimento de dois fatos importantes. Em primeiro lugar, na sua morte Jesus, a vida do mundo, o seu corpo, a sua humanidade. Em segundo lugar, na sua ressurreição pelo poder de Deus, ele foi exaltado à natureza divina, até mesmo muito acima dos anjos, principados e potestades. (João 6:51; Efésios 1:19-22; Colossenses 1:15; 1 Pedro 3:18) Por natureza, Jesus agora é invisível ao olho humano, assim como Deus também é invisível. Uma vez que é este ressuscitado, o Cristo divino que retornará em seu Segundo Advento, a sua presença terá de ser reconhecida, exceto em vê-lo a olho natural. Confirmando isso, Paulo disse que nós conhecemos “Cristo segundo a carne… não mais.” – 2 Coríntios 5:16

Embora estivesse ainda com seus discípulos antes de sua crucificação, Jesus disse-lhes: “Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.” (João 14:19) Os fiéis seguidores do Mestre verão Jesus em seu corpo glorioso divino, porque, na ressurreição, são feitos como ele. João explicou isso, dizendo: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” – 1 João 3: 2

AS APARIÇÕES DE JESUS

É verdade que Jesus milagrosamente apareceu aos seus discípulos várias vezes após sua ressurreição. No entanto, em nenhuma dessas ocasiões os discípulos viram Jesus “como ele é”, ou seja, eles não viram seu novo corpo, divino. Ao longo do Antigo Testamento, há uma série de referências às aparições de anjos em corpos humanos. Por natureza, os anjos são invisíveis ao olho natural, e quando apareciam para os seres humanos com o propósito de transmitir mensagens, era necessário para que eles se materializassem em forma humana. Eles receberam autoridade e poder divino para fazer isso, mas não foram vistos pelos homens em seus corpos espirituais, angelicais.

O Cristo divino ressuscitado também tinha esse poder, e usou-o várias vezes quando ele apareceu aos seus discípulos entre sua ressurreição e ascensão. Vamos examinar alguns dos fatos relativos a essas aparências. Primeiro de tudo, vamos lembrar que a roupa utilizada por Jesus foi descartada no momento da sua crucificação, e que suas roupas fúnebres foram encontradas no túmulo. Sua primeira aparição foi a Maria, que pensou que ele fosse o jardineiro. Na verdade, ele estava vestido como um jardineiro, a roupa sendo uma parte da materialização, como por ocasião de suas outras aparições. Maria não reconheceu Jesus por sua aparência ou suas roupas, mas pelo tom familiar de sua voz quando ele falou o nome dela. – João 20:13-16

Outro aspecto notável por Jesus foi a dois discípulos que viajavam para Emaús. (Lucas 24:13-32) Nessa ocasião, Jesus evidentemente falou com seus discípulos por várias horas, mas eles não o reconheceram. Para eles, ele era um “estranho”. Ele entregou uma mensagem maravilhosamente inspiradora para eles sobre a necessidade do sofrimento e da morte do Messias como predito nas Escrituras do Antigo Testamento. No entanto, eles não reconheceram quem era que estava transmitindo esta informação maravilhosa para eles. Não foi até o fim do dia, quando Jesus pediu a bênção sobre a refeição da noite e eles perceberam que era realmente ele. Evidentemente, ele pediu propositadamente a bênção em sua antiga maneira de ser, e foi isso que abriu os olhos deles para a sua identidade.

Quando Jesus apareceu aos seus discípulos na costa da Galiléia, ele revelou-se a eles, sugerindo que eles lançassem as redes do outro lado do barco, e foi imediatamente preenchida com peixes. A razão pela qual isto foi tão convincente é que ele tinha realizado um milagre semelhante quando os chamou para o ministério. (Lucas 5:1-11; João 21:1-14) Cada uma das aparições de Jesus era diferente das outras, e enquanto ele servia para convencer seus discípulos que ele tinha sido ressuscitado dos mortos, ao mesmo tempo, eles perceberam que ele tinha mudado. Ele já não era Jesus no corpo, em carne, mas um espírito poderoso, sendo que poderia ir e vir sem ser observado por olhos humanos, exceto quando ele escolhesse para manifestar-se a eles, materializando na forma de um ser humano.

“O INCRÉDULO TOMÉ”

Uma das aparições notáveis de Jesus aos seus discípulos depois da sua ressurreição foi em resposta à declaração feita por Tomé, que declarou que ele não acreditaria que seu Mestre havia ressuscitado dentre os mortos, a menos que ele pudesse ver as marcas dos cravos em suas mãos e pés, e colocasse a mão na ferida em seu lado, infligidos pela espada de um soldado romano, enquanto Jesus estava pendurado na cruz. (João 20:24-29) Jesus não estava visível quando Tomé fez esta declaração. No entanto, ele sabia sobre isso, e para satisfazer a duvida dele apareceu para todos os discípulos no cenáculo, enquanto as portas estavam fechadas, e pediu para Tomé olhar para as mãos e os pés, e por a mão no seu lado.

Este incidente foi erroneamente tomado como significando que Jesus será por toda a eternidade um ser humano, com suas mãos, os pés e o lado marcados. Poderíamos dizer também que Jesus vai ser um jardineiro para sempre, ou como o “estranho” que andou com os dois de Emaús. Qual é a verdadeira explicação destes incidentes da aparência de Jesus? Imediatamente após o seu relato da aparição especial de Jesus a Tomé, João explica o assunto, dizendo: “Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.” – João 20:30

Como João diz, todas as aparições de Jesus aos seus discípulos, em qualquer tipo de corpo que ele usou na época, eram “sinais”. Eles não viram o Cristo divino, mas apenas estes corpos materializados. Na verdade, eles viram, corpos carnais humanos. Tomé viu um com marcas dos cravos em suas mãos e pés. Ele não viu um ser espiritual, mas um corpo carnal em que Jesus apareceu milagrosamente. Foi por essas aparições, e as coisas que Jesus lhes disse que todos eles, finalmente, estavam convencidos de que ele havia sido ressuscitado dos mortos. Lucas escreveu a respeito de Jesus: “Aos quais [os discípulos] também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.” – Atos 1: 3

UMA VISÃO SIMBÓLICA

A questão é saber realmente se Jesus retorna em seu Segundo Advento como um ser divino invisível, como é possível que “todos os olhos” o vejam? Será que Jesus novamente se materializará e aparecerá como um homem, a fim de convencer o mundo de que ele voltou? Não acreditamos que seja assim. Ao invés disso, uma compreensão adequada dessa afirmação no nosso texto pode ser encontrada através do reconhecimento de que a Bíblia muitas vezes usa a ideia de “ver” ou de “visão” para simbolizar discernimento ou compreensão.

Referindo-se ao evangelho do reino que ele pregou, Jesus disse que os homens santos de outrora haviam desejado “ver” essas coisas, mas tinham sido incapazes de fazê-lo. Então, o Mestre disse aos seus discípulos: “Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” (Mateus 13:16,17) Aqui não há nenhuma referência para olhos e visão literais. O pensamento é de discernimento e entendimento de que foi concedido aos discípulos pelo favor especial do Senhor.

Quando Jó estava sofrendo grande aflição que Deus permitiu vir sobre ele, disse: “E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.” (Jó 19:26,27). Jó era um dos profetas de Deus, e podemos entender que isso seja uma profecia do tempo em que a glória do Senhor encherá toda a terra, e todo homem verá, ou discernirá, juntos. Isto está falando de uma visão simbólica, declarada pelo próprio Deus a Moisés: “porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá.” – Êxodo 33:20

No caso de Jó, também houve um cumprimento mais imediato de sua profecia. Quando ele havia aprendido a lição importante do julgamento severo que tinha vindo sobre ele, Jó disse a Deus: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos.” (Jó 42: 5) Esta não era uma visão literal que Jó tinha do Todo-Poderoso, mas um discernimento, uma compreensão da sua grandeza, sua sabedoria, seu amor e seu poder. Jó tinha aprendido a entender melhor o grande Criador como resultado de suas tribulações, e ele descreve esse entendimento como ver a Deus.

Isaías 52:10 diz: “O Senhor desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Este é um uso simbólico muito revelador do sentido da visão. O “santo braço” referido neste texto é Jesus, o Messias. Em primeiro lugar, este “santo braço” era “era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos” “como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” – Isaías 53:3,7

Este “santo braço” do Senhor, que se tornou “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, não foi revelado, ou “desnudou… perante os olhos de todas as nações”, no seu primeiro advento. (João 1:29) O “relato” profético de sua grandeza como o Messias não foi acreditado por aqueles de sua própria nação, exceto por uma pequena minoria que se tornaram seus seguidores devotos. Ele veio como a “luz do mundo”, mas o mundo rejeitou a luz, e continuou na escuridão.

O plano de Deus, centrado em Jesus como seu “santo braço”, para iluminar e abençoar todas as famílias da terra, ainda está para ser realizado. Isaías escreveu: “E o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Isaías 53:10) A obra sacrificial de Jesus na Sua primeira vinda foi a redenção para a humanidade do pecado e da morte, e, portanto, foi essencial para o desenrolar do plano de salvação de Deus. No entanto, não é, até o período de sua segunda presença que este “santo braço” será “desnudado”, ou revelado, “aos olhos de todas as nações.” Então, “todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” que Jesus, desde a Sua primeira vinda, deu a sua carne, sua vida terrena, pela maldição do pecado e morte da humanidade.

Citamos esta profecia como outro exemplo do uso simbólico do sentido da visão. Ninguém vai afirmar que a profecia se refere ao “braço” literal do Senhor. O braço é simbólico, e seu ser desnudo aos olhos de todas as nações, também é simbólico. É só por causa das falsas noções que muitos tiveram a respeito de Jesus desde a sua ressurreição, e à maneira de seu retorno, que eles tentaram visualizá-lo literalmente aparecendo nas nuvens como um homem, com todos os olhos literais na terra contemplando-o. Se examinarmos esta profecia à luz da razão, assim como outras escrituras em que o olho e a visão são usados para denotar discernimento, torna-se compreensível e harmonioso com o testemunho geral da Palavra de Deus.

ELE VEM COM AS NUVENS

A primeira parte do nosso texto de abertura diz: “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá.” Do ponto de vista literal, esta é uma afirmação estranha, porque qualquer coisa, ou qualquer ser, vindo “com as nuvens” seria mais provável estar escondido pelas nuvens. No entanto, a linguagem desta profecia implica que são essas mesmas “nuvens” que revelam a presença de Jesus. Nuvens são usadas nas profecias da Bíblia para simbolizar o sofrimento e a angústia, e Jesus explicou aos seus discípulos que um dos sinais de sua volta e segunda presença seria um momento da “grande tribulação”. –Mateus 24:21,22

Agora, note a profecia ainda mais simbólica de Jesus, conforme registrada por Lucas: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.” – Lucas 21:25-27.

Mateus cita uma parte desta mesma profecia, que diz: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” (Mateus 24:30) Há muitas evidências de que o mundo está passando agora através do tempo predito “grande tribulação”, e já existe grande pranto por “todas as tribos da terra “.

O mundo em geral não compreende ainda corretamente o significado da presente “perplexidade da angústia das nações.” Para aqueles que não estão familiarizados com a “firme palavra profética”, este “sinal do Filho do homem” ainda não se manifestou. No entanto, no devido tempo, em seguida, “todo o olho verá” e irá discernir o significado da “tribulação”, e entender que Cristo voltou a estabelecer o seu reino há muito prometido. Na verdade, até agora os “observadores”, fiéis, mas apenas estes, estão vendo as muitas evidências de que Cristo já retornou, de forma invisível, e está envolvido nos trabalhos preparatórios necessários para o estabelecimento de seu reino.

AQUELES QUE O TRANSPASSARAM

Nosso texto enfatiza que “eles também” que perfuraram Jesus “verão” a ele, e, juntamente com “todas as famílias da terra”, “lamentarão”, ou chorarão, por causa dele. O luto por parte daqueles que perfuraram Jesus será por conta de sua rejeição de seu Messias. Nós lemos: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” – Zacarias 12:10

Tal condição dolorosa é devida ao reconhecimento tardio dos judeus de Jesus como o Messias. As profecias revelam que este luto será perto do fim da grande tribulação, durante o qual todas as tribos da terra da mesma forma chorarão por causa do sofrimento pelo qual eles estiverem passando. O clímax desta grande luta, o Armagedom, será, de acordo com as profecias, num lugar na antiga terra de Israel, em que muitos judeus estão agora estão reunidos desde o seu restabelecimento como nação em 1948.

As profecias sobre este assunto estão registradas nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel. O versículo 8 do capítulo 38 é dirigida a Israel, e diz: “ Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente.” Para Gogue e os inimigos de Israel, a declaração é feita de modo agressivo: “Então subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo.” – versículo 9

Esta profecia revela maiores detalhes sobre este assalto contra os judeus reunidos na nação de Israel, e revela que, nesta luta final Deus vai se levantar para defender seu povo contra os seus inimigos. Nós lemos: “Porque chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor.” – versículos 21-23

Sem dúvida, essa descrição das armas que o Senhor usará contra aqueles que estiverem sitiando Israel nesta luta final do Armageddon é em grande parte figurativa. Não podemos saber esses detalhes com antecedência. O ponto importante aqui é que, como resultado da intervenção de Deus nessa luta os “olhos” das nações estarão abertos. Eles irão reconhecer que eles foram derrotados, e não pelos braços superiores ou habilidades de combate dos israelitas, mas pelo poder divino. Esta intervenção virá através do retorno de Cristo, e, portanto, serão cumpridas as palavras do nosso texto que “todo o olho” deverá vê-lo.

Apesar de “todo o olho” discernir o significado do que acontece em Israel nos dias finais do Armagedom, o fiel remanescente de judeus que reconhecem Cristo, seu Messias, como a fonte de sua vitória sobre as probabilidades humanas impossíveis, serão os primeiros a se beneficiar desta experiência. Outros irão, em seguida, seguir, e “ver” os mesmos a quem “transpassaram” e que o entregou. Assim, a profecia de Ezequiel continua: “E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.” – Ezequiel 39: 7

A fase de encerramento da grande tribulação, durante a qual todas as nações chorarão, também é descrita pelo profeta Zacarias. ”EIS que vem o dia do Senhor, em que teus despojos se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade. E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha.” – Zacarias 14:1-3

Embora esta profecia revele que Deus acabará libertando seu povo, Israel, de seus inimigos, não será até que eles tenham algumas experiências severas nas mãos de nações agressoras. Nós não podemos, de antemão, conhecer em detalhe a maneira em que todos estes eventos climáticos serão cumpridos. No entanto, com base nas profecias citadas anteriormente, parece evidente que será um problema futuro para os filhos de Israel, estarem reunidos, antes de uma manifestação de intervenção divina em seu nome.

Quando a intervenção divina virá, será por meio de Cristo e de seus membros do Seu corpo glorificado. Esta classe de Cristo serão os governantes espirituais no reino messiânico que se manifestará com autoridade e poder nos assuntos dos homens. Uma das grandes realizações de que o reino fará, será o esclarecimento do povo sobre o verdadeiro Deus e de sua vontade para eles. Isso vai exigir todo o período do reino para a sua realização. Primeiramente, a geração da vida, quando será testemunhado o poder e grande glória com que o reino começará. Então virá o despertar gradual de todos os mortos – todos os que morreram desde Adão. Todos esses bilhões precisarão ser instruídos a respeito de Deus e de suas leis de justiça.

“Porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”, lemos em Miquéias 4:1-4. Sião aqui é um símbolo da fase espiritual do reino, composta de Jesus e sua Igreja glorificada, que são ressuscitados na primeira ressurreição para estarem associados com Cristo no seu reinado de mil anos. (Apocalipse 20:6). Jerusalém representa a forma humana, ou visível da fase terrena do reino. Esta será composta dos antigos, fiéis servos de Deus, começando com o justo Abel. João Batista foi, talvez, o último deles. Estes serão feitos “príncipes em toda a terra.” – Salmo 45:16

A “palavra do SENHOR”, ou a verdade a respeito de Deus e de sua vontade e de direito, será dada a conhecer ao povo através destes representantes humanos do reino. Estes serão os governantes terrenos no reino. Os súditos obedientes do reino, começando com o remanescente de crentes israelitas, irá compartilhar neste trabalho de iluminação aos outros. Como já observamos, este grandioso trabalho não será realizado ao mesmo tempo. Citando as palavras do profeta: “E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão. Mas será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite será; mas acontecerá que ao cair da tarde haverá luz.” – Zacarias 14:6,7

A luz é um símbolo da verdade, do entendimento, mas a luz do reino não será totalmente clara até o fim dos mil anos. Como nosso texto declara: “todo o olho verá” e discernirá a presença do Mestre, durante o período do dia de abertura, mas haverá muito mais para a humanidade aprender. Como vimos também, haverá a continuação dos trabalhos de iluminação a todos os que serão despertados do sono da morte. Até o fim do dia o “véu” do mal-entendido será totalmente removido dos olhos de todas as pessoas. (Isaías 25: 7) Será então que “o conhecimento do SENHOR” deverá encher a terra “como as águas cobrem o mar.” – Isaías 11: 9

Não só a humanidade receberá a bênção da iluminação, mas a paz, a saúde e a vida fluirão para o povo. Deus, então, “aniquilará a morte para sempre”, e “enxugará as lágrimas de todos os rostos.” (Isaías 25:8) Na verdade, a perspectiva para Israel e para todas as nações é gloriosa. Enquanto a angústia e os problemas estão acontecendo na terra atualmente, esta situação está prestes a dar lugar à autoridade do reino de Cristo, por meio da paz duradoura, segurança, felicidade e vida a todos os obedientes e submissos entre a humanidade. As pessoas, então, regozijarão ao “verem” e discernirem não somente Cristo, mas também o seu amado Pai Celestial, o Deus da sua salvação! – versículo 9



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora