VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

Israel:
Historia e Profecia

Parte Final

Restauração

Em Atos 15:14-18 nos é dado um resumo do plano de Deus para reconciliar o mundo consigo. O versículo 14 diz: “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.” Isso, como vimos, visou preencher o número predeterminado dos que estavam destinados a viver e reinar com Cristo na fase espiritual do reino. Estes, juntamente com o restante dos naturais de Israel que aceitaram a Cristo, tornar-se-ão israelitas espirituais, “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.”

Nos versículos 15 e 16 lemos: “E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito: Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo.” O tabernáculo original e típico de Davi foi construído em circunstâncias incomuns. Durante a última parte do período dos juízes a Arca da Aliança, anteriormente mantida no tabernáculo construído por Moisés, caiu nas mãos dos Filisteus. Isto foi entendido como significando que a “glória do Senhor” tinha partido de Israel, a arca era símbolo da presença de Deus com eles e direcionava seu favor a eles.

A presença da arca entre os Filisteus trouxe problemas sobre eles, e eles a devolveram aos israelitas. Pouca atenção foi conferida a ela durante o reinado de Saul, o primeiro rei de Israel, mas quando Davi chegou ao trono, foi construída uma tenda para abrigar a arca. Houve grande alegria em Israel por causa disso, porque agora a presença de Deus restava devidamente representada.

O trono de Davi não foi conformado no tabernáculo, embora certa profecia evidentemente pertencente ao trono antitípico de Davi, que está ocupado por Cristo , afirme: “Porque o trono se firmará em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e busque o juízo, e se apresse a fazer justiça.” (Isa. 16:5) Esta parece claramente ser uma referência profética ao “tabernáculo de Davi” que foi construído “de novo” (Atos 15:16) com o objetivo simbólico no retorno do favor a Israel natural segundo o reino messiânico.

As Escrituras definitivamente afirmam que Cristo, em seu glorioso reino, senta-se no trono do Davi antitípico. O anjo disse a Maria, a respeito de Jesus: “Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.” (Lucas 1: 32) Em Isaías 9:7 lemos a respeito de Jesus que ele vai sentar-se “sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre.”

Em Ezequiel 21:26, 27 Jesus é referido como o Um “cujo direito sólido” permite restabelecer o governo divino representado na linha real davídica. Nesta passagem, o “diadema” e a “coroa” são “tirados” e “descolados”. Algo assim aconteceu quando Zedequias, o último dos reis judeus, foi derrubado. O Senhor, então, falou: “até que venha aquele a quem pertence de direito; a ele a darei”.

É no final da Era Evangélica, quando o número necessário de gentios selecionados forma a “nação santa” de Deus, casa governante divina dos filhos, em conexão com Um “cujo direito é sólido”, será firmada sobre o “trono de Davi.” Com Ele serão apresentados os seus co-herdeiros – judeus e gentios. A consignação dessa autoridade grandiosa nas mãos da antitípica classe de Davi resulta no retorno do favor de Deus para o “restante” de Israel.

Parece ser simbolizado pelo rei estabelecendo seu trono no “tabernáculo de Davi” “que o resto dos homens” – ou “os” homens, no texto grego – “busque ao Senhor.” Esta é uma citação de Amós 9:11, 12. A declaração completa na profecia é “de que eles possuam o resto de Edom.” Este (“resto de Edom”) é o “restante” mencionado por Tiago. E quem são os demais?

Os edomitas são descendentes de Esaú, que vendeu o seu direito de primogenitura. Em Romanos 9:8, Paulo explica que em Israel havia duas classes. Primeiro, “os filhos da carne”, que “não são filhos de Deus” e não acreditaram nem receberam autoridade para se tornarem verdadeiros “filhos de Deus.” Depois, há “os filhos da promessa”, “contados como descendência.” Ou seja, estes últimos são a semente prometida a Abraão, por meio de quem todas as famílias da terra serão abençoadas.

Paulo, em seguida, relaciona essas duas classes com a presciência soberana de Deus nos assuntos de Israel que, segundo corroborado, foram ilustrados pelas relações entre Jacó e Esaú. “Foi dito a ela [à mãe desses gêmeos]: O mais velho servirá ao mais novo. Como está escrito: Amei Jacó, mas odiei a Esaú.” (Vss. 12, 13) Em contraste elaborado por Paulo, o “restante” de Israel que não aceitou Cristo mostra ser representado por Esaú – os edomitas na profecia de Amós.

Retornando à consideração de Tiago, parece claro que o “restante” mencionado, que no fim do mundo tem a oportunidade de buscar o Senhor, comporta todos os israelitas que no primeiro advento e desde então rejeitam Cristo. No caso desse grupo, dada a primeira oportunidade de busca sincera ao Senhor, “todas as nações” receberão oportunidade semelhante, Tiago nos instrui.

E Tiago acrescenta outro pensamento – “todos os gentios sobre os quais o meu nome é chamado.” Assim como o testemunho foi oferecido especialmente à nação judaica no primeiro advento, ele também saiu pelo mundo gentio ao longo da Era. Mas isso não constituiu a única e última oportunidade de crer e receber as bênçãos prometidas por Deus. Como acontecerá com os judeus, assim igualmente haverá chance para os gentios, perspectiva adicional deve ser permitida durante o reinado de Cristo.

Quando buscarem o Senhor vão encontrá-lo. Isaías 60:1-3(TB) diz: “Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz [sê esclarecido, pois a tua luz vem], e é nascida sobre ti a glória de JEOVÁ. Pois eis que [antes disto] as trevas cobrirão a terra, e a escuridão, os povos; sobre ti, porém, nascerá JEOVÁ, sobre ti se verá a sua glória. As nações se encaminharão para a tua luz, e os reis, para o resplendor da tua aurora.”

Simeão descreveu Jesus como “Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.” (Lucas 2:32) Sim, Jesus, “a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo” vai, durante o seu período régio, dissipar a escuridão que cegou tanto judeus quanto gentios. Então o conhecimento do Senhor cobrirá a terra como as águas cobrem o mar.

A declaração de Simeão é parcial citação de Isaías 42:6, 7. O sétimo versículo do texto profético aduz que a “luz dos gentios” não apenas “abrirá os olhos dos cegos”, mas também livrará os “prisioneiros da prisão.” Essa referência trata dos presos na morte. A iluminação restauradora de Israel e dos gentios viria muito aquém do propósito divino se não incluísse aqueles que morreram. Até mesmo quem rejeitou e perseguiu os discípulos de Jesus pode ser ressuscitado dentre os mortos, eles vão declarar: “Bendito o que vem em nome do Senhor [JEOVÁ].” – Mat. 23:39

A recuperação do favor de Deus significa que, finalmente, a morte será completamente destruída: “Não haverá mais morte” quando o “tabernáculo de Deus com os homens estiver”, isto é, quando o favor de Deus estiver sendo derramado sobre judeus e gentios através do Cristo reinante. “E não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” – Apocalipse. 21:4

Consumação

Com a preponderância atribuída aos primeiros destinatários das bênçãos do reino, a semente natural de Abraão vivendo na Palestina, povos de outras nações reconhecerão que o Senhor JEOVÁ está abençoando sua antiga nação. Evidente também será que a benignidade do Senhor permanece sobre os israelitas, porque eles se submeteram à autoridade de Cristo como Rei Superior auxiliado pelos Antigos Dignos ressuscitados. Vendo isso, muitos vão querer seguir o mesmo curso. O profeta do Senhor garante:

“Assim diz JEOVÁ dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e os habitantes de muitas cidades. Os habitantes de uma cidade irão a outra cidade, dizendo: Vamos apressadamente para suplicar o favor de JEOVÁ e para buscar a JEOVÁ dos Exércitos; eu também irei. Muitos povos e poderosas nações virão buscar em Jerusalém a JEOVÁ dos Exércitos e a suplicar o favor de jeová. Assim diz JEOVÁ dos Exércitos: Naqueles dias, pegarão dez homens de todas as línguas das nações, sim, pegarão da orla do vestido daquele que é judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus é convosco .” – Zac. 8:20-23 TB

Isso não implica em pessoas de todas as nações literalmente viajarem a Jerusalém para adorar a JEOVÁ. A ideia é, pelo contrário, que em suas mentes e corações elas reconhecerão a autoridade régia do Senhor de lá emanada mediante os Antigos Dignos ressuscitados e darão sua lealdade a Ele, felizes por compartilharem a rica bênção de restituição visivelmente derramada sobre os israelitas.

Aos poucos, a oportunidade de partilhar essas bênçãos será universal. Em Zacarias 14:14-21(TB) temos uma típica imagem final do que está a resultar do estabelecimento do reino Messiânico. Em primeiro lugar, nós lembramos de quem “veio contra Jerusalém”, conforme descrito detalhadamente em Ezequiel, capítulo 38. Tais devem ter a oportunidade de “subir” e adorar ao Senhor. Na verdade, esta será a única forma de receber as bênçãos do reino, pois lemos: “Se qualquer das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o Rei, JEOVÁ dos Exércitos, não cairá sobre eles a chuva”.

“Naquele dia”, diz Zacarias, “será gravado nas campainhas [nota: freios] dos cavalos: SANTIDADE A JEOVÁ.” Quão gloriosa consumação do plano divino para todas as nações! “Naquele dia não haverá mais cananeu”, nem asiático, europeu, africano ou americano, pois todos serão Israelitas. – Zac. 14:20, 21TB

Com a lei de Deus escrita em seus “íntimos”, as pessoas possuirão o domínio da terra restaurada. Juntos, compartilhando as responsabilidades administrativas, governando com Deus neste domínio terrestre no grande universo do qual ele é o imperador supremo e eterno.

Este é o imutável destino final de Israel e de todas as nações que agora existem ou, ao longo dos séculos, que têm adormecido na morte. Mas herdar futuro promissor dependerá da crença na obra expiatória de Cristo e da obediência às leis de seu reino. Graças a Deus, no entanto, porque todos devem ter a conveniência crente e obediente.

Que solução gloriosa para os problemas de todo o mundo!



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora