Deus e a Razão—Parte Final

Nova Ordem De Deus

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.”
– Apocalipse 21:4,5

SE FOSSE possível imaginar a nossa Terra, ou qualquer um dos outros planetas na ilimitada extensão do universo, desobedecer a lei divina que rege os corpos celestes, sabemos que completa anarquia iria resultar na destruição daquele planeta. A razão que os cientistas são capazes de predizer o segundo exato de um ano antes do eclipse solar é porque eles sabem que os orbes do espaço estão sujeitos a certas leis definidas que podem depender de produzir resultados precisos de maneira uniforme.

Não é razoável supor, então, que o homem, a mais alta das criaturas terrestres de Deus, e o único que tem uma consciência mais ou menos em sintonia com os princípios do certo e do errado, também está sujeito à lei divina? É assim mesmo, e foi pela desobediência do homem à lei de Deus que ele mergulhou num pântano de tristeza, sofrimento e morte. E será só através da obediência às leis divinas que a humanidade será capaz de voltar a Deus e às bênçãos da vida e da felicidade que foram recusadas por causa do pecado.

Mas ninguém deve supor que qualquer tentativa de obedecer a lei de Deus irá resultar no retorno do favor de Deus. Não, a lei de Deus foi violada pelo perfeito Adão—que tinha o conhecimento e a capacidade de fazer melhor—o que resultou em sua condenação à morte. A posteridade de Adão, portanto, foi de filhos de um homem condenado a morrer e, por isso, todos nasceram imperfeitos e sob condenação de morte. Assim, o homem, em seu estado, destinado a morrer, é incapaz de manter inviolada a lei de Deus, portanto, está irremediavelmente perdido tão longe como o fornecimento de salvação para si mesmo seja possível.

As Escrituras dizem que “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) A partir disto vê-se que somente em Jesus está centrada toda a esperança da salvação. Ele pagou a pena de morte com sua própria morte na cruz do Calvário. Foi com esse objetivo que Jesus se fez carne. Era um homem (Adão) que pecou, e, por isso, era necessário que um outro homem, um ser perfeito e sem condenação humana—se tornasse o Redentor. Isto Jesus o fez. Mas, enquanto Deus, em Seu amor, enviou Jesus para morrer pela raça humana, proporcionando assim uma forma de escapar da morte, um mero assentimento mental a esta verdade fundamental não trará a salvação, agora ou mais tarde, quando o reino for estabelecido. O que Deus exige?

Deus manifestou a sua lei a Israel na forma que é conhecida como os Dez Mandamentos. Eles constituem a base da maioria das leis civilizadas de hoje. Jesus resumiu estes mandamentos em dois grandes requisitos: amor supremo pelo Criador, e um amor igual ao nosso próximo ao que temos por nós mesmos. Esta última exigência é compreendida no que é comumente conhecido como a Regra de Ouro. Estes dois mandamentos principais constituem o alicerce de toda a verdadeira justiça, e ninguém, nem agora nem no mundo vindouro, pode estar em harmonia com o verdadeiro Deus, ignorando a lei, ou se recusar a ser governados por ela.

O egoísmo, até agora, tem estado sempre eminentemente em destaque. Da aparência externa e material, o egoísmo tem sido eficaz e necessário. Tem muitas vezes parecido verdadeiro que aqueles que não permaneceram no movimento de auto-interesse tem sido irremediavelmente deixados para trás em sua busca da felicidade. “Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados”, declara o profeta do Senhor. —Mal.3:15

Amor Para Substituir o Egoísmo

Durante os últimos seis mil anos, Satanás tem sido o grande capataz da raça humana, e ele tem regido pelo mal princípio do egoísmo. Com o estabelecimento do novo reino, a ordem das coisas serão revertidas. Então Jesus vai ser o governante, e o amor, em vez de egoísmo, será ensinado e incentivado e premiado.

Então virá o verdadeiro cumprimento dessa maravilhosa profecia angelical, “Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Esta mudança do egoísmo para o amor não virá de repente. O profeta sugere o método gradual pelo qual o mundo será instruído na lei do amor quando ele diz que “havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” —Isa. 26:9

O trabalho de julgamento mencionado por Isaías será coincidente com a distribuição de bênçãos do reino. Mas não vai ser nada como o dia dos julgamentos tradicionais que tem sido utilizadados para assustar muitas pessoas com o objetivo de formar uma organização denominacional de igreja. Assim, o sistema do reino será completo de instrução na justiça que o profeta nos diz que a lei de Deus será escrita mesmo no coração das pessoas. —Jer. 31:33

As Bênçãos Vindouras

Ninguém precisa esperar, no entanto, até o reino seja realmente comprovado, a fim de começar a aprender e pôr em prática a lei de Deus. O que deve impedir qualquer um de nós, mesmo agora de fazer um esforço sincero e realmente amar ao nosso próximo como a nós mesmos? Há muitas maneiras de fazer o bem aos outros, maneiras que estão ao alcance de todos nós. Não custa dinheiro para mostrar um sorriso, uma palavra de elogio ou de outra forma de compartilhar com outros a alegria que deve estar em nossos corações. Na medida em que sabemos como o amor de Deus é revelado em sua Palavra, devemos estar contentes de contar aos outros sobre isso. Não há melhor forma de confortar corações angustiados que contar-lhes a feliz mensagem a respeito do reino messiânico que em breve vai ser estabelecido.

Hoje, os relativamente poucos milhões de pessoas da terra que não podem neste momento ser atingidas com um ou outro dos inúmeros males com os quais o homem caído é atormentado, estão vivendo quase que constantemente o medo do tempo em que eles estarão entre os sofredores. Por causa dos fantasmas do medo da pobreza, doença, bombardeiros e armas nucleares, que estão sempre à vista neste mundo egoísta, ferido pelo pecado, os corações dos homens estão constantemente cheios de medo, e isso estraga a felicidade que poderia ser usufruída temporariamente por alguns. Mas no mundo novo, quando a regra do reino de Cristo estiver em pleno funcionamento, até mesmo o medo do mal será removido. A promessa é de que nada será permitido para o mal nem dano algum haverá em todo o reino que é santo. (Isaías 11:9) Ah, sim, quão maravilhosamente verdade será, então, que os que choram enlutados, terão suas lágrimas, assim como as causas de suas lágrimas, tudo apagado, quando eles perceberem que o trabalho do Reino está completo. —Isa. 25:8

Que privilégio glorioso, então, temos agora, de contar ao mundo inteiro essas notícias abençoadas, que nós temos a oportunidade e podemos fazer! Quando observamos o temor dos nossos amigos e vizinhos que se preocupam com as coisas que estão vindo sobre a terra, vamos ser rápidos em atender as instruções do Senhor enviando-nos a proclamar: “Dizei aos tímidos de coração: Sede fortes, não temais: eis que há de vir o vosso Deus com vingança, com recompensa de Deus; ele virá e vos salvará.” —Isa. 35:4 TB

Não há nada melhor que possamos fazer neste momento para mostrar nossa gratidão a Deus pela esperança do reino que ele nos deu através de sua Palavra, que torná-la conhecida de outros. Não podemos parar a correria de um mundo egoísta em direção ao precipício da destruição certa, mas podemos dizer a quantos quiserem ouvir que Deus está prestes a estabelecer um novo mundo, uma vez que o egoísmo desumano destruiu completamente este “presente mundo mau.” (Gál. 1:4) Assim, podemos ser embaixadores do novo reino e, do ponto de vista da fé, com certeza o cumprimento das promessas de Deus pode tomar o nosso lugar ao lado daqueles descritos pelo profeta, que estão dizendo a Sião: “O teu Deus reina!” —Isa. 52:7; 61:1-3