VIDA E DOUTRINA CRISTÃ |
O Grandioso Desígnio do Criador – Parte 1
O Incrível Fracasso Humano
OS ASTRONAUTAS que viajam através do espaço a incríveis velocidades ficam grandemente admirados ao observarem a terra em que vivemos. Embora possam, a partir de sua posição vantajosa, obter uma visão impressionante deste pequeno planeta, contudo, não conseguem observar as atividades das incontáveis milhões de pequenas criaturas que vivem em sua superfície, criaturas a quem chamamos de seres humanos. Nem podemos nós que estamos sobre a superfície da Terra compreender plenamente o significado de tudo o que acontece ao nosso redor. Houve um tempo em que o chamado homem civilizado pensava haver compreendido o significado da vida, bem como o destino da humanidade, mas hoje este sentimento de compreensão quase que desapareceu da Terra.
Na realidade, o que tem ocorrido no mundo desde o começo deste século comprova o erro desta expectativa. Pensava-se então que o homem estava dando passos firmes e concretos para a paz e o progresso. Apesar disso, muitas das monarquias européias continuavam sustentando que reinavam pelo “direito divino”. E nos Estados Unidos era comum a crença que Deus estava abençoando de forma especial a essa nação e a seu governo. Segundo a nossa perspectiva atual, o chamado “mundo civilizado” daquele tempo, composto basicamente pela aristocracia européia e americana, não havia se dado conta de que em outras partes da terra, existiam muitos outros milhões de pessoas. Muito poucos pensavam neles. Pelo contrário, era comum encontrar pessoas que sustentavam que estes grupos humanos deviam permanecer debaixo da servidão e escravidão. Certamente que, a escravidão havia sido abolida em muitos países, mas isso não evitou que continuassem existindo cidadãos de segunda classe. Para muitos, porém, essa situação não poderia continuar indefinidamente.
No entanto, ainda que estas nações pertencessem ao assim chamado mundo civilizado não eram todas elas amistosas entre si como se poderia esperar. Todas elas mantinham poderosas forças armadas e abundantes provisões de armas. Apesar disso, pensava-se que o avanço científico haveria de ajudar a prevenir o uso dessas armas. Assim, o mundo seguiu adiante inadvertidamente despreocupado quanto às horrendas convulsões que haveriam de ter lugar pouco tempo depois.
UM MUNDO TERMINOU
No ano de 1913 o mundo clamou haver alcançado sua meta de paz designando este ano como um “ano internacional da paz”. Por todo o mundo os governantes e diplomatas celebraram esse tão desejado propósito. Não pareceu importar-lhes muito que milhões de pessoas na Ásia, África e em muitos outros lugares do mundo carecessem de comida, estivessem mal vestidos ou não tivessem um lugar decente para viver. Seu mundo havia alcançado a paz e isso bastava para estarem contentes.
Porém sua tranqüilidade não duraria muito tempo, pois no ano seguinte, em agosto de 1914 a Primeira Guerra Mundial explodiu com fúria em toda a Europa. Esta assinalou virtualmente o fim da ordem social reinante até então. Os resultados desse holocausto não foram aparentes de imediato; mas olhando para trás ao passado, sob uma vantajosa perspectiva, própria do tempo atual em que vivemos, podemos ver as tremendas mudanças que ocorreram, não somente nas estruturas políticas dessa época, mas também principalmente nos pontos de vista religiosos e cívicos das nações.
Como produto desse grande conflito chegou ao fim grande parte das poderosas dinastias políticas da época. Em seu lugar se estabeleceram novos sistemas de governo, muitos deles desconhecidos na Europa. Por outro lado o império britânico, depois de um curto período de decadência, ficou virtualmente reduzido ao seu próprio pequeno território. Como se pode ver hoje, a ordem social da Europa é totalmente diferente da que havia antes da Primeira Guerra Mundial; tão diferente como o dia é da noite.
Foi no ano de 1917, pouco antes do fim da Primeira Guerra Mundial, que o comunismo tomou o poder na Rússia pondo fim à velha monarquia que havia regido o destino do país. Os anos que viriam depois seriam testemunhas do desejo, por parte das demais nações, de neutralizar esta nova ameaça. O virtual fracasso dessa tentativa levou as nações a tomarem partido, quer seja para expandir, quer seja para bloquear o comunismo. Não somente o comunismo se converteu num fator determinante nas decisões internacionais nos anos bélicos, mas também a sua propagada ateísta, não só na Rússia como também em outros paises, produziu milhões de ateus.
MUDANÇAS NO PANORAMA RELIGIOSO
Por séculos católicos e protestantes permaneceram separados confrontando-se. Com o objetivo de promover seus próprios interesses no mundo cada igreja fez enérgicos esforços missionários nas nações não cristãs. Hoje em dia essas diferenças têm diminuído. O crescimento do materialismo e do ateísmo está ameaçando a existência da religião e as diferentes igrejas sentem hoje, mais do que nunca, a necessidade urgente de trabalharem juntas.
Ainda que em algumas áreas do mundo continuem a existir as missões, o fato é que em nações tais como a China e a Índia sempre foi difícil propagar a mensagem do Evangelho. A situação instável de muitos países em desenvolvimento tem feito com que a obra missionária, levada a cabo pelas igrejas da cristandade nessas áreas, transcorra de maneira lenta. Em poucas palavras, estes grupos religiosos agora precisam reconhecer que seu objetivo altruísta de converter o mundo tem provado ser um total fracasso.
Na atualidade, em verdade, a influência da religião na Europa e nas Américas tem decaído muito. Pouco tempo depois da Segunda Guerra Mundial e como conseqüência dos temores pelo futuro da humanidade, houve um ressurgimento religioso em várias partes do mundo. Se bem que no mundo de hoje ainda existem pessoas que buscam o que é justo e reto, as normas de moral da maioria das nações estão em seu nível mais baixo. Isto é evidenciado pelo rápido crescimento do índice de criminalidade em quase todos os países.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Apesar da devastação e horror trazidos pela Primeira Guerra Mundial de 1914-1918 os governantes do mundo não aprenderam que a guerra não pode solucionar os problemas do mundo. Tampouco aprenderam que a melhor forma de evitar a guerra é precisamente não estar preparando-se para ela. Assim, vinte e cinco anos depois de chegar ao fim a “guerra que ocorreu para terminar com todas as guerras”, as nações européias estavam outra vez lutando entre si. Logo, como na ocasião anterior, todo o mundo ficou envolvido numa segunda guerra mundial.
Por uma ironia do destino, as nações capitalistas mais poderosas da terra nesta época estavam lutando lado a lado com as comunistas, a fim de destruir as potências do eixo. Ao mesmo tempo novos e mais devastadores instrumentos de destruição começaram a ser usados, entre eles, a bomba atômica. Quando as fumaças da batalha se dissiparam e foram feitos novos tratados, a Europa ficou dividida. Esta situação tem sido, por muitos anos, uma iminente ameaça contra aquela infeliz e nervosa paz nas quais as nações têm-se visto presas devido à ameaça atômica.
A Segunda Guerra Mundial, assim como a Primeira, não resolveu os problemas do mundo. Pelo contrario, os países do ocidente têm tido que se unir para fazer frente à ameaça dos países do oeste e vice-versa. Olhemos em qualquer direção e acharemos descontentamento, agitação, contendas e derramamento de sangue. A Organização das Nações Unidas (ONU), como organismo mundial que toma a liderança quanto a prestar ajuda nos campos da educação, medicina, alimentação, etc. tem sido totalmente impotente em solucionar os principais problemas que afetam as nações.
BONS ESFORÇOS
Não pretendemos dar a impressão de que todo o mundo do pós-guerra seja mau ou iníquo. É algo positivo observar que os governos atuais têm ajudado a dissipar das mentes das pessoas muitas das superstições vindas da idade média e cuja origem remonta ao paganismo. De fato, existem muitas coisas no mundo de hoje que são preferíveis às que existiam antes. O surgimento de campanhas que promovem a dignidade humana, como se nota no movimento dos direitos humanos, é algo digno de elogio. Mas são justamente esses esforços ou pretensões de estabelecer uma paz duradoura que parecem provocar muito mais lutas e frustrações, fazendo que as pessoas de mente indagadora se perguntem o porquê disso.
Existe uma desproporção ascendente e amedrontadora no mundo de hoje. Possivelmente a razão para isto se ache em parte nas desigualdades que subsistem em muitas partes do mundo. Meditemos sobre os milhões de famintos que vivem nos países em desenvolvimento, onde setenta e cinco por cento de sua população está subnutrida.
Para completar a escala de males devemos acrescentar os persistentes conflitos raciais e religiosos.
EXPLOSÃO POPULACIONAL
Um dos paradoxos de nosso tempo é o problema da “explosão demográfica”. A razão disso se estabelece no fato de que a ciência médica, desde o início do século, e mais especialmente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, tem desenvolvido formas e meios de prolongar a vida humana. No entanto especialistas no campo do desenvolvimento populacional afirmam que a taxa de natalidade precisa ser drasticamente diminuída, pois de outro modo, em pouco tempo a terra ficará super povoada.
Estamos somente chamando atenção ao fato que aqui nos deparamos com um problema relativamente novo. Se bem que muitas pessoas não dão a merecida importância ao assunto, é evidente que uma situação como esta há de tornar-se muito séria em médio prazo. É, portanto, um problema que em breve terá que ser tomado muito a sério pelos estadistas. Permitirá o egoísmo humano que venhamos a ser bem sucedidos quanto a obtermos uma solução para este problema assim como aos outros problemas imediatos que nos afetam hoje?
O AVANÇO DO CONHECIMENTO
Há pouco mais de 100 anos a locomotiva era o mais rápido meio de transporte. Sessenta quilômetros por hora eram considerados uma grande velocidade. Mas que mudanças se vêem hoje em dia! Atualmente, viajar a essa velocidade não significa grande coisa. As velocidades alcançadas nos transportes aéreo, marítimo, terrestre e aeroespacial constituem somente parte dos incríveis avanços que se têm feito graças à ciência e às invenções.
Mas este avanço científico não tem conseguido resolver os problemas do mundo, pois há algo que não tem tentado e nem pode fazer: remover o egoísmo do coração dos homens. Pelo contrário, em muitos aspectos atrai o orgulho, que desdenha quanto à necessidade de Deus. A auto-suficiência, no mundo em que vivemos, têm levado muitos a sustentar que o universo veio a existir por acaso. Afirmam que o homem está aprendendo agora a como governar e conquistar os elementos que o produziram e ao universo. Estas pessoas se esquecem da sua incapacidade de resolver os problemas mais angustiantes da humanidade.
O maior problema de todos é que mais de 300.000 pessoas morrem a cada vinte e quatro horas. As enfermidades e a morte têm sido um problema para o ser humano desde que este apareceu sobre a terra. Os médicos estão fazendo denodados esforços para descobrir remédios para as principais enfermidades que afetam o homem e isto é algo bom; mas algo que os cientistas não tem sido capazes de vencer é a velhice e a morte. As casas funerárias continuarão sendo muito necessárias neste sofrido mundo. Aqueles que crêem que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus sabem que será Ele quem destruirá finalmente a morte. – Apocalipse 21:4
De fato, o que pretendemos dizer com isto é que a única explicação satisfatória para o sofrimento atual deste mundo mau, cheio de temor e morte encontra-se nas páginas da Bíblia. Porém muitos se perguntam: Quem é o Deus da Bíblia e onde o podemos achar?
Um astronauta russo ao voltar de uma das suas viagens pelo espaço disse que não havia visto Deus algum. Mas, nos perguntamos: É esse o lugar e a forma de encontrarmos a Deus? Obviamente, se havemos de considerar como sendo satisfatória a mensagem bíblica devemos primeiro crer que Deus existe e que é o recompensador dos que diligentemente o buscam.
O plano de Deus tal como se revela na Bíblia será capaz de resolver os problemas humanos. Para aqueles que crêem nos milagres da Bíblia isto não será difícil de aceitar.
Uma das características das pessoas que hoje professam ser cristãs é a sua falta de fé nos milagres registrados na Bíblia. Os falsos líderes religiosos de nosso tempo explicam, a sua maneira, tais milagres. Eles os chamam de alegorias e histórias interessantes elaboradas não para relatar fatos reais em si, mas para ilustrar lições. Aqueles que pensam assim nunca poderão aceitar as promessas da Bíblia, que nos revelam como Deus proverá à raça humana a tão desejada felicidade.
É somente à medida que compreendemos a bela harmonia das Escrituras, na revelação do grandioso desígnio do Criador, que podemos apreciar plenamente a importância e a necessidade de todos os milagres que o plano de Deus exige, e assim ter fé de que Deus tornará realidade todas as suas promessas. Esta série de artigos, que se inicia nesta edição de A Aurora, tem como missão primordial examinar detalhadamente esse plano divino, que revela a sabedoria, o amor, a justiça e o poder do Criador.
Um conhecimento cabal destes quatro atributos do caráter de Jeová Deus revelará sua glória, uma glória que, conforme a Bíblia declara, ainda há de encher a terra a qual toda a carne verá. (Isaías 40:5) Em Isaías 11:9 lemos: “Porque a terra será cheia do conhecimento de Jeová, assim como as águas cobrem o mar.” - Tradução Brasileira
Assim, ao passo que todos os planos do homem têm falhado nos alegramos em saber que Deus tem um plano que trará paz e vida sobre a terra, e que o mesmo não há de falhar, e servirá para que a humanidade, no futuro próximo, aprenda a amar e servir somente a Ele.