VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

Textos para as Semanais Reuniões de Oração

“Seja Constante o Amor Fraternal”

Uma leitura casual deste capítulo final do livro de Hebreus nos podem dar a impressão que o tema do mesmo é uma quantidade de advertências e conselhos não relacionados, misturados com doutrinas dispersas por todo o livro. No entanto, os primeiros 16 versículos estão relacionados de maneira próxima em pensamento, apresenta a maneira em que alguns dos serviços típicos do Tabernáculo representam o prático viver cristão, como apresentarmos nosso corpo como um sacrifício, santo e aceitável perante Deus e nosso serviço razoável. – Romanos 12:1

Nestes dois meses nossos primeiros 9 versículos para as semanais reuniões de oração se basearão no capítulo 13 do livro de Hebreus. E na edição de Novembro- Dezembro de 2013 daremos continuidade.


6 de Novembro:

“Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.” (Vss. 11-13)

É importante notar as palavras “porque” e “pois” em nosso estudo da Bíblia. É especialmente importante neste caso. Primeiro Paulo identifica o altar e o serviço do Tabernáculo que há obscurecido nosso privilégio do sacrifício, enfatizando que era este no qual os simples sacerdotes haviam sido proibidos de comer. Pois em lugar de comer, como foi feito em conexão com os sacrifícios: “Mas o novilho da expiação, e o bode da expiação do pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no santuário, serão levados fora do arraial; porém as suas peles, a sua carne, e o seu esterco queimarão com fogo”. (Lev.16:27)

Como o Apóstolo Paulo claramente nos mostra, nós como seguidores de Jesus, temos o privilégio de compartilhar sua reprovação e sofrer com ele “ fora do arraial”. Também Paulo nos explica que o altar onde oferecemos nosso sacrifício é o mesmo em que os sacerdotes não tinham o direito de comer. Está claro que os dois animais usados no típico serviço do Dia da Expiação, representavam o trabalho do sacrifício de Cristo e da Igreja. O cordeiro imolado ao ser sacrificado primeiro representa o sacrifício perfeito de Jesus. Enquanto que a ovelha representa a Igreja. O fato que ambos os animais foram tratados da mesma maneira representa o fato que “… fomos plantados com ele na semelhança de sua morte…” (Rom.6:5). Este ponto de vista dá significado vital ao convite de Paulo: “ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rom.12:1). Nossos “corpos” não seriam aceitos para o sacrifício a não ser através do mérito do sangue de Cristo.

13 de Novembro:

“Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.” (Vs. 14)

Outra vez aparece a pequena palavra “porque” que continua sua sequencia de pensamento. Se aceitarmos os benefícios do trabalho do sacrifício de Cristo somente para nós, significaria que haveria esperança de restauração da vida na Terra, uma restituição. Neste caso teríamos nesta Terra uma constante cidade ou lar permanente. Em lugar disso, nós damos nossos corpos para serem queimados, como fez Jesus. Isso além, de simbolizar as reprovações de Cristo nos quais compartilhamos, sugere também o abandono de nossa vida humana. Sabemos que o ir a Jesus fora do “arraial” significa que a Terra não poder ser nosso lar permanente, estamos buscando uma cidade para ir. Jesus prometeu preparar um lugar onde seus discípulos estariam junto a ele. Portanto, se “ já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos” a direita do trono de Deus.

20 de Novembro:

“Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Vs.15)

Paulo nos mostrou claramente nosso privilégio de participar nos antitípicos sacrifícios do Dia da Expiação e parece lógico quando ele fala de oferecer o sacrifício de louvor, que esteja tirando uma lição do incenso que aparece no serviço do Dia da Expiação. Isso representa o sacrifício do ponto de vista de Deus. Por isso no antitípico, enquanto nossos corpos são queimados fora do arraial, onde somos considerados por este mundo como lixo e como escória, nossos corações vão a Deus em preces por tudo o que há feito por nós e pelo privilégio de sermos trabalhadores com ele. 1 Cor.4:13

É mais que um sentimento de agradecimento em nossos corações. Este sacrifício de louvor, Paulo diz que é “o fruto dos lábios”. Os lábios são o símbolo do discurso ou da palavra. É uma bela maneira de ilustrar nossa tarefa como embaixadores, como as “testemunhas de Jesus”, a “luz do mundo”, enviados para divulgar o Evangelho a todas as nações. Pedro o deixa mais claro quando diz que devemos “mostrar nossas orações” aquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2:9) Este é o fruto de nossos lábios, nosso sacrifício de adoração e devemos estar seguros que é um doce incenso para Deus.

27 de Novembro:

“E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada.” (Vs. 16 )

Este é um resumo prático dos pensamentos que Paulo associa com a advertência do primeiro versículo: “Seja Constante o Amor Fraternal”. Isso significa ter um interesse genuíno nos membros do “corpo” indo a Jesus fora do arraial e oferecendo o sacrifício de louvor. Por ele devemos fazer o bem e não nos esquecermos de comunicarmos, de dar de nosso tempo, talento, força e bens, nosso tudo por ele, tudo para que sejamos abençoados. Paulo escreveu aos Gálatas: “Então, conforme temos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente a nossos familiares na fé” (Gál. 6:10 RVP). Com tais sacrifícios Deus está feliz, diz Paulo. É maravilhoso entender estes símbolos e formas: animais sendo queimados, ou o incenso queimado em um altar de ouro. E este conhecimento em si mesmo não tem valor a não ser quando posto em prática ao se fazer o bem e comunicar-se no Divino serviço. Que todos nós colaboremos para que permaneça o amor fraternal!

4 de Dezembro:

“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Vs. 17)

Os anciãos [presbíteros] ou líderes espirituais são merecedores desta posição na Igreja somente quando cumprem com os requisitos expostos neste conselho, isto é, se sinceramente cuidam dos irmãos. Um verdadeiro ancião terá interesse nos irmãos em seu coração e cuidará deles para prevenir que falsos instrutores ou mestres busquem fazê-los como suas presas. Será humilde em seu serviço e disposto a sacrificar seu próprio conforto e conveniência para que o melhor interesse da irmandade seja servido. Se falharmos em seguir a liderança de tais pessoas, perderemos certamente muitas bênçãos providas pelo Senhor.

11 de Dezembro:

“Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente. E rogo-vos com instância que assim o façais, para que eu mais depressa vos seja restituído. Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém. Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi.” (Vss.18-22)

Em Atos 23:1, Paulo fala de haver vivido com boa consciência. A bênção que ele pediu através de suas orações é que fosse restituído a seus irmãos. Supomos que estava na prisão quando escreveu esta carta.

A vida espiritual dos irmãos hebreus necessitava de reparação ou concerto para ser completa. Começaram bem, mas darem pouca atenção as coisas que ouviam, as deixaram escapar. Tanto que tiveram que aprender novamente os princípios por meio do profeta de Deus. Ainda que Paulo se dê conta que depois de haver buscado reavivar a fé e o compromisso destes irmãos, todos os seus esforços seriam em vão a não ser que Deus os abençoasse. Esse era seu desejo para com eles de que o Senhor os restaurasse nas boas obras.

Muita da informação do Livro de Hebreus no Antigo Testamento e das ordens de Deus, foram escritas como uma exortação ou conselho num esforço para estimular mais lealdade ao Senhor e a Verdade por parte dos irmãos hebreus.

18 de Dezembro:

“Sabei que já está solto o irmão Timóteo, com o qual, se ele vier depressa, vos verei. Saudai a todos os vossos chefes e a todos os santos. Os da Itália vos saúdam.” (Vss. 23-24)

Esta referência a Timóteo indicando que era companheiro de trabalho do escritor ajuda a confirmar a autoria da carta aos Hebreus como sendo Paulo.

Nos tempos apostólicos houve uma grande união cristã entre os irmãos. Isso significava muito para os irmãos da Judeia ao receber uma saudação daqueles irmãos da Europa. Este interesse e amor comum é vivido ainda hoje entre os verdadeiros seguidores do Senhor.

25 de Dezembro:

“A graça seja com todos vós. Amém.” (Vs. 25)

Depois de tudo que foi dito e de todo o fato, se temos a graça do Senhor em nossas vidas, nada mais importa realmente, pois “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rom. 8:31 ECA). A graça de Deus cuida de cada situação, nos saúda em prova e nos mantém humildes em cada alegria. Cobre nossas imperfeições e nos dá a força para seguir adiante. E quando chegamos ao final da jornada e escutarmos essas boas – vindas: “servo bom e fiel”, saberemos que há sido porque a graça de Deus nos sustentou em toda a jornada que fizemos até terminá-la vitoriosamente na glória de Deus.



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora