DESTAQUES DA AURORA

“O Milênio de Deus”

“Mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” — Apocalipse 20:6

O dia já está claro.

Um novo dia milenar está amanhecendo.

A previsão é brilhante ao longo de décadas de avanços tecnológicos sem precedentes. As perspectivas são de esperança para uma era de maior prosperidade e uma melhor qualidade de vida.

Mas as nuvens de um mau pressentimento também aparecem sobre o horizonte.

O tumulto circunda a terra, enquanto nação e nação empenham-se em lutas, tribos e raças participam em batalhas étnicas que beiram o genocídio.

O tráfico de drogas, gangues de adolescentes, tiroteios, e altos índices de criminalidade infectam cidades do interior. Escândalos e corrupção são abundantes nas maiores metrópoles do poder.

O que se espera deste novo milênio? Previsões humanas são, na melhor das hipóteses, confusas. Os estudiosos de nossos dias estão perplexos com isso tudo.

Um Legado Mesclado

À medida que amanhece um novo milênio, uma era desaparece. E tem deixado um legado mesclado.

Como Charles Dickens resumiu seu dia em A Tale of Two Cities (Um Conto de Duas Cidades): “Foi o melhor dos tempos, era o pior dos tempos”.

Mudanças Mundiais Angustiantes

O século XX foi um século de mudanças radicais no mundo:

O mundo nunca mais será o mesmo que era quando começou o século XX.

Outro Milênio

Enquanto o futuro milênio nos aguarda, e juntamente com suas mudanças, comentadas no mundo, surge ao alvorecer um novo milênio. Este é o Milênio referido no último livro da Bíblia, quando os seguidores de Jesus de Nazaré viverão e reinarão com ele “mil anos”. Este Milênio incluirá vários aspectos, como o governar do “reino de Deus” (Lucas 13:28) e os “tempos da restauração de tudo.” —Atos 3:19-21

Não há dúvida quanto ao resultado deste milênio.

É prometida a paz.

“Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” — Isaías 2:4.

Promete-nos saúde.

“Nenhum morador de Jerusalém dirá: Estou doente.” —Isaías 33:24

Ele promete a felicidade.

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” — Apocalipse 21:4.

Prometida é a vida.

“Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.”—Lucas 20:36.

Ele promete um julgamento justo.

“Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” — Atos 17:31.

Promete também segurança.

“Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse.” — Miquéias 4:4.

Tudo soa bonito. Quase demasiado belo para ser verdade.

Como sabemos que será assim? Que confiança podemos ter nessas promessas?

Observe novamente como Miquéias conclui sua predição profética, “porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse.”

Mas isso é suficiente? Muitos homens fazem promessas. Muitos homens quebram promessas. E aí reside a diferença. Deus faz promessas. Deus não quebra promessas. Deus cumpre promessas.

Às vezes, as promessas de Deus estão na forma de sentenças. Outras vezes suas promessas são bênçãos. Examinemos o histórico de Deus.

Com tal histórico de promessas cumpridas, e há centenas de outras, podemos duvidar de que ele irá cumprir sua promessa de um reino de paz? As promessas de Deus são certas. Podemos confiar nelas. Haverá um reino milenar. Deus prometeu isso e isso vai acontecer.

A Importância da Justiça

Será que o reino virá só porque Deus prometeu isto? Sim! Mas há mais envolvido. Veja o que Deus fará: A Bíblia proclama que Deus não é apenas justo, mas que ele é “justificador daquele que tem fé em Jesus.” — Romanos 3:26

A justiça está implicita nisso porque onde há uma sentença justa, deve haver um motivo claro para a remoção justa da sentença. Quando Adão e Eva pecaram ao comer o fruto proibido no Jardim do Éden, havia apenas uma pena de morte. “no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:17) “Porque o salário do pecado é a morte.” —Romanos 6:23.

O homem pecou. O homem deveria morrer. Era simples. Não poderia haver libertação a menos que alguém pagasse o preço por eles.

Isso é exatamente o que aconteceu. Jesus Cristo morreu para remover a pena de morte pelo pecado de Adão e todos os seus descendentes. Ouça o apóstolo Paulo:

“Concluindo, da mesma forma como o pecado ingressou no mundo por meio de um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte foi legada a todos os seres humanos, porquanto toods pecaram.” — Romanos 5:12. BKJA

“Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.” —1 Coríntios 15:21, 22.

Quantos morreram? Todos! Quantos irão viver? Todos! Bom e mau. Crente e incrédulo. Judeus e gentios. Todos!

Jesus diretamente previu a mesma coisa: “Não vos admireis com isto: vem a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão; os que tiveram feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiveram praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento.” —João 5:28, 29; BJ.

O Céu e a Terra

Observe que há duas ressurreições:

Estas duas ressurreições são o cumprimento de mais uma das promessas de Deus, uma promessa feita a Abraão mais de 4.000 anos atrás…

“Por mim mesmo jurei, diz JEOVÁ, porque fizeste isto e não me negaste teu filho, que deveras te abençoarei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar. Ela possuirá a porta dos seus inimigos, e, por tua semente, se abençoarão todas as nações da terra, porque obedeceste a minha voz.” — Gênesis 22:16-18. TB

Observe as duas partes da “semente” prometida de Abraão…

Estrelas são encontradas nos céus. A areia é encontrada na Terra. Isto implica que a descendência de Abraão teria uma parte no céu e uma parte na terra.

Desde a época de Abraão até a época de Jesus, Deus tratou exclusivamente com a nação de Israel. Eles eram o seu povo. Deus disse-lhes: “Andarei no meio de vós, Eu serei vosso Deus, e vós sereis Meu povo.” — Levítico 26:12. RVP

Quando aquela nação se recusou a aceitar Jesus como seu Messias, ele chorou sobre a cidade e disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” — Mateus 23:37, 38.

Tal desolação não seria permanente. O profeta Oséias profetizou: “Apesar de tudo os israelitas ainda serão como a areia da praia, que não se pode medir nem contar. No lugar onde se dizia a eles: ‘Não sois meu povo’, eles passarão a ser chamados ‘Filhos do Deus vivo’.” — Oséias 1:10. BKJA

Sua obra, para com a semente de Abraão, é clara em Isaías 2:2-4: “Sucederá, nos dias vindouros, que o monte da Casa de JEOVÀ será estabelecido no cume dos montes e será exaltado sobre os outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte de JEOVÁ, à Casa do Deus de Jacó; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e andaremos nas suas veredas; porque de Sião sairá a Lei, e de Jerusalém, a palavra de JEOVÁ. Ele julgará entre as nações e servirá de árbitro e muitos povos; das suas espadas forjarão relhas de arado e das suas lanças, podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” TB

A palavra do Senhor sairá de Jerusalém. Jerusalém, a antiga capital de Israel, será a capital do mundo. E a paz reinará. Espada passará a ser arado, e lanças, serão foices. Que bênção isso vai ser!

Israel é a semente natural de Abraão.

Porém, há mais. Abraão teria outra descendência, que seria como “as estrelas dos céus.” Essa semente é claramente identificada pelo apóstolo Paulo.

“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.” — Gálatas 3:16.

E então ele acrescenta… “E, se sois de Cristo, também, sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” —vs. 29

Quando Paulo fala “se sois” ele se refere aos seguidores de Cristo, os cristãos. Estes, com o seu Mestre, são peculiarmente “a semente de Abraão”.

Estes, diz Paulo, são “participantes da vocação celestial.” (Hebreus 3:1)

Estes devem “reinar com Cristo.” (2Timóteo 2:12)

Estes devem “ver como ele é” para que eles “sejam como ele.” (1João 3:2)

Estes são sua “Noiva.” (Apocalipse 21:9)

Estes, então, são de fato a descendência de Abraão, que são como “as estrelas dos céus”.

Abençoar a todas as nações

A semente de Abraão abençoará a todas as nações da terra, e isso será cumprirá quando, como parte da primeira ressurreição, a Igreja será sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele “mil anos”. —Apocalipse 20:6.

Os “mil anos”! Esse é o Milênio. É o Milênio de Deus, não o do homem.

Ele, não somente abençoará a algumas famílias da terra. Irá abençoar TODAS as famílias da terra.

Irão abençoar as nações ímpias de Sodoma e Gomorra. (Ezequiel 16:55)

Abençoará as nações pagãs.

Abençoará a nação de Israel.

Abençoará os ateus.

Abençoará as nações cristãs.

Abençoará as nações muçulmanas.

Abençoará a “todas as nações da terra.”

É este alcance universal do plano de Deus que o torna tão maravilhoso.

Que maiores provas precisamos para constatar que “Deus é amor!”?

O que será que o reino fará? Por que se requer um milênio inteiro para a realização das bênçãos? Considere o trabalho que tem de ser feito.


(A segunda parte deste artigo será publicada na edição de Julho-Agosto de 2013 desta revista)


Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora