VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

“Considerem”

“Somente temam o SENHOR e o sirvam fielmente de todo o coração; e considerem as grandes coisas que ele tem feito por vocês.” — 1 Samuel 12:24 (NVI)

NOSSO TEXTO DE ABERTURA é apenas uma das muitas admoestações da Bíblia que incentivam o povo de Deus a “considerar” os muitos aspectos de seu relacionamento com ele. “Considerar” significa refletir, contemplar, ter em conta, ponderar, ter em mente, se preocupar. Vamos nos referir a alguns desses termos nas páginas seguintes deste artigo, à medida que “considerarmos” as muitas “grandes coisas” que Deus tem feito por nós.

A verdade da Palavra de Deus é bonita, razoável e totalmente em harmonia com o que é justo, certo e amoroso. É em todos os sentidos satisfatória, e resiste ao mais rigoroso dos escrutínios. Para que o erro e a superstição prosperem, a investigação e a razão precisam ser suprimidas. Mas tudo o que está em harmonia com Deus, a verdade e a justiça, floresce melhor sob a luz plena da investigação e da razão. Sendo assim, as Escrituras convidam os fiéis a considerar, pesquisar e provar, dizendo: “Vinde, pois, e arrazoemos.” — Isa. 1:18

Ao considerarmos a Palavra de Deus e seu amoroso plano para a bênção dos seguidores das pisadas de Cristo, e, eventualmente, do mundo inteiro, passamos a conhecer melhor o Criador e, consequentemente, ficamos desejosos de servi-lo fielmente. Cada característica de seu plano reflete um ou mais dos atributos gloriosos de seu caráter e nos faz lembrar das grandes coisas que ele fez, e de tudo o que ainda vai fazer por nós e pelo mundo inteiro em seu devido tempo.

Como indicado em nosso texto, o Senhor havia feito muitas coisas maravilhosas para Israel. O profeta Samuel, lembrando-lhes disso, usou esse fato como motivo para que eles, por sua vez, expressassem sua gratidão a Deus por serem fiéis à sua lei. O mesmo princípio se aplica a nós hoje. Deus nos tem abençoado ricamente, trazendo-nos das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Ped. 2:9) Considerar isso adequadamente deve nos estimular a nos esforçar cada vez mais, não só para saber, mas para fazer fielmente sua vontade.

“CONSIDERE OS LÍRIOS”

Há muitas coisas que o cristão pode proveitosamente considerar. É muito apropriado contemplarmos as coisas materiais da criação de Deus à medida que entramos em contato com elas no curso da experiência humana. Por exemplo, Jesus disse: “Considerai os lírios do campo” e “considerai os corvos”. (Mateus 6:28; Lucas 12:24) Não devemos considerar os lírios e os corvos particularmente do ponto de vista de sua beleza ou de sua anatomia, mas sim, como Jesus indica, com o objetivo de aprender a lição do cuidado de Deus com todas as suas obras criativas.

O fato de que a beleza dos lírios não é fruto de seu trabalho ou fiação nos ensina que Deus é abundantemente capaz de produzir essas belas obras sem a nossa ajuda, e que, se necessário, também poderia nos vestir milagrosamente. Ensina também, no entanto, que ele não fez provisão para nossas necessidades de uma forma milagrosa. Assim, ele viu — como, aliás, sua Palavra declara — que as experiências envolvidas no desenvolvimento dos recursos disponíveis para prover nossas necessidades materiais serão úteis para nós.

O amado Davi, um homem segundo o coração do próprio Deus, foi muito abençoado ao refletir nas maravilhosas obras criativas de Deus. Ele escreveu: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos.” (Sal 8:3) Davi, cuja mente estava em sintonia com as coisas de Deus, achava que os trabalhos criativos do Todo-Poderoso declaravam a sua glória, ao afirmar: “Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.” (cap. 19:2) Ao considerar, portanto, as coisas materiais da criação de Deus, Davi tornou-se muito apreciado por seu Criador, o que ajudou a assegurar a proteção e cuidado divinos em seus muitos momentos de necessidade. Essa avaliação do caráter divino, conforme o profeta observou revelado na natureza, trouxe-o mais perto de Deus com humildade, veneração e amor.

De modo similar, apenas coisas boas podem resultar de nossa consideração dos lírios, dos pardais, dos corvos e dos céus, à luz da vontade de Deus para nós. As coisas criadas por Deus demonstram sua maravilhosa sabedoria, amor e poder. Tal exposição nos garante que somos objetos de seu cuidado especial, visto que somos membros de sua Nova Criação. Ele está particularmente nos cobrindo com seu amor e nos guiando com sua sabedoria. Temos também a certeza de que, se continuarmos a seguir a orientação do seu Espírito, ele nos levará à glória quais co-herdeiros de seu amado Filho. — Rom. 8:17

CONSIDERE O PLANO DE DEUS

Devemos considerar devidamente as coisas materiais para aprendermos lições de sabedoria e cuidado divinos. Notar como essas lições se aplicam mesmo nos pequenos detalhes de nossa vida cristã deve nos preparar para uma revelação ainda maior da bondade de Deus, conforme indicado em sua Palavra. É nela que encontramos o seu plano divino para nós e para o mundo. A Bíblia deixa claro que Deus sente empatia pela humanidade no seu estado decaído e deseja ajudar o homem a se recuperar do pecado e da morte, segundo os ditames da justiça e do amor. Ao considerarmos esse plano notamos como o amor de Deus se revela através da dádiva de seu Filho. Esse amor deve prontamente se abrigar em nossos corações e nos encher do desejo de harmonizar totalmente nossa vida com todos os princípios de justiça manifestados no desenrolar do plano do Pai.

O coração que considera progride, cresce na graça, no conhecimento e no amor. Se deixarmos de considerar as coisas que têm a ver com a vida cristã e, particularmente, a mão de Deus em nossos assuntos, então perderemos o incentivo que nos permite seguir em frente no caminho estreito. Perdemos muito em termos da graça divina, quando deixamos de considerar corretamente a Deus e seu plano. Isso significa que certamente nosso apreço por ele faltará e falharemos também em apreciar o zelo necessário exigido para tornar-nos como ele e servi-lo fielmente, até a morte.

Conforme expresso anteriormente, Davi era um homem segundo o coração do próprio Deus e foi capaz de aprender lições valiosas considerando os céus. Ele foi ricamente abençoado ao se esforçar para harmonizar sua vida com os mandamentos e preceitos do Senhor. No entanto, as preciosas verdades da Chamada para Cima que foram reveladas aos santos desta Idade Evangélica, não foram transmitidas a ele. Nenhuma de suas considerações resultou em uma compreensão da fase espiritual do plano de Deus do modo como hoje somos abençoados em entender.

Quão significativas para nós, portanto, devem ser as palavras do apóstolo Paulo, quando disse: “Considerai o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus.” (Heb. 3:1) Milhões têm considerado Jesus de um ponto de vista ou de outro. Eles o encaram como um grande mestre, uma pessoa bondosa, um homem de sabedoria e amor, e aquele cuja vida e ensinamentos podem ser considerados com proveito. Poucos, no entanto, o consideram como o Apóstolo e Sumo Sacerdote de uma ordem celestial de sacerdócio que é destinada, de acordo com o plano de Deus, a ser o canal de bênçãos para toda a humanidade. No entanto, essa é uma das coisas que somos privilegiados em considerar hoje.

Ao considerarmos Jesus como nosso grande Sumo Sacerdote, da ordem celestial de sacerdócio, vemos nele um escolhido por Deus para ser nosso mestre especial. Ele é quem orienta e instrui os seguidores de suas pisadas, preparando-os para ser seus co-herdeiros no glorioso futuro trabalho de bênção e restauração do mundo durante os “tempos da restauração de todas as coisas.” — Atos 3:21

“PARA QUE NÃO VOS CANSEIS, DESFALECENDO”

Ao considerarmos Jesus, naturalmente pensamos em sua grande fidelidade. Lembramos de sua longanimidade. Refletimos sobre sua bondade, empatia e amor. Considerar todas essas coisas nos ajuda a nos esforçar mais diligentemente para sermos como ele, seguir seu exemplo cada vez mais com o passar dos dias e ser fiel até a morte. Assim, aprendemos a conhecer e apreciar mais as qualidades gloriosas do seu caráter.

O apóstolo Paulo chama nossa atenção para determinados pontos do caráter de Jesus que são de grande ajuda para nós, à medida que os levamos em conta. Ele disse: “Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.” (Hebreus 12:3) Como é fácil ficarmos cansados! O proceder cristão vai contra os desejos naturais da carne decaída. É contrário ao espírito e desejo do mundo. Está em oposição às influências de Satanás que operam em um mundo pecaminoso. Assim, requer esforço contínuo para não ficarmos “cansados e desfalecidos”.

A caminhada cristã é uma subida íngreme e exige uma dinamização constante da mente e da vontade, a fim de não cairmos ao longo do trajeto, ou deixarmos para trás a liderança e direção do Senhor. Como é apropriado, então, considerarmos Jesus, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo. Ele fielmente andou na estrada íngreme e continuou no caminho do sacrifício até que a oposição dos pecadores finalmente o matou na cruz.

CONSIDERE A OPOSIÇÃO

Jesus não foi perseguido por causa de sua perfeição, mas porque a luz da verdade irradiava dele na escuridão, e a escuridão odiava a luz. Os que andavam nas trevas não apreciavam a luz e, por isso, odiaram o dador da luz. Ao refletirmos sobre isso, percebemos que à medida que seguimos seus passos e deixamos nossa luz brilhar, nós também sofreremos oposição. Assim, ao considerarmos aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, seremos encorajados a avançar, seguindo os passos de Jesus. Ao passo que o imitarmos por deixar nossa luz brilhar para a bênção dos outros, por vezes colheremos ódio, perseguição e, no mínimo, oposição geral.

Ao considerarmos a grande contradição que é pecadores se voltarem contra Jesus, percebemos o quão injustamente ele sofreu. Seu sofrimento foi realmente por causa da justiça, e não por causa da maldade. Considerarmos isso nos ajudará a ser pacientes com aqueles que se opõem a nós por causa da luz que irradiamos. Além disso, nos ajudará a ter empatia, visto que nos damos conta que, ao contrário de Jesus, não somos perfeitos, e muitas vezes podemos dar motivos de queixa por causa de nossas imperfeições. Embora nos esforcemos para fazer o melhor que podemos, ficamos muito aquém do padrão perfeito de justiça que foi exemplificado em Jesus. Portanto, cabe a nós termos paciência e empatia, mesmo com aqueles que mostram ser nossos inimigos.

À medida que consideramos Jesus do ponto de vista da oposição que ele sofreu por causa de sua fidelidade à verdade divina, somos lembrados da afirmação do apóstolo que ele foi “aperfeiçoado pelos sofrimentos”. (Heb. 2:10) Aqui aprendemos o grande valor das provações. Por ter fielmente suportado as provações, Jesus foi preparado para o alto cargo que agora ocupa no plano de Deus. Ter isso cuidadosamente em mente nos ajuda a perceber o que as Escrituras declaram — que experiências e testes são necessários para todo o povo do Senhor, assim como eram essenciais para Jesus. Percebemos que, se encararmos essas experiências do modo apropriado, sendo devidamente vivenciadas, estas operarão em nós uma bênção eterna que trará honra e glória a Deus.

“CONSIDEREMO-NOS UNS AOS OUTROS”

O apóstolo nos lembra de nossa responsabilidade para com os irmãos, dizendo: “Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Heb. 10:24) Para o povo do Senhor conseguir suportar empaticamente os irmãos e também amá-los, é imperativo que se lembrem da injunção de considerar uns aos outros. Essa compreensão mútua enquanto andamos juntos no caminho estreito nos lembrará que, assim como nós, nossos irmãos estão se esforçando para oferecer suas vidas em sacrifício. Incutirá em nós o fato de que, do mesmo modo que somos imperfeitos e precisamos da misericórdia de Deus através do mérito do sangue derramado de Jesus, eles também são imperfeitos e estão sendo tratados na mesma base. Portanto, devemos ser misericordiosos com nossos irmãos, assim como desejamos que sejam misericordiosos conosco.

Para o povo consagrado do Senhor, considerar de modo apropriado uns aos outros significa pensar de modo bondoso e caridoso, apesar dos defeitos que talvez sejam evidentes na outra pessoa. Devemos considerar que seus corações estão agradando a Deus, e que em seus corações, estão se esforçando para fazer a vontade do Senhor, assim como nós também estamos nos esforçando para fazer. Devemos incentivá-los, e também ser incentivados, ao “amor e… a boas obras.”

À medida que consideramos nossos irmãos desse ponto de vista, não ficaremos inclinados a persegui-los, falar mal deles ou a caluniá-los por causa das imperfeições involuntárias da carne. Ao contrário, seremos mais empáticos, capazes de cobrir suas imperfeições, desejosos de ajudá-los e incentivá-los. Faremos tudo o que pudermos por eles — até mesmo dar a vida sacrificando nosso tempo e energia em prol deles.

“DE GRAÇA RECEBESTES”

Outro ponto que faremos bem em considerar em conexão com nosso relacionamento com Deus é a maneira abundante em que recebemos as bênçãos dele. Destacam-se entre essas as bênçãos da Verdade, que têm iluminado nossos corações. É a Verdade que nos revelou os atributos gloriosos do caráter de Deus, e que direcionou nossa atenção para Jesus como o “pão da vida”. Elas satisfizeram nossos anseios como nada mais poderia fazer. Ao considerarmos essas maravilhosas dádivas da graça de Deus para nós — dádivas essas que trouxeram alegria, paz e esperança para nossas vidas, somos lembrados das palavras do Mestre: “De graça recebestes, de graça dai.” — Mat. 10:8

Devemos seriamente refletir sobre quão gratuitamente recebemos as bênçãos de Deus, olhando para Jesus, nosso exemplo, para observar a maneira pela qual ele expressou seu amor ao Pai e a seus semelhantes. Ao assim fazermos, descobrimos que ele era como seu pai no sentido que continuamente se doava aos outros. Ele deu de si a seus discípulos e a todos os homens conforme a oportunidade se apresentava. Deu instruções a seus seguidores e a outros. Deu bênçãos materiais de comida e bebida, de cura física e mental, muitas vezes realizando milagres para isso. Que lição maravilhosa aprendemos dos milagres de Jesus alimentar os cinco mil e os quatro mil com pequenas porções de peixe e pão!

Ao considerarmos esta manifestação de boa vontade do Mestre para com aqueles de sua época que estavam precisando de ajuda, percebemos que há uma lição para nós hoje. Quantas vezes achamos que a multidão é grande, e que os meios à nossa disposição para alcançá-los com o pão da vida são limitados. Se olhássemos para essa questão como os discípulos a encararam quando relataram a Jesus a pequena quantidade de comida em mãos, estaríamos inclinados a pensar que não adiantaria, com tão pouco, tentar dar testemunho da Verdade. Acharíamos que nossos meios são tão limitados, tão insignificantes, que somos tão poucos em número e nossa influência tão desprezível, que jamais realizaríamos qualquer coisa de valor no serviço do Senhor. Embora percebamos que temos a Verdade, que temos uma maravilhosa mensagem para dizer ao povo, a fragilidade humana e nossa visão míope poderia fazer-nos sentir que não há nenhuma maneira de adequadamente divulgar tal mensagem.

No entanto, o Senhor pode abençoar maravilhosamente os esforços humildes e multiplicar o efeito da luz que procede do fiel, como aconteceu no caso de Gideão, quando havia tão poucos para realizar tanto. Ao considerarmos que o Senhor prometeu abençoar nossos humildes esforços, faremos o que pudermos para compartilhar a palavra da verdade. É importante, nesse contexto, perceber que ainda existem aqueles, um aqui e outro ali, que têm fome e sede de justiça e que precisam desse alimento que temos para dar. Devemos considerar que nesta Idade do Evangelho não se espera que havemos de converter o mundo, mas apenas os que tiverem um ouvido receptivo. Considerando isso, devemos fazer o melhor que pudermos para divulgar as boas novas, para transmitir a todos a mensagem feliz do reino, de toda forma que pudermos e em todas as oportunidades.

À medida que consideramos mais, somos lembrados de que Jesus não só forneceu alimento material às multidões séculos atrás, mas agora, segundo sua promessa, ele retornou invisivelmente em sua Segunda Presença e está dispensando alimento espiritual — “sustento a seu tempo”, coisas “novas e velhas” do armazém da verdade. (Mat. 24:45; 13:52) Considerando isso, alegremo-nos que temos sido tão agraciados com a honra de sentar-nos à mesa do Senhor, durante este período de colheita para participar do alimento que ele tão abundantemente tem dispensado à família da fé. Estejamos também, ao considerarmos essas coisas, prontos para nutrir nosso coração com tal alimento, aplicando-o em nossas vidas.

CONFIAR NO SENHOR

Apesar de sabermos que Deus supervisiona nossas necessidades terrenas, fornecendo-nos o que precisamos de acordo com a sua sabedoria, devemos considerar que mais importante do que isso é o seu cuidado sobre nós qual Novas Criaturas em Cristo Jesus. Não importa quão ardente sejam nossas provações, quão difícil o caminho, quão pesado o fardo, quão forte a oposição, ou quão cruel a perseguição, devemos aprender a lançar toda a nossa ansiedade sobre ele, sabendo que ele “cuida” de nós. (1 Ped. 5:7) Isso não significa que devemos ser apáticos ou indiferentes às nossas experiências. No entanto, quando fazemos o melhor que podemos, quando somos fiéis no testemunho da Verdade, quando estamos procurando seguir as pisadas de Jesus, quando estamos nos esforçando, em sua graça, para ser mais parecidos com ele — quaisquer que sejam os resultados desse proceder de fidelidade, Deus cuidará da situação e fará com que todas as coisas cooperem para o nosso bem-estar espiritual. — Rom. 8:28

O povo do Senhor, que considera seu lugar no plano divino e o maravilhoso cuidado de Deus, precisa ter em mente que não se deve esperar que ele oriente nossos esforços de acordo com nossa própria sabedoria. Não devemos esperar que ele abençoe nossos planos, ou pedir-lhe para fazer com que nossas vontades sejam feitas. Ao contrário, uma adequada consideração de Deus e de sua vontade levará a um exame cuidadoso de sua Palavra, para que possamos conhecer mais claramente, e a cada dia, qual é sua vontade para nós. Devemos deixar que o Pai Celestial nos guie em seu caminho, e nos ajude a fazer o que nos pediu. Quando abordarmos o assunto desse ponto de vista, podemos ter plena confiança de que ele cuidará de nós, dando-nos sabedoria, discernimento, força e paciência para seguir em frente, porque ele prometeu: “Como os teus dias, assim seja a tua força.” — Deut. 33:25

Isso não significa que ficaremos livres de provações, ou que seremos poupados de sofrimento ou perseguição, e nossa vida será um mar de rosas. Mas significa que, independentemente das experiências pelas quais somos obrigados a passar, podemos aplicar em nossos corações o abençoado bálsamo da consolação composto pelas garantias das Escrituras. Tais promessas garantem que Deus nos fornecerá a necessária medida de sabedoria e força para lidarmos com todas as emergências, em cada momento de necessidade.

Quanto mais consideramos, mais nos damos conta das coisas maravilhosas e graciosas que o Senhor tem feito para nós. Suas bênçãos para o Israel natural eram ricas, e era apropriado que Samuel instasse os israelitas a corresponderem com apreço e agradecimento, adotando um proceder de obediência incondicional às leis da justiça de Deus. Quão mais abundante, porém, tem sido as dádivas de Deus para nós! Consequentemente, uma maior responsabilidade nos tem sido imposta. Precisamos considerar muito mais essas coisas e apreciar o privilégio de corresponder às bênçãos de Deus com tudo o que somos, tudo o que temos e tudo o que esperamos ser.

Como Deus nos tem abençoado ricamente! Quanto mais nos apercebemos do que fez por nós, mais estaremos determinados a dar tudo a ele. Ao considerarmos os desdobramentos do grande plano de Deus, percebemos que nosso proceder fiel de sacrificar de tudo o que temos por fim resultará em dádivas adicionais de Deus. Essas incluem a dádiva da natureza divina; a dádiva da glória, honra e imortalidade; a dádiva de sermos corregentes de Jesus em seu reino; a dádiva do inestimável privilégio de se tornar um membro da própria família de Deus e desfrutar de sua companhia. Por fim, resultará no privilégio de estarmos com o Pai Celestial por toda a eternidade e de cooperar com ele e com Jesus em todas as maravilhosas obras dos séculos vindouros. Quanto mais consideramos essas coisas, mais somos inspirados com a grandeza e o amor de Deus. “para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.” — Efé. 2:7



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora