VIDA E DOUTRINA CRISTÃ

Pesquisando as Escrituras—Parte 2

Os Nobres Bereanos
Parte II

ESCONDIDAS DOS PROFETAS E DOS ANJOS

As palavras da Verdade não foram reveladas a ninguém, nem aos profetas antigos e nem mesmo aos anjos. Ele explicou: “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, para as quais coisas os anjos desejam bem atentar. Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo.” —Vs. 10-13

SABEDORIA DO ALTO

A epístola de Tiago está entre os primeiros escritos do Novo Testamento, e representa os ensinamentos que foram pela primeira vez dados aos judeus que se converteram ao cristianismo logo após o ministério terrestre que nosso Senhor Jesus tinha terminado. Tiago sublinha, “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” —Tiago 1:17

O Pai Celestial é fonte de toda a Verdade e por meio do seu Espírito Santo dá a sua compreensão às pessoas. “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas. Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” —Vs. 18,19

No que diz respeito aos maravilhosos presentes de Deus, Tiago também apontou para o significado de a sabedoria de Deus estar sempre pura. ”Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz para os que exercitam a paz.” —Tiago 3:17,18

A VERDADE É PRIMEIRAMENTE PURA

Nossa atenção é atraída para o fato de que a sabedoria celestial trabalha em harmonia com o caráter divino do amor. Embora o espírito de sabedoria que vem de cima seja pacífico, o apóstolo não coloca a sua importância antes da pureza. A verdadeira sabedoria é pacífica somente quando ela é coerente com a honestidade e a pureza, e só pode estar em paz com aquilo que é puro. A gentileza, então, segue a pureza e é pacífica quando é santificada pela Verdade. Então, a sabedoria celestial se alegra na misericórdia da verdade, e o fruto do Espírito Santo é desenvolvido nos corações daqueles que foram iluminados pela sabedoria do alto.

A LUZ DA VERDADE

O profeta Isaías fala da luz e da sua relação à vida e à Verdade. Ao apresentar o propósito divino, ele escreve: “E guiarei os cegos pelo caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar pelas veredas que nunca conheceram, tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Essas coisas lhes farei, e nunca os desampararei.” (Isaías 42:16). “Por amor de Sião não me calarei, e por amor a Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa. —Isa. 62:1

Muitas outras escrituras também chamam a nossa atenção para o dom especial de luz. “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz” (Sal. 36:9) “Bem-aventurado o povo que conhece o som alegre; andará, ó SENHOR, na luz da tua face.” (Sal. 89:15) “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Sal. 119:105) “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” —Prov. 4:18

Como um guia e uma perspectiva espiritual para as pessoas consagradas ao Senhor, podemos ler: “E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso, mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não seja trevas. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te ilumina com o seu resplendor.” —Lucas 11:33-36

MEDITANDO NA PALAVRA DE DEUS

A meditação é uma marca do caráter cristão daqueles que procuram andar nos caminhos do nosso amado Pai Celestial e que permanecem em sua Palavra. Séculos antes de Jesus nascer, o salmista escreveu: “Seus mandamentos são o meu prazer. Seus testemunhos são justos para sempre, dá-me entendimento para que eu possa viver. Eu chorei com todo meu coração, me responda, ó Senhor! Vou observar seus estatutos. Eu chorei por você, salve-me, e eu vou manter os seus testemunhos. Eu me levanto de madrugada e choro por ajuda, eu espero por suas palavras. Meus olhos antecipam as vigílias da noite, que eu possa meditar na sua palavra.” —Sal. 119:143-148

O salmista disse ainda: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Mas o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. E ele será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará”. —Sal. 1:1-3

Em sua carta aos irmãos hebreus, o apóstolo Paulo escreveu: “A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há nenhuma criatura que não seja manifesta na sua visão, mas todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. Visto que temos um grande sumo sacerdote que penetrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, retenhamos firmemente a nossa confissão.” —Heb. 4:12-14

TESTEMUNHO DE JESUS

Jesus deixou claro que o fato de que ele foi o único que tinha sido enviado para realizar a vontade e o propósito do Pai Celeste, e não o seu. Suas palavras humildes estão registradas no Evangelho de João, onde lemos: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma: como ouço, julgo, e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou. Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.” —João 5:30-32

Nosso Senhor Jesus estava falando de João Batista que foi o precursor de Cristo e tinha preparado o caminho para ele. “Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. Mas eu não recebo testemunho de homem algum, mas essas coisas eu digo, para que sejais salvos. Ele era uma candeia que ardia e alumiava, e vós quisestes alegrar-vos por um pouco tempo com a sua luz. Mas eu tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que Eu faço, dão testemunho de mim, que o Pai me enviou. E o próprio Pai que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz a qualquer momento, nem vistes a sua forma… examinais as Escrituras, porque nelas vós cuidais ter a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” —Vs. 33-37,39

LEGADO DOS BEREANOS

A observação do Apóstolo Paulo de que os membros da igreja da cidade de Beréia eram Estudantes da Bíblia de um espírito nobre é uma lição positiva para todas as pessoas consagradas ao Senhor sempre manterem em mente. Esses irmãos acreditavam sinceramente na infalível Palavra de Deus, e enfatizavam que era a única fonte da verdadeira compreensão. Eles apreciavam profundamente o seu valor e significado como um “assim diz o Senhor” para a prova final de que eles acreditavam.

O termo Sola Scriptura (do latim, “Só Escritura”) foi um slogan cunhado por Martinho Lutero, quando ele foi questionado no Sínodo de Augsburg, Alemanha, em outubro de 1518. Isto se tornou um termo popular durante a Reforma Protestante. Ele estava desafiando a autoridade suprema da Igreja estabelecida. A posição dela mantinha que a tradição, os ensinamentos e a autoridade da igreja, deveriam ser reconhecidos. Escrituras por si só eram insuficientes, e não deveria haver nenhuma interpretação individual. Em seu recurso ao Conselho, Lutero voltou-se para a Bíblia como a única fonte de autoridade, e colocou sua própria interpretação acima do clero.

“Ora, estes (os Judeus) foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra (com relação a alcançar, através de Cristo, a salvação eterna no reino de Deus), com humildade e desejo, pesquisando e examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.” —Atos 17:11,12, Bíblia Ampliada.


(A terceira parte desta série será publicada na edição de Maio-Junho 2011 desta revista)



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora