VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

Permissão do Mal
Parte 1 - O Motivo

“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás, pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
— Gênesis 2:17 ECA

POR QUE DEUS PERMITE tanto mal e sofrimento no mundo atual? Esta pergunta é feita em tempos de guerra, quando cidades são destruídas, e jovens, idosos, crianças, justos, ímpios, crentes e descrentes perecem devido à desumanidade humana contra o próprio homem. Ela é feita também por quem vivencia ou observa pessoas sofrendo em leitos de hospital. Por que Deus permite que um bebê inocente adoeça e morra? Por que ele admite prosperidade dos injustos, enquanto seus servos fiéis muitas vezes experimentam dificuldades?

Depois, há aqueles que são mortos ou feridos por desastres naturais, como furacões, tufões, terremotos, tsunamis, enchentes e, mais recentemente, terríveis tornados em Oklahoma e incêndios florestais no Arizona, que custaram a vida de dezenove bombeiros alguns meses atrás; questionam alguns — Deus não pode fazer algo a respeito disso? — Quando lemos e ouvimos informações sobre semelhantes acontecimentos, surge a pergunta quanto à triste perda de vidas: “Deus não tem piedade?” De fato, existem inúmeras situações nas quais o homem, segundo a Bíblia, ‘criado à imagem de Deus’, experimenta o sofrimento e, naturalmente, a morte.

Esta situação não está limitada à nossa geração, nem se restringe a uma parte da terra, é universal. Durante longa História, o homem sofreu e morreu na guerra, na peste, na fome, em calamidades, com saúde e pela doença. Todos, geração após geração, morrem, depois de terem sido derrotados pelo grande inimigo, a morte. Abel, filho de Adão, cujo sacrifício era agradável a Deus, foi o primeiro a sofrer e morrer, sendo assassinado por seu irmão Caim. Atualmente, mais de 150 mil pessoas falecem no mundo a cada 24 horas. Nossos hospitais, asilos, clínicas psiquiátricas e outros tipos de alojamentos cuidadores são repletos de dor e mortandade. Não admira que muitos perguntem onde Deus está, e o que ele está fazendo em relação às angústias de suas criaturas humanas.

JÓ PROCUROU RESPOSTA

O tema do porque Deus permitir o mal não é nada novo. Ele foi considerado pelo pensamento de homens e mulheres ao longo dos tempos. Milhares de anos atrás, Jó, um servo fiel de Deus, tornou-se pessoalmente interessado em descobrir o significado do próprio sofrimento. O registro disso é encontrado no livro Bíblico que leva seu nome. O primeiro versículo desse livro nos informa que Jó era um homem íntegro, que temia a Deus e evitava o pecado.

Para começar, Jó mostrava prosperidade, continuava a ser abundantemente abençoado por Deus em sentido material. O registro informa que “o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.” (Jó 1:3) Jó também foi abençoado com grandiosa genealogia, obviamente ele desejava que a listagem também fosse bendita pelo Senhor. Jó orou por sua família, e ofereceu sacrifícios, porque, como ele disse: “Porventura pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração.” (vss. 4,5) Jó sentiu, aparentemente, que, no caso de seus filhos pecarem, orações sob sua alcunha seriam ouvidas e respondidas favoravelmente.

No entanto, as experiências estavam à frente de um trabalho para o qual ele não estaria totalmente preparado. Satanás, o grande adversário de Deus e dos homens, denunciou aquele fiel servo do Senhor, apenas por causa de sua lealdade, de agir comprado pela abundância das coisas boas mediante as quais ele havia sido abençoado. Em resposta a esta acusação, Deus permitiu que Satanás atribuísse calamidades sobre o pretexto de testar dignidade. Deus não tinha nenhuma dúvida referente ao resultado do julgamento, e em sua sabedoria, sabia que qualquer sofrimento temporário introduzido na vida de Jó, finalmente, viria a ser maior bênção para ele mesmo.

Jó passou por grande incômodo pessoal. O relato diz: “E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles; E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.” — vss. 13-19

JÓ PERMANECE LEAL

A reação de Jó a estas más notícias foi: “Nu saí do ventre da minha mãe e nu tornarei para lá. JEOVÁ deu e JEOVÁ tirou, bendito seja o nome de JEOVÁ.” Lemos que “em tudo isso não pecou Jó, ??nem atribuiu a Deus inconveniência .” (vss. 21,22 TB) Então Deus permitiu que outros problemas caíssem sobre Jó. Sua saúde foi tirada. Ele foi ferido com “úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza.” (Jó. 2:7,8) Imediatamente a mulher de Jó virou-se contra ele, dizendo: “Renuncia a Deus e morre”, a isto Jó respondeu: “Estás falando como fala uma mulher tola. Que? Receberemos o bem da mão de Deus e não receberemos o mal? Em tudo isso, não pecou Jó com os seus lábios” — vs. 10

Jó não se afastou de Deus quando a dificuldade veio, seguindo o exemplo de muitos ao longo dos tempos. Sua principal preocupação era saber por que Deus permitiu-lhe ser atingido com tais experiências amargas, em todo o livro redigido sobre o caso dele, encontramos evidências de busca por entendimento. Depois que Jó foi atingido com enfermidade, três de seus amigos o visitaram com a suposta finalidade reconfortante. Adiante, no livro, somos informados que esses três não falavam verdade a respeito de Deus, o que demonstra falibilidade dos pareceres expressos. — Jó. 42:7

Capítulos sucessivos contém filosofia e debate entre Jó e seus três amigos. No entanto, tudo isso significava simplesmente que, de acordo com os amigos de Jó, ele estava sofrendo por cometer alguns pecados graves mantidos escondidos, para os quais não haveria arrependimento nem procura do perdão de Deus. Jó, evidentemente, não era perfeito, mas ele também não tinha deliberadamente transgredido as leis de Deus, logo não podia aceitar aquela explicação.

POR QUE OS HOMENS MAUS PROSPERAM?

Jó sabia que, embora servisse a Deus e estivesse sofrendo, os homens maus frequentemente prosperam e, aparentemente, escapam dos males que sobrevêm sobre tantos. Assim, em resposta a seus amigos, ele disse: “Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder? A sua descendência se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos perante os seus olhos. As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles. O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e não aborta. Fazem sair as suas crianças, como a um rebanho, e seus filhos andam saltando. Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e alegram-se ao som do órgão. Na prosperidade gastam os seus dias, e num momento descem à sepultura. [sem sofrimento com longa ou dolorosa doença].” — Jó. 21:7-13

Considerava Jó que a explicação oferecida por seus amigos não era exata, mas não entendia ainda por que Deus permitia tão severa provação. Empregando bela forma linguística poética ele descreve sua busca pela compreensão divina à luz das próprias experiências, dizendo: “Eis que se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. Se opera à esquerda, não o vejo; se se encobre à direita, não o diviso. Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro.” — Jó 23:8-10

Pela expectativa de coisas aguardadas, contudo não visualizadas, Jó depreendeu propósito sagrado vinculado ao duro conjunto adverso circunstancial implícito nas empíricas vivências do ser, todavia, não tinha certeza quanto ao fim programado. Ele também conseguiu saber que, mantendo sua integridade diante de Deus, passaria no teste com êxito e “sairia como o ouro.” A esposa de Jó queria que ele amaldiçoasse a Deus, no entanto isso seria tolice. Em todas as épocas, existiram crentes professos que, quando enfrentavam aflição, se perguntavam onde Deus estava e o que ele estava fazendo para proteger seus interesses. Muitos dentre tais indivíduos voltaram-se contra Deus, mas o fiel Jó não agiu assim.

RESPOSTA DE DEUS

Começando no capítulo 38 do Livro de Jó encontramos a resposta de Deus à questão emblemática. Esta resposta é expressa, principalmente, mediante perguntas. Os muitos questionamentos foram concebidos visando lembrar quão pouco Jó realmente sabia sobre Deus e, por causa de seu limitado conhecimento em todos os campos onde o Senhor se manifesta, não devia se surpreender com a ausência de plena assimilação acerca da iminente tribulação.

Esse ponto causal é extraordinário, imperioso torna-se mantermos em mente quando perguntamos por que Deus não faz algo urgentemente assegurando aplacar do sofrimento humano: não estamos supondo que a inteligência possuída pelo Soberano mostraria desarranjo caso o Eterno refreasse atitude assim benévola? Então, talvez, se não notamos os nossos desejos realizados, poderemos tendenciosos, duvidar da existência de Deus. Se carecêssemos da culpa consciente devida a tal raciocínio defeituoso, seria bom considerar as questões feitas por Deus a Jó.

Há quatro capítulos repletos destas perguntas. Todos eles dizem respeito às maravilhas criativas de Deus. Deus pergunta a Jó se ele estava presente quando foram lançadas as fundações da terra, se ele entendia as leis pelas quais marés marítimas foram controladas. É perguntado ao homem sobre instintos e hábitos dos diversos pássaros, dos grandes animais e, até mesmo, das criaturas monstruosas do mar. Então a Jó é perguntado se pode haver explicação para todo o poder perspicaz representado nas maravilhas da criação.

Ante inúmeras interrogações, Jô interrompe a pronunciação e diz: “Eis que sou vil; que te responderia eu? Vou colocar minha mão sobre a boca. Uma vez falei, mas eu não vou responder. Sim, duas vezes, mas eu não prosseguirei.” (Jó 40:4,5) Na expressão de Jó: “Eis que sou vil”, o significado da palavra hebraica traduzida “vil” é, de acordo com o Prof. Strong, literalmente, “rápido, pequeno, afiado.” Aparentemente Jó estava reconhecendo diante de Deus que tinha falado muito rapidamente, seu ponto de vista era limitado e foi contestado bruscamente.

LIÇÃO IMPORTANTE PARA TODOS

Jó agora estava começando a entender seu próprio posicionamento correto diante do Senhor — não era útil julgar a Deus seguindo seu particular entendimento limitado, nem, em seguida, expressar irrefletidamente opiniões realmente pouco fundamentadas sobre o assunto. Esta é também uma boa lição para todos nós. O fato basal é que o mundo está cheio de maldade. Não devemos perder a fé em Deus por causa disso, ou, até mesmo, criticá-lo. Nossa atitude válida deve ser humilde e sinceramente permanecer aguardando respostas para perguntas que só estarão satisfeitas na única fonte pura, a Palavra de Deus.

Deus formulou mais indagações e, finalmente, Jó falou, dizendo: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos.” — Jó. 42:2-5

Jó finalmente apreendeu o significado de seu julgamento severo. Ele percebeu que o propósito amoroso tencionava dar-lhe uma compreensão mais clara de Deus, para que pudesse servir fielmente e com valorização superior. Jó fala dessa compreensão mais refinada como “ver” o Senhor, em vez de apenas ter ouvido falar sobre Ele. Devido ao ganho substancial da riqueza sapiente, o breve período de sofrimento de Jó deve ter lhe parecido experiência bastante valiosa.

Além de restaurar a saúde de Jó, lemos que “Abençoou JEOVÁ o último estado de Jó mais que o seu primeiro. Jó chegou a ter quatorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. Teve também sete filhos e três filhas… Não foram achadas em toda a terra mulheres tão formosas como as filhas de Jó. Seu pai deu-lhes heranças entre seus irmãos.” — Jó. 42:12-15 TB

UMA ILUSTRAÇÃO

O escopo de Deus na permissão geral de mal ao longo dos tempos foi, e ainda é hoje, o mesmo explícito no caso de Jó. Adão foi criado como homem perfeito à própria imagem do Eterno. Ser à imagem de Deus implica uma capacidade acentuada de raciocinar. Uma das perguntas que Deus dirigiu a Jó foi: “Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?” (Jó. 38:36) Foi o Criador, que havia dotado Adão com capacidade através do processo racional, destinado a atingir conhecimento e sabedoria. Isso contrasta com o que chamamos de instinto, pertencente aos animais inferiores.

No entanto, Deus não implantou milagrosamente conhecimento sobre a mente de Adão com intenção de, arbitrariamente, o indivíduo ser regido por tal conhecimento. Deus não deseja possuir sua criação humana como mero grupo de robôs se movendo sobre dispositivos mecânicos sem qualquer senso pessoal. O homem recebeu a possibilidade de aprender e age livre a sugerir escolhas específicas mediante faculdades perceptivas alcançadas. O que o homem fizer com esse conhecimento irá, finalmente, determinar seu destino eterno.

O ser humano adquire conhecimento através de seus cinco sentidos. Ele aprende a partir da observação, exercitando o sentido visual. Igualmente aprende pelo que ouve mediante o sentido auditivo, a “antena” que recolhe informações. Com o sentido tátil, o homem sente dor quando entra em contato com água fervente e descobre empiricamente a temperatura certa da água que utiliza para fins internos e externos. O homem cheira o perfume de uma rosa e fica encantado por ela, mas sente repulsa quando seu olfato detecta a presença de odores desagradáveis. Regozija-se a pessoa no sabor da comida saudável, mas aprende a evitar consumo de coisas nocivas, apesar de seus órgãos da visão poderem inicialmente indicar aparência aprazível.

Assim, vemos que, no exercício dos cinco sentidos, o ser humano aprende a partir de informações que lhe forem comunicadas mediante exame acurado e através das experiências. De acordo com um popular dicionário, o homem também adquire conhecimento através da “intuição”, mas isso não é totalmente verdadeiro, porque a chamada intuição humana baseia-se em dados já obtidos. Só Deus possui habilidade indispensável para adquirir e desenvolver conhecimentos totalmente independentes de todas as fontes exteriores. O conhecimento adquirido pelo homem através de sua potencialidade intuitiva reivindicada é, na melhor das hipóteses, insignificante e de pouca estimação.

Para a pessoa ser filho fiel de Deus, é essencial que ela receba conhecimento do mal, assim como do bem, passando a ser capaz de fazer escolha inteligente. Deus deseja que quem o adora possa “adorá-lo em espírito e em verdade”, disse Jesus. (João 4:23,24) Deus não requer adoração cega, mas almeja fidelidade e confiança nele, baseadas em compreensão e apreço. A realização desse fim em conexão com Adão e seus descendentes é um dos principais objetivos derivados da permissão do mal no grande plano de Deus relacionado à eliminação do pecado e da morte.

EXPERIÊNCIA — FATOR MUITO IMPORTANTE

Certo e errado, como princípios, são estabelecidos pela lei divina. O mundo de hoje está cheio de guerra, crime, caos e sofrimento porque as leis de Deus — seus padrões de certo e errado — são ignorados e negados. Enquanto o homem é dotado de aparato consciente simples, a consciência por si mesma não tem conhecimento do que é certo ou errado, a menos que o portador da ferramenta psíquica esteja equipado com informações desde uma fonte autorizada. Essa fonte, acreditamos, só pode ser encontrada na Palavra de Deus, a Bíblia.

Sabendo que Adão possuía capacidade de compreender os fatos comunicados a ele, Deus posicionou um teste de obediência contra seu filho humano, decretando a lei envolvida. O Criador tinha presenteado nossos primeiros pais com perfeito lar “no Éden, do lado oriental”, possuindo “toda a árvore agradável à vista, e boa para comida.” (Gên. 2:8,9) Havia a árvore da vida e “a árvore do conhecimento do bem e do mal”, não destinada à ingestão quando Deus ordenou a Adão que se abstivesse de sua fruta e informou-o acerca da penalidade para a desobediência: morte: “Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (vs. 17) O Doador Vital tinha direito de exigir obediência da criatura humana e sentenciá-la condenando à morte se ela desobedecesse.

Essa exigência de obediência era uma lei divina, e visto que Deus notificou Adão quanto à pena de morte para rebelião, podemos dizer, pelos dados, que ele sabia qual o resultado da transgressão. Na verdade, Adão não podia olhar através dos tempos e visualizar todo o sofrimento futuro e a morte provocada pelo pecado e egoísmo humanos originados na deslealdade. No entanto, notava que desobediência resultaria em mortalidade.

No entanto, informação não foi suficiente para impedir Adão de tomar o caminho errado. Faltava-lhe coração entendido cabalmente sobre o que estava envolvido na indisciplina, porquanto seu conhecimento baseou-se não na experiência, mas apenas em palavras ditas. Sem dúvida, Adão amava o Altíssimo, mas talvez falsamente argumentasse que desde outrora já havia pecado, e seria melhor morrer com a companheira do que viver sem ela. Assim, não tendo força adicional que a experiência lhe teria conferido, Adão infringiu a lei divina e mergulhou na morte.

CIÊNCIA DO BEM E DO MAL

No plano de Deus, pelo qual poderia se prever a queda do homem, ocorreu a desobediência voluntária de Adão que levaria, finalmente, à aquisição de um conhecimento mais denso de Deus e de seus padrões de acerto e erro. A árvore da qual surgiu proibição alimentar foi chamada “árvore da ciência do bem e do mal.” Seguiu-se que, tendo comido alguém dessa árvore ganharia o conhecimento implícito no seu nome, ainda que, no curso processual, sofrimento e morte abundem.

Depois de Adão e Eva terem comido do fruto proibido, Deus disse a respeito deles: “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal.” (Gên. 3:22) Isto não significa que o proibido fruto teve algum efeito mágico sobre nossos primeiros pais, permitindo-lhes, ao mesmo tempo, absorverem conhecimento completo do bem e do mal. Nós lemos que, após a pretenciosa desobediência, eles ficaram envergonhados de sua nudez, mas esta foi, indubitavelmente, devido em parte ao sentimento de culpa que sentiam por conta da delituosa infração oponível à ordem Onipotente.

Achamos que a declaração de Deus significa, em contrário, que por causa da inobediência, o homem agora estava destinado a conhecer o bem e o mal, ganharia tal entendimento através da experimentação. Assim, a educação de nossos primeiros ancestrais começou imediatamente. Eles foram expulsos do jardim, sua casa era ambiente hostil, onde morreram. Estavam a ser atormentados com todo tipo de elementos desfavoráveis, referidos como “espinhos” e “ervas daninhas” no chão “maldito” produzidos, contra os quais teriam de lutar até que, na morte, voltassem para a terra de onde foram extraídos. — vss. 17-19



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora