DESTAQUES DA AURORA

A Arqueologia Comprova a Bíblia

Parte II

O Testemunho das Cidades Babilónicas

AS TERRAS de Sinar e Assur referidas na Bíblia situam-se na área conhecida como Mesopotâmia, que significa a “terra entre-os-rios”. Este antigo país é agora conhecido como Iraque, apenas uma pequena parte deste território.

Nos tempos primitivos a parte sul destes pais era chamada de Babilônia, e a parte norte de Assíria. Ainda cedo, a planície sul era chamada de Sumer, a parte norte Acade. A área é de aproximadamente 966 km de comprimento e 400 km de largura. É geralmente falando um rectângulo através do qual correm dois grandes rios, Tigre e Eufrates. Esta área, á muito que tem sido considerada pelos estudiosos como berço da raça humana, aqui estão mencionadas cidades importantes e a sua localização.

Ur é uma dessas cidades. Para os que crêem na Biblia Ur é importante porque o patriarca Abrão passou por lá. Gênesis 11:31 “E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali.”

A razão pela qual Abrão ou Abraão deixou Ur para ir para Canaã encontra-se em Gênesis 12:1-3: “Ora disse Jeová a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei; farei de ti uma grande nação, e te abençoarei e engrandecerei o teu nome. Sê tu uma bênção: abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar; por meio de ti serão benditas todas as famílias da terra.”

No novo Testamento o Apostolo Paulo declara que a promessa que Deus faz a Abrão é na realidade um relato do Evangelho de Cristo: “Antes que isso acontece-se, as Escrituras viram que Deus ia aceitar os não Judeus por meio da fé. Por isso, antes de chegar o tempo, elas anunciaram a boa noticia a Abraão, dizendo: “por meio de você, Deus abençoará todos os povos.”

Por um longo período de tempo altos críticos da Bíblia insistiram em dizer que tal pessoa como Abraão nuca existiu; que as histórias sobre ele são meras alegorias, ou contos de fadas, inclusive o relato sobre a sua vida na cidade de Ur. Os críticos declararam que tal cidade nunca existiu. As declarações destes críticos descrentes destruíram a fé de muitos nas Escrituras Sagradas. Desde as promessas feitas cedo a Abraão foram um relato do Evangelho, o evangelho não baseado em fatos reais, mas de meras promessas fantasiosas feitas a Abraão.

A Descoberta da Cidade de Ur

Neste período da era Cristã em que ataques frontais foram feitos por críticos e outros, é muito importante ler o que os arqueólogos foram descobrindo sobre uma após outra das terras mencionadas na Bíblia Sagrada, entre elas a cidade de Ur. Hoje Ur é uma via ferroviária principal de 194 km a norte de Basra próximo do golfo Pérsico. Uma das paradas mais importantes na estação de Bagdá. Quando os passageiros do trem se aproximam eles não vêem obviamente a cidade de Ur. O que eles vêem é um monte de terra vermelha, é este monte que deixa os arqueólogos muito próximos da descoberta da cidade de Ur.

Este monte era conhecido pelos árabes por “Tell al Mugayyar”. Antigamente as cidades foram destruídas por inimigos ou por tempestades, e agora precisamos reconstruir as suas ruínas. Através deste processo as cidades ficarão novamente à vista. No entanto, se forem abandonadas de novo, as ruínas ficaram de novo cobertas de areia e terra. A palavra “Tell” foi usada para indicar a diferença entre as elevações mais ou menos artificiais e entre os montes naturais.

Chegaram a Tell Mugayyar em 1923 e um grupo de arqueólogos do museu Britânico e da Universidade de Pensilvânia. Chefiando o grupo de expedição estava Sir Charles Leonard Woolley. Por volta do meio do século 19 um arqueólogo de nome Taylor, chegou a Tell al Mugayyar, fico impressionado com a altura da elevação e começou o trabalho pelo topo e laterais. Fez saber que descobriu uma grande torre religiosa e um santuário que foi mais tarde conhecido, como santuário do deus da lua de Ur.

Porém, grandes passos foram dados na ciência da arqueologia desde os tempos em que Taylor e os seus homens se deslocaram até ao monte de Tell al Mugayyar, até que Woolley com a sua expedição chegou ao mesmo local em 1923.

Com o seu olho treinado Woolley fixou a sua atenção nos pequenos montes á volta do monte principal, e foi ai que começou a sua investigação. Werner Keller escreveu, montes como estes, uns grandes outros menores existem em grande número no Oriente Médio nas margens dos grandes rios, no meio de planícies férteis, e caminhos seguidos ao lado de caravanas desde á tempos imemoriais. Ainda não houve ninguém capaz de contá-los.

Encontramo-los desde o nascente do rio Eufrates e Tigre no Golfo Pérsico até as montanhas da Ásia Menor onde o rio Halys cai para o Mar Negro, na margem oriental do Mediterrâneo, nos vales do Líbano, em Orontes da Assíria, e na Palestina no Jordão.

“Estas pequenas evidências são grandes achados para os arqueólogos descobrirem, de forma contínua e exaustiva. Não foram feitas pela Natureza mas criadas artificialmente, deixadas como legado por gerações primitivas; um vasto conjunto de escombros de cabanas, casas, muros de cidades, templos, e sítios, depositados ao longo de eras anteriores.” —The Bible as History, pp. 14,15

Começou em 1923 a Expedição Anglo-Americana ás ordens de Woolley que trabalhou por três invernos escavando ao redor de Tell al Mugayyar. E depois como lemos anteriormente na pág. 18 da The Bible as History, “por baixo dos montes vermelhos de Tell al Mugayyar governa uma inteira cidade banhada pelo brilho do sol, acordada do seu longo sono após muitos milhares de anos pela persistente paciência dos arqueólogos. Woolley e os seus companheiros estão alegres com a descoberta. Depois deles Ur, a Ur dos Caldeus que a Bíblia refere.”

Não é o lugar de Nascimento de Abraão

Das poucas referências que nos são dadas parece que Ur dos Caldeus não foi a casa de Abraão. Ur era no sul da Mesopotâmia e no oeste do Eufrates. Este rio é às vezes chamado como “de dilúvio”.

“Josué disse a todo o povo: Assim diz Jeová, Deus de Israel: Além do rio, antigamente habitaram vossos pais”. Josué 24:2 TB

Quando Abraão mandou o seu servo Eliezer procurar uma noiva para seu filho Isaque, o servo foi especificamente admoestado para ir aos parentes de Abraão, e “foi para a Mesopotâmia, á cidade de Naor.” —Gênesis 24:4,10

Por alguma razão Abraão e o seu pai e outros familiares tiveram de viajar desde o norte da mesopotâmia para Ur, dai deixaram Ur e foram para Canaã, a terra que Deus prometeu a Abraão e a sua descendência, eles viajaram primeiro para o norte para Harã. Harã deve ter sido a cidade onde viveu Abraão até á morte de seu pai Tera. Talvez quisesse enterrar o seu pai junto dos seus antepassados.

A Estrada de Ur para a terra prometida através de Harã era longa, foram Abraão e a sua família tentados a atravessarem a estrada mais curta que é agora o deserto Árabe, sem dúvida não seria possível transportar toda a sua gente e bens com eles. A cidade de Ur estava cercada por terras férteis, e foi ai que Abraão se tornou agricultor, viveu prosperamente, na bem documentada cidade de Ur.

O lugar de nascimento de Abraão fora possivelmente no abastado Reino de Mari. Harã e Naor foram cidades deste reino. Esta tinha boas construções e casas com centenas de quartos e pátios de lazer. Esta construção cobria cerca de dez acres, o equivalente a “40.467m²”. Esta foi a maior construção que os arqueólogos trouxeram á luz até agora.

Tábuas de argila foram usadas pelos antigos citadinos. Estas tábuas confirmam a existência de Abraão e seus pais. A Bíblia diz: “Quando tinha trinta anos, Pelegue foi pai de um filho chamado Reú. Depois disso, Pelegue viveu mais duzentos e nove anos e foi pai de outros filhos e filhas. Quando Reú tinha trinta e dois anos, nasceu o seu filho Serugue. Quando Serugue tinha trinta anos nasceu o seu filho Naor. Quando Naor tinha vinte e nove anos nasceu o seu filho Tera. Depois que completou setenta anos de idade, Tera foi pai de três filhos: Abrão, Naor e Harã.” —Gênesis 11:18-26

“Os nomes dos parentes antigos de Abraão surgem das eras e dos nomes de cidades antigas no noroeste da Mesopotâmia. Eles permaneceram em Padã-Arã, moraram no centro de Arã, de acordo com a descrição deve ter sido uma cidade bastante prospera…Arã, a casa de Abraão, pai dos patriarcas, o lugar de nascimento do povo Hebreu, foi aqui atestado historicamente pela primeira vez, textos contemporâneos provam-no. Além disso, o mesmo vale de Balikh situado nas mediações da biblicamente bem conhecida Naor, a casa de Rebeca, esposa de Isaque.” —The Bible as History, pág. 51,52

Estas informações descobertas em tábuas de argila no reino de Mari produziram mais evidência de que os relatos dos patriarcas na Bíblia não são meras lendas. São relatos verídicos dos tratos de Deus com o do povo escolhido. São estes relatos que nos fornecem informação do propósito e seu grande amor pelo qual abençoara todas as famílias da terra, tal como disse ao pai Abraão.

Homens em Adversidade

A escavação das ruinas de cidades antigas – cidades que existiram nos dias de Abraão, e mesmo antes dele – revelam um alto padrão de civilização existente na época. O notável professor Palmer Hall Langdon, do Institute of Metals, Londres, após o seu retorno do extensivo trabalho na Mesopotâmia em 1929, descreve as suas descobertas como sendo um grande dilúvio, de grande força, pela quantidade de artefatos e relíquias encontrados como assumem importância também para os seus seguidores depois dele. Nós citamos este artigo que surgiu no London Times:

“Antes desta camada do Dilúvio, existe outra, treze pés de espessura. Nas partes mais escondidas deste substrato foi fundada o que resta da construção em tijolos, os quais foram abandonados e obstruídos com sedimentos… onde antes se viam os tijolos… esta camada representa dois períodos – o mais antigo, em que as construções eram erigidas desde a sua base, e o mais tardio, que depois destas construções terem sido desenterradas, descobriu-se objetos em cobre, prata e ouro, tigelas em pedra e uma quantidade de outros recipientes por pintar.”

Quão vividamente esta declaração nos remete para Tubalcaim ele era um forjador de ferro e bronze. (Gên. 4:22) sobre Jubal a Biblia afirma, “Este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão.” (Gên.4:21) Esta breve informação indica que as pessoas daqueles dias, pouco tempo após a queda do homem no pecado e na morte eram inteligentes e civilizados. Agora o trabalho com as pás dos arqueólogos confirma isso.

A evidencia de um alto grau de civilização de tempos remotos confirmada pelas descobertas nas escavações das ruínas da cidade de Ur por Woolley. Templos sumérios, oficinas, adegas e belas moradias foram descobertas. Também foram descobertas as sepulturas dos reis de Ur. Estas pedras não eram nada pequenas, porém, ainda escondem tesouros e vestes reais belamente adornadas que precisam ser descobertas em Ur.

Existiam lá copos de ouro, pratos e canecas especiais decorados. Havia lá utensílios de cozinha feitos em bronze e instrumentos musicais. Significa que era um povo muito rico para aquele tempo. Estes tesouros não eram o produto de criaturas meio humanas, ou meio macacos. Elas revelam que o homem foi criado perfeito, processando uma alta inteligência, que ele pecou e foi condenado á morte, daí para cá tem decaído. O apóstolo Paulo escreveu em 1 Coríntios 15:21, “Em Adão todos morrem”.

O Dilúvio Confirma

Entretanto o Homem continua a decair mesmo por detrás das sepulturas dos reis: no seu diário ele escreveu referente aos seus esforços: “quase todas as descobertas confirmam que as sepulturas não foram feitas em solo virgem”. Mesmo por baixo de uma das sepulturas dos reis encontramos tábuas com inscrições mais antigas do que as colocadas por cima das sepulturas. A julgar pela escrita pode ter sido por volta de 3000 a.C. Talvez mais antigas dois ou três séculos do que as sepulturas.

Então Woolley instruiu os seus homens a continuarem a escavar. Cada vez mais fundo, novos achados, fragmentos de jarros, tigelas… continuaram a aparecer. Porém, as louças eram da mesma época. Era igual ao que foi encontrado nas sepulturas dos reis. Os entendidos concluíram que a civilização suméria se manteve igual por muitos anos. A riqueza e nível de civilização do seu povo eram muito grandes para a época.

Finalmente, ao passo que continuaram a escavar, alguns deles relataram a Woolley que tinham encontrado solo virgem. Woolley fez uma inspeção pessoalmente e descobriu, que o relatório dos seus homens era correto.

Porém, ele teve uma grande surpresa. Ele descobriu solo que não era do mesmo tipo, havia areia, de um tipo que não pertencia ali, tinha sido depositada pela água.

Como poderia ter-se mudado para ali. Ao princípio concluiu-se que poderia ter se depositado com as cheias do rio Eufrates. Mas após reflexão conclui que o nível de deposição de areia era muito alto. Woolley disse: “Eu vi que estávamos muito mais alto. Era muito incomum estavam muito longe da ilha onde havia esse tipo de areia.

Não, não podia ter sido depositada pelo rio. Woolley não tinha uma explicação nem os seus associados, mas continuou a escavar mais ou menos 3.0480 m de profundidade, encontrando apenas areia limpa. Então pensaram que agora é que tinham encontrado o verdadeiro solo virgem. Mas encontraram evidência de ocupação humana, havia ali utensílios feitos á mão, mais diferentes dos encontrados anteriormente.

Woolley tirou a sua conclusão, que foi confirmada pelo prof. Langdon, o depósito de areia tinha sido deixado pelo dilúvio Bíblico. Novamente de uma forma marcante a verdade da Bíblia foi confirmada, pelos arqueólogos que escavaram bem fundo nas cidades da antiga Mesopotâmia.



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora